sábado, 29 de fevereiro de 2020

COVID-19, SARS-CoV-2, ÍNDICE B3, O AI-5 E O GUARDA DA ESQUINA



Devido ao carnaval, a semana que termina hoje (*) teve, de “úteis”, apenas dois dias e meio, o que não impediu que o índice B3 da Bovespa — bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo — reproduzisse, “com juros e correção monetária”, a monumental debacle que se abateu sobre o mercado internacional durante o reinado de Momo

Num único dia, as empresas com ações negociadas na bolsa brasileira perderam R$ 290,2 bilhões em valor de mercado, montante equivalente ao valor de mercado do Itaú Unibanco, que fechou a quarta-feira valendo R$ 288,4 bilhões.

(*) Por fundamentação bíblica e etimológica, Brasil, assim como em Portugal, na Grécia, no Japão, na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e em países anglo-saxões em geral, o domingo é considerado o primeiro dia da semana.

Em outras palavras: após quatro dias “rasgando a fantasia” e eventualmente sendo “aliviados” de seus smartphones, relógios, pulseiras, correntes, dinheiro, cartões, documentos e o que mais despertasse o interesse da bandidagem de plantão, os foliões tupiniquins despertaram do sonho para um pesadelo em que a cotação do dólar bateu R$ 4,50 (e isso no câmbio oficial) e o Ibovespa registrou a pior queda em pontos da história e o patamar mais baixo desde outubro do ano passado. Ontem, a bolsa fechou em alta de 1.15%, aos 104.171 pontos, o que foi uma melhora pontual, que pode ou não se manter ao longo da próxima semana, mas o fato é que estamos bem longo dos 119.424 pontos alcançados um mês atrás, mais exatamente no dia 24 de janeiro. 

Claro que todo esse imbróglio se deve ao avanço do coronavírus — doença chamada inicialmente de 2019-nCoV e rebatizada posteriormente de COVID-19, onde CO provém de corona (coroa), VI, de vírus e D, de disease (doença, em inglês), e 19 do ano em que ele surgiu. Mas isso não torna a situação menos calamitosa.

Observação: Note que COVID-19 é o nome da doença (e deve ser grafado em letras maiúsculas); o vírus que a provoca se chama SARS-CoV-2.

Costuma-se dizer que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Se realmente é assim, 2019 começou mal pra cacete. E como sói acontecer sempre que esta republiqueta de bananas é acometida por catástrofes dessa magnitude, não há luz no fim do túnel, pelo menos até onde a vista alcança — e se houver é bom começar a correr, porque deve ser o farol do trem que vem no sentido oposto.

Segundo o Calendário Gregoriano (promulgado pelo Papa Gregório XIII em 1582 e adotado imediatamente por Espanha, Itália, Portugal, Polônia e, posteriormente, por todos os países ocidentais), a passagem de ano se dá à meia-noite de 31 de dezembro (ou à zero hora de 1ª de janeiro, a gosto do freguês).

O Réveillon — conjunto de festejos que costuma acompanhar a ceia e a chegada do ano novo — é uma tradição que teve início há mais de 4 mil anos entre os povos da Mesopotâmia (região que atualmente compreende os territórios da Síria, Turquia e Iraque). Ironicamente, essas comemorações são invariavelmente associadas a um “renovar-se de esperanças”, e isso parece piada de humor negro se considerarmos a situação atual dos países retro citados

Bom final de semana e bom carnaval a todos.

Tá estranhando o quê? Mais de 80 blocos sairão no sábado (29) e mais de 70 no domingo (1º) aqui em Sampa, cidade que Vinicius de Moraes classificou certa vez de "túmulo do samba". A quem interessar possa: Neste sábado, os destaques são Navio Pirata com Baiana System, Bloco do Bell Marques na Rua, Meu Santo é Pop, Bloco Fogo e Paixão, Troça Elétrica com Nação Zumbi, Siga Bem Caminhoneira e Bloco do Apego.  No domingo, Bloco da Anitta, Pipoca da Rainha com Daniela Mercury, Bloco da Preta (com Preta Gil), Orquestra Voadora, Bloco do Piruka com Kondzilla e Bloco Calor da Rua com Francisco el Hombre.

E viva o povo brasileiro.