Em julho de 2019, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ),
reportando-se às “revelações” da Vaza-Jato de Verdevaldo das Couves
sobre supostas conversas do ex-juiz da Lava-Jato com procuradores da força-tarefa de Curitiba, chamou Sérgio Moro de "juiz ladrão". A ofensa rendeu
ao parlamentar a um processo na Comissão de Ética (?!) da Câmara, mas
que acabou sendo arquivado com base na “imunidade parlamentar” (talvez
fosse melhor dizer “imundice paralamentar”).
Braga — que saudou o guerrilheiro
comunista marxista-leninista Marighella ao votar contra o impeachment de
Dilma em 2016 — tornou a dar vexame e provocar confusão na Câmara
Federal durante a audiência pública sobre cumprimento de pena após condenação
em segunda instância, na última quarta-feira, ao chamar o ministro da Justiça e
Segurança Pública de “empregado de milícia”, “capanga de Bolsonaro”
e “mentiroso”.
Moro, que é dono de uma paciência de Jó e de
um autocontrole invejável — haja vista as provocações a que foi submetido no
julgamento de Lula, quando os advogados do petralha
buscavam forçar uma reação que pudessem explorar politicamente mais adiante —, rebateu a ofensa do político esquerdopata dizendo simplesmente: “Deputado, o
senhor não tem fatos, não tem argumentos, só tem ofensas. O senhor é um
desqualificado para o exercício desse cargo”.
Outros deputados, como o Capitão Augusto
(PR-SP) saíram em defesa do ministro. O Delegado Éder Mauro
(PSD-PA) chegou a chamar a mãe de Braga de “bandida”, e a
coisa só não descambou para o pugilato devido à turma do “deixa disso” e porque
o presidente da sessão, Marcelo Ramos (PL-AM), resolveu encerrar a
oitiva — não sem antes recriminar o ministro por ter se referido ao ofensor
como “desqualificado”. Cá entre nós, outra pessoa menos pacienciosa teria
usado termos como biltre, cafajeste, salafrário ou coisa ainda pior, ou, como bem
salientou Augusto Nunes no programa Pingos nos Is da
Jovem Pan, dito que “capanga” era ele, Braga,
porque faz parte da quadrilha do Lula.
Episódios como esse, além de profundamente lamentáveis, são
a prova provada da absoluta falta de qualificação do eleitorado tupiniquim (ou
da parcela que insiste em votar no que há de pior para ocupar cargos públicos). E
quem elege políticos desse naipe não pode reclamar, depois, de não estar adequadamente
representado: como se costuma dizer, cada povo tem o governo que merece.
Não à toa, a pesquisa do Jota sobre o potencial de
votos de cada candidato em 2022 mostrou aquilo que já se sabia: Sérgio Moro
(que nem é candidato) aparece em primeiro lugar; Jair Bolsonaro (que é
candidatíssimo, a despeito de ter prometido durante a campanha que proporia o
fim da reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República), em
segundo lugar, e Lula, com ma lanterninha.
Detalhe: Lula está inelegível até
2035, ano em que não haverá eleições presidenciais. No pleito de 2038, quando ele
poderia se candidatar, terá 93 anos de idade se ainda não estiver comendo capim
pela raiz na chácara do vigário.
Abaixo o vídeo da sessão (o confronto ocorre a partir dos 53
minutos):
Sobrando tempo e dando jeito, assista também a este clipe.