Gustavo Bebianno deixou uma carta ao
presidente Bolsonaro, cujo conteúdo foi revelado pela imprensa um dia
depois de sua morte (falo da morte de Bebianno, não de Bolsonaro,
pois este continua vivo, ativo, operante e empenhado em entrar para a história
como o mandatário que mais asnices cometeu durante o mandato).
A missiva foi enviada aos jornais pelo empresário e presidente do PSDB no Rio, Paulo Marinho, que também é suplente do senador Flávio Bolsonaro. Em tom pessoal, Bebianno começa citando o ditado bíblico utilizado por Bolsonaro durante a campanha presidencial — “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” — e segue elencando os motivos que, segundo ele, desestabilizava a gestão do ex-chefe (para ler o texto na íntegra, siga este link).
A missiva foi enviada aos jornais pelo empresário e presidente do PSDB no Rio, Paulo Marinho, que também é suplente do senador Flávio Bolsonaro. Em tom pessoal, Bebianno começa citando o ditado bíblico utilizado por Bolsonaro durante a campanha presidencial — “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” — e segue elencando os motivos que, segundo ele, desestabilizava a gestão do ex-chefe (para ler o texto na íntegra, siga este link).
Em resumo, o advogado carioca diz ter dedicado dois anos de
sua vida para defender uma causa apelidada de Mito e que acreditou nesse Mito com todas suas forças, de todo coração. Sobre Carlos
Bolsonaro, ele escreveu: “Meu Capitão, o senhor precisa acordar e cair em si.
(...)O senhor está obsediado por seu próprio filho. Carlos precisa de
ajuda e só o senhor tem esse poder. Não estou falando com rancor. Meu
sentimento não é de raiva, acredite. Não tenho uma só gota de raiva do Carlos
(a que tive, já passou, graças a Deus), porque ele precisa de ajuda. Isso é
visível aos olhos de todos. Carlos vive em uma prisão mental e
emocional. Ele sofre intensamente em função do próprio ódio. Ele cultiva esse
ódio contra tudo e contra todos, principalmente contra as pessoas por quem o
senhor demonstra afeto”.
Observação: O desgaste entre os dois seguiu mesmo depois
que Bebianno deixou o governo. Em algumas entrevistas, como ao Roda
Viva, da TV Cultura, em 2 de março, o ex-ministro afirmou que Carlos
atrapalhou o esquema de segurança no dia em que o pai levou a facada de Adélio
Bispo, em 6 de setembro de 2018.
Ainda segundo Bebianno, para manter a proximidade com
o filho o presidente aceitava teorias da conspiração e todo o ódio destilado
por ele. “Ao agir assim, o senhor se mantém preso, mantém o seu filho preso, e
gera um rastro terrível de destruição à sua volta. Além disso, alimenta e
incentiva o comportamento viciado do filho, impedindo-o de se libertar do ódio.
Tenha certeza de que, daqui a pouco tempo, o problema envolverá outra pessoa, e
depois outra, e depois mais outra, num rastro interminável de ódio e destruição.”
Observação: Logo após a demissão de Bebianno,
zero dois se desentendeu com outros membros da gestão. Em abril de 2019, trocou
farpas, via Twitter, com o vice-presidente Hamilton Mourão. Na ocasião,
Bolsonaro defendeu o filho dizendo que ele é “sangue do meu sangue”. Outros
ex-ministros, como o general Carlos Alberto Santos Cruz, na Secretaria
de Governo, e Floriano Barbosa, responsável pela Secom, também tiveram
atritos com Carluxo por causa da comunicação do governo.
Nem mesmo a aproximação de Bebianno com o PSDB, para
disputar a prefeitura do Rio de Janeiro, mudou sua admiração por Bolsonaro.
A carta deixa isso claro: “Faça um profundo exame de consciência. Limpe o seu
coração. Recupere o Carlos pelo seu exemplo. Ele vai aprender. Ele é um
bom garoto. Só precisa da sua ajuda… Fique com Deus e um beijo no seu coração
(hétero). O senhor continuará a ser o meu Mito”, escreveu o ex-ministro.
Continua na postagem de amanhã.