O
PROBLEMA DE PRENDER UM TIGRE PISANDO EM SEU PESCOÇO É QUE DEPOIS NÃO DÁ PARA TIRAR O
PÉ.
É mais fácil atrair moscas com mel do que com vinagre. Ninguém em sã consciência autorizaria a entrada de um desconhecido que, pelo interfone, diz que veio para roubá-lo. Mas pouca gente não liberaria o acesso se o ladrão se identificasse, por exemplo, como funcionário da operadora de TV por assinatura, e dissesse que veio configurar o decodificador para lhe dar acesso a um pacote adicional de canais sem alteração no valor da mensalidade.
Mudando do mundo real para o virtual, nem o mais néscio dos
internautas abriria um anexo de email que dispara um vírus,
spyware ou outro código malicioso qualquer se ele viesse identificado como tal. Por outro lado, poucos resistiriam a abrir o arquivo se a mensagem promete exibir fotos “reveladoras” de uma artista famosa ou fornece um link para atualização de cadastro, sob pena de seu cartão do banco deixar de funcionar.
São inúmeros os riscos a que estamos sujeitos ao acessar a
Internet, seja a partir de um PC convencional, seja através do onipresente
smartphone, que é o meio mais utilizado atualmente para realizar pagamentos e
outras transações online, fazer compras em lojas virtuais, consultar preços de
eletroeletrônicos, medicamentos ou outro produto qualquer, enfim, usufruir de
uma miríade de serviços que a tecnologia coloca a nossa disposição. Em suma: a
maré não está para peixe, e cautela e
canja de galinha não fazem mal a ninguém.
De uns anos para cá, o spyware
(detalhes
nesta postagem) tomou o lugar dos tradicionais vírus e worms, que infernizavam a vida dos internautas domésticos quando o acesso à Rede Mundial de Computadores começou a se popularizar. Mas o ransomware vem avançando a passos
de gigante, e a despeito de essa modalidade de ataque ser mais comum no âmbito
corporativo, nada garante que usuários domésticos não corram o risco de ter seus arquivos,
pastas ou mesmo todo o conteúdo do disco rígido “sequestrados” pelos cibercriminosos,
que vinculam a liberação dos dados ao pagamento de um resgate, mas nem sempre cumprem sua parte no trato.
Informações armazenadas por empresas tendem a ser “mais
importantes” que a foto do batizado de seu sobrinho ou o comprovante de entrega
de sua declaração de rendimentos, por exemplo (sem ofensa). Por outro lado, “importância”
é um conceito tanto relativo quanto subjetivo: por mais que lhe aborreça saber que um primo distante e que você não vê há décadas está com câncer, uma unha encravada
ou um dente inflamado o incomodará muito mais (o que é natural, pois o instinto
de autopreservação é inerente ao ser humano).
Continua na próxima postagem (que, devido ao Carnaval, será somente na quinta-feira 27).