sexta-feira, 3 de abril de 2020

A ERA DA (IN)SEGURANÇA — PARTE 6


OS SERES HUMANOS FABRICAM O MAL COMO PRODUZEM MUCO, EXCREMENTOS E OUTRAS SECREÇÕES.

Em atenção a quem está chegando agora e não leu os capítulos anteriores (aliás, sugiro que o faça, se possível antes de prosseguir com a leitura desta postagem), relembro que a popularização da Internet entre usuários domésticos transformou num safári a navegação na Web, que até então era um bucólico passeio no parque. Sobretudo depois que mensagens de email (para quem não sabe, o correio eletrônico já foi o serviço baseado da Web mais popular entre os internautas) se tornaram capazes de transportar como “anexos” toda sorte de arquivos digitais, de textos e imagens inocentes a arquivos multimídia e executáveis maliciosos. Isso sem mencionar os famigerados links clicáveis, presentes também em mensagens trocadas via aplicativos como Twitter, Facebook, Instagram e — sobretudo — pelo WhatsApp, que tem presença garantida em 99% dos smartphones ativos no Brasil.

Como criatividade não falta aos crackers, cibervigaristas e assemelhados, os malwares também se disseminam disfarçados de programas úteis — notadamente os freewares disponíveis para download na Web — ou escondidos entre os arquivos de instalação de softwares legítimos. Na maioria das vezes, o usuário só se dá conta da maracutaia quando depara com barras de ferramentas estranhas no navegador, ou quando sua homepage ou mecanismo de buscas é substituído por uma ferramenta desconhecida, ou, ainda, quando o computador passa a apresentar um comportamento estranho.

Se janelas pop-up saltarem na tela para avisar (ironicamente) que sua máquina está infectada (e se oferecerem para fazer uma varredura), pode pôr as barbichas de molho. E aproveite para dar cartão vermelho ao seu antivírus.

A mesma recomendação se aplica no caso de a central de segurança do Windows lhe avisar que o antivírus ou o firewall está desativado, ou, quando você faz uma pesquisa no Google, os resultados são exibidos por outro buscador, ou, ainda, se você acessa um site qualquer, como um portal de notícias, e surgir uma tela se oferecendo para atualizar um plugin qualquer.

Fique esperto se o computador ficar anormalmente lento de uma hora para outra. Feche todos os aplicativos e verifique o consumo de recursos no Gerenciador de Tarefas (tecle Ctrl+Shift+Esc para abri-lo). Se nada despertar suspeitas e a máquina continuar capenga, é possível que o sistema tenha sido infectado.

Desconfie de emails com links ou arquivos anexos tipo "Fotos da festa" (ou das férias inesquecíveis), por exemplo, notadamente se você não foi a festa nenhuma em que estivesse presente o (suposto) remetente da mensagem ou não conheça o sujeito nem, muito menos, tenha conhecimento de que viajou de férias). O mesmo vale para postagens em outros idiomas em sua página no Facebook (mude imediatamente a senha que você usa para acessar sua conta nesses serviços).

Continua...