POLÍTICA É A ARTE DE DIAGNOSTICAR
INCORRETAMENTE OS PROBLEMAS E LHES APLICAR O REMÉDIO ERRADO.
Depois do fiasco do Windows ME (Millennium Edition), lançado a toque de caixa para
aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio, a Microsoft deu à luz o Windows
XP (de eXPerience), cortando
de vez o cordão umbilical com o vetusto Windows 9x/ME.
Baseado no kernel (núcleo) do Windows NT (New Technology), a nova edição do sistema operacional
para PC mais bem-sucedido da história foi lançada comercialmente em 25 de
outubro de 2001, com pompa e circunstância dignas do nascimento de um príncipe.
Tamanho foi o sucesso que a mãe da criança estendeu o suporte ao filhote até abril
de 2014, tornando-o a edição mais longeva da história do Windows. Ainda que alguns atribuam essa longa vida ao fracasso do Vista, é bom lembrar que poucos
meses depois de lançado, em 22 de outubro de 2009, o Windows 7 tornou-se um sucesso de crítica e de público.
Como sabe quem acompanha nosso humilde Blog, os
produtos da Microsoft têm um ciclo de vida pré-definido, que se inicia quando o software é lançado e termina quando
ele deixa de receber suporte — inclusive atualizações críticas e de segurança. Depois
disso, o programa continua funcionando, mas a segurança dos usuários fica
prejudicada, pois os cibercriminosos continuam buscando brechas de segurança
que, para piorar, deixam de ser corrigidas pela empresa de Redmond.
O Windows 10
ainda não cumpriu a ambiciosa missão de conquistar 1 bilhão de usuários, mas vem
avançando a passos largos. Em janeiro do ano passado, um a cada dois
computadores rodava o “novo sistema”. Somadas todas as edições lançadas a
partir do XP (inclusive), o Windows abocanha quase 80% do seu
segmento de mercado — para efeito de comparação, o OS X, da Apple, fica com modestos 16,46%. Segundo dados do site StatCounter Global Stats, o Win 10 terminou 2019 com 65,4% da preferência dos usuários da
plataforma, seguido pelo Seven (26,79%), pelo 8.1 (4,87%) e pelo XP (1,29%). O Vista carrega
a lanterninha, com 0,31%.
Apesar dos riscos de se manter o XP em uso depois que seu suporte estendido foi encerrado (em 2014),
o presidente da Rússia, Vladimir
Putin, continua fiel ao velho sistema. A curiosidade foi relatada pelo site
Open Media e confirmada pela Sociedade Russa de Proteção da Internet.
Putin usa o XP não só no escritório presidencial, mas também em sua residência
oficial. O motivo é que essa edição foi a última certificada como “segura”
pelas autoridades russas. Os funcionários do governo daquele país até podem optar por versões mais modernas, como o Windows
10, a não ser que o computador seja usado para hospedar segredos de estado em
potencial, caso em que as opções ficam limitadas ao XP ou algum sistema alternativo, como o AstraLinux, que é 100% russo.
A Rússia pretende eliminar todos os sistemas
operacionais populares de seus escritórios e adotar seu próprio sistema baseado
em Linux. De acordo com o projeto
divulgado há alguns meses, o AstraLinux
deve substituir em breve o Windows
em todos os computadores da administração do país. Até lá, estima-se que 20%
dos funcionários continuem usando o jurássico XP. Essa conduta remete a uma estratégia russa de remover
influências estrangeiras. Recentemente, o país decidiu criar sua própria Wikipedia e introduziu uma nova lei que
forçará smartphones, PCs e outros eletrônicos a ser fornecidos com um
software russo pré-instalado. Putin
também aprovou uma lei que isola a Internet da
Rússia do resto do mundo.
Por último, mas não menos importante, a Microsoft
redesenhou o logo de diversos aplicativos do seu sistema operacional e está
reformulando mais de 100 ícones com novas cores, materiais e acabamentos. As
mudanças fazem parte de uma iniciativa para modernizar o software e seus
serviços, sob o conjunto de princípios do Fluent
Design. Mas a maioria das alterações foi sutil; o foco da empresa
parece ter sido a limpeza no ícone do sistema, já que o Win 10 possui símbolos inconsistentes que aparecem em algumas
configurações e aplicativos. Uma das soluções para esse problema foi a criação
do Windows 10X, projetado para
dispositivos de tela dupla e com um novo menu inicial e sem as animações Live Tiles.
O logotipo que faz parte do Windows 8 e 10 possui
uma cor plana, enquanto o novo se assemelha com um gradiente azul, com cada
trimestre do ano possuindo uma tonalidade diferente. Outras áreas que devem ser
alteradas são os painéis de configuração e o centro de notificações, de forma
com que os usuários consigam acessá-los mais rapidamente. O trabalho com
os ícones da empresa em parceria com a Fluent
Design tem sido até o momento um processo gradual, que deve continuar ao
longo deste ano. O navegador Edge
agora possui um ícone totalmente novo, assim como o próprio MS Office, que ostenta um logotipo mais
moderno. Os designers da empresa trabalham no momento de forma colaborativa,
que é descrita internamente como uma maneira de "código aberto".