segunda-feira, 13 de abril de 2020

HOME OFFICE E AFASTAMENTO SOCIAL — MAIS TEMPO ONLINE POTENCIALIZA RISCOS DE VÍRUS E CIBERATAQUES


ENQUANTO UNS CHORAM, OUTROS VENDEM LENÇOS.

Isolados do mundo exterior, tendo como janela o televisor e a Internet — que desde meados do mês passado só falam em coronavírus —, estamos todos treinando para louco para não ficarmos loucos. 

Além da inabitual sensação de viver numa cidade fantasma, sem ter como ganhar o pão nosso de cada dia muitos de nós, notadamente os autônomos e informais, tentam dar nó em pingo d'água para pagar as contas e alimentar a família, e os que tem emprego com carteira assinada não sabem se ainda o terão (ou se seu empregador sobreviverá) ao final dessa pandemia.

Mesmo saindo para passear com o cachorro, dando uma corridinha (as academias estão fechadas e é importante manter a forma), indo ao mercado, à padaria ou à farmácia, é difícil manter o afastamento social e, ao mesmo tempo, a ansiedade sob controle, sob pena de a sanidade mental ir para as cucuias.

Como se isso já não bastasse, ninguém sabe com certeza se passará incólume por esse pesadelo e acordará como se nada tivesse acontecido, se será infectado e amargará uma semana com febre, tosse, dores no corpo e outros incômodos moderados (o que, convenhamos, é um preço baixo a pagar pela imunidade contra o SARS-CoV-2), ou se — que Deus o livre e nos guarde a todos — fará parte do grupo que precisa de internação e não sabe se encontrará vaga no hospital nem se sairá recuperado ou vestindo o derradeiro pijama de madeira.

Como dizia Bob Dylan, The answer, my friend, is blowing in the wind, e como dizia o Alphaville, hoping for the best but expecting the worst. Reze quem crê e tem fé, torça quem não tem e rememos todos justos na mesma direção. A esperança é a última que morre.

Humor negro e baixo astral à parte, em tempos de afastamento social (ou isolamento, como queiram), muita gente trabalha de casa (home office), enquanto outros enchem o tempo navegando na Web pelo smartphone ou pelo computador. Mais tempo conectado potencializa a exposição a ciberataques, e os cibercriminosos têm se valido do apelo emocional da atual conjuntura para fisgar suas vítimas. Diariamente, milhares e milhares de falsas mensagens que na verdade induzem as vítimas a revelar dados confidenciais ou fazer doações para instituições inexistentes são enviadas mundo afora aproveitando-se da curiosidade natural dos internautas sobre o avanço do coronavírus. Portanto, redobre os cuidados com arquivos maliciosos anexados ou links para sites com supostas "informações" sobre a pandemia.

O uso do smartphone superou em muito o do PC tradicional. Segundo a consultoria GSMA, mais de cinco bilhões de pessoas em todo o mundo usam algum tipo de dispositivo móvel — só no Brasil, há 230 milhões de aparelhos celulares, segundo dados da última pesquisa de uso de tecnologia da informação realizada pela FGV. Tanto desktops e notebooks quanto smartphones são permeáveis a ameaças digitais, embora utilizam sistemas operacionais distintos, e assim como os aplicativos, as pragas digitais são escritas para rodar num determinado sistema.

Entre as opções móveis, o Android lidera com 73,3%, contra 25,89% do iOS. Já na plataforma PC o Windows domina com 77,22%, seguido pelo macOS, com 17,7% (a diferença fica por conta das usuários de distribuições Linux e outros). "Vírus” que infectam PCs com Windows não afetam máquinas da Apple e vice-versa. E mesmo vale para os sistemas móveis Android e iOS, mas é bom ter em mente que produtos da Apple não são imunes a pragas, apenas menos visados do que os baseados no Windows e no Android, cuja popularidade os torna mais atrativos para os hackers do mal.

Continua no próximo capítulo.