quarta-feira, 15 de julho de 2020

NOVA PRAGA DIGITAL AFETA TANTO O WINDOWS QUANTO O LINUX — CONTINUAÇÃO

CONTRA FORÇA NÃO HÁ RESISTÊNCIA.

Complementando o que vimos no post anterior, o fato de o Tycoon ser capaz de infectar sistemas operacionais distintos, como Windows, Linux etc. — merece mais algumas considerações. Vamos a elas.

No léxico da informática, o termo programa designa um conjunto de instruções (em linguagem de máquina) que descrevem uma tarefa a ser realizada pelo computador, que pode ser tanto o código fonte — escrito em alguma linguagem de programação, como C, C #JavaScriptTypeScriptVB.NETC++ etc. — quanto o arquivo executável que contém o código. O termo arquivo remete a um conjunto de informações representadas por um ícone e identificadas por um nome seguido de um ponto (.) e de uma extensão (.DOC, .DOCX, .JPG, .EXE, e assim por diante). É essa extensão que indica o aplicativo que criou o arquivo e/ou que deve ser usado para manipulá-lo (daí ser importante, ao renomear um arquivo qualquer, ter o cuidado de não modificar sua extensão).

Não é comum um programa direcionado à plataforma Windows, por exemplo, rodar no Linux ou no macOS, também por exemplo. Aliás, incompatibilidades costumam contemplar versões diferentes do mesmo sistema; um programa escrito especificamente para o Win 10, p. ex., pode não funcionar no Seven ou no XP, também p. ex. — e certamente não funcionará no Win 9.x/ME. Como regra geral, a versão mais recente do sistema tende a suportar programas escritos para as anteriores, mas estas últimas geralmente não suportam programas escritos para as versões posteriores.   

Tecnicamente, o sistema operacional é um programa como outro qualquer, mas na prática ele é o “software-mãe”, já que suas rotinas e serviços são responsáveis pelo gerenciamento do hardware e servem de base para os demais softwares. Dito de outra maneira, o sistema serve de interface de comunicação entre o usuário e a máquina (e vice-versa) e de ponte (ou elemento de ligação) entre os aplicativos e o hardware.

Na pré-história da computação pessoal os computadores não contavam com sistemas operacionais. Assim, as aplicações executadas pelo operador precisavam interagir diretamente com o hardware, e para tanto eram escritas em linguagem de máquina e direcionadas a uma determinada arquitetura. Não havia, portanto, “portabilidade” — ou seja, uma aplicação escrita para rodar num PC de determinada arquitetura simplesmente não funcionava em outro PC de arquitetura diferente.

Com o surgimento dos sistemas operacionais, ficou muito mais fácil operar o computador e, por que não dizer, escrever as aplicações, já que o sistema passou a exercer o papel de intermediário (ou de ponte, ou de elemento de ligação, como queiram) entre o usuário, os aplicativos e o hardware.

Numa visão extremamente simplista, mas adequada aos propósitos desta abordagem, podemos dizer que o sistema operacional tornou transparente a execução das aplicações, na medida em que provê a necessária intercomunicação entre elas e o hardware sem que o usuário tenha de se preocupar com detalhes sobre como a aplicação é executada, quais recursos são utilizados e como estes são gerenciados.

Também foge ao escopo desta postagem detalhar questões como “sistemas monousuário e multiusuário”, “monotarefa e multitarefa”, e por aí vai, conquanto seja importante frisar que todos os sistemas operacionais são, atualmente, multiusuário e multitarefa. (Caso queira ter uma ideia melhor de como tudo isso funciona, esta postagem dá acesso ao primeiro capítulo de uma sequência dedicada ao sistema operacional e suas sutilezas).

Amanhã a gente conclui.