NADA DO
QUE BOLSONARO DIZ PODE SER ANALISADO PELO VIÉS DA LÓGICA.
Para não cansar o leitor rememorando a história do Windows desde sua criação em 1985, quando ele era uma simples interface gráfica que rodava no MS-DOS, relembro somente que o menu Iniciar surgiu pela primeira vez no Win 95, que já era um sistema operacional
(quase) autônomo. Até então, o que havia era um prosaico Gerenciador de Programas que organizava os aplicativos em grupos
(clique aqui para ver como ele era), mas aí alguém teve a feliz ideia de criar um pequeno botão no canto inferior
esquerdo da tela (que hoje corresponde a extremidade esquerda da Barra de Tarefas) e batizá-lo de “Iniciar” (ou “Start”, na versão em inglês).
Mediante um clique do mouse no botão Iniciar, abria-se uma janela a partir da qual era possível localizar aplicativos, documentos e
outros elementos sem ter de vasculhar pastas e mais pastas pelo explorador de
arquivos. Diferentemente do vetusto Gerenciador
de Programa, o esse podia armazenar pastas dentro de pastas (ou seja,
criar subgrupos, ou subpastas), além de dar acesso a algumas configurações do
sistema (um mecanismo de buscas rudimentar, atalhos para a execução de comandos,
e por aí afora).
O sucesso foi ainda maior com a versão repaginada e
aprimorada que a Microsoft implementou
no Win 98 — dentre outras novidades,
o novo menu já permitia realocar os programas acessados mais frequentemente na
porção superior da janela, acima da seção “Programas”. No Windows Millennium
Edition — lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da
virada do século (e do milênio), mas que foi um fiasco de crítica e de público
— o menu em questão não apresentou
modificações significativas, mas no XP, baseado no kernel (núcleo) do Windows NT e lançado em outubro de 2001, tanto ele quanto a interface do
sistema foram
totalmente redesenhados (relembre nesta
imagem). Essa nova versão tornou possível afixar aplicações em regiões
de acesso rápido do menu Iniciar, bem como ajustar o tamanho da lista, dividi-la em
duas colunas e fazer outras personalizações.
O Windows Vista foi outro fiasco de crítica e de
público (o que contribuiu para o XP se
tornar a edição mais longeva do sistema da Microsoft,
que lhe ofereceu suporte até 2014), mas o Win 7 tornou a virar o jogo. Nessa edição, Iniciar ganhou transparências e cores que combinavam com as da
interface do sistema, além de uma barra de buscas que substituiu (com vantagens) o recurso “Pesquisar”.
Como não há mal que sempre dure nem bem que nunca
termine, o Win 8, lançado em outubro
de 2012, foi outro fiasco — em parte devido ao sumiço do tradicional menu, com a implementação da
famigerada “interface Metro”, que foi pensada
para aparelhos touch screen (com tela sensível ao toque). Isso causou uma
chiadeira monumental, sobretudo porque na versão definitiva a Microsoft deu sumiço a uma chave do
registro que tinha o condão de ressuscitar o Menu Iniciar Clássico nas versões de
teste.
Mas não foi só: como não podiam ser agrupados em
pastas, as Live Tiles poluíam a já
confusa Tela Inicial do Windows 8 — irritando
ainda mais os usuários, que eram obrigados a rolar a tela em busca do programa
desejado. Recursos básicos, como o botão para desligar o computador, também
foram limados, aumentando ainda mais o coro de insatisfação.
A Microsoft ensaiou uma meia-volta na
versão 8.1, mas foi uma solução meia-boca
e nada satisfatória. Muitos usuários fizeram o downgrade para o Seven ou recorreram a ferramentas de
terceiros (que surgiram aos montes) para emular o menu clássico no Win 8.1. Mas o que era para ser um sucesso
de vendas (como o XP e o Seven) virou um mico (como o Vista e o ME antes dele).
O Eight fez
tanto sucesso quanto cigarro em terra de sapo, porém o fiasco serviu para forçar
a Microsoft a rever seus conceitos ao
desenvolver o Windows 10, que trouxe
uma versão inovadora do Menu Iniciar —
uma espécie de “mistura” do modelo usado no Win 7 com o simulacro implementado no 8.1 do sistema. E não é que funcionou?
Mas há novidades no horizonte. Em novembro, a Microsoft apresentou novos logos
para o pacote Office, aos quais juntou
recentemente mais de 100 ícones totalmente repaginados, com um visual mais
moderno, arrojado e pronto para ser inserido em ambientes tridimensionais. O
projeto, batizado de Fluent Design, agrega
volume aos objetos, com sombreamento e cores menos vivas que as da atual versão.
Além disso, os ícones podem ser aproveitados em animações.
Há poucos dias a empresa divulgou mais um teaser do
novo visual do Menu Iniciar, que
deve ser incluído numa das próximas atualizações do Windows 10 (algumas mudanças, como o “plano de fundo” dos ícones de aplicações e a apresentação mais “limpa”, podem ser vistas nesta
imagem). Por via das dúvidas, o esquema “Fluent” será a configuração padrão, enquanto os Live Tiles serão opcionais — ou seja, o
recurso poderá ser ativado e desativado manualmente pelo usuário, a seu critério.