sexta-feira, 3 de julho de 2020

WINDOWS 10 — NOVIDADES NO MENU INICIAR COM O FLUENT DESIGN


NADA DO QUE BOLSONARO DIZ PODE SER ANALISADO PELO VIÉS DA LÓGICA.
Para não cansar o leitor rememorando a história do Windows desde sua criação em 1985, quando ele era uma simples interface gráfica que rodava no MS-DOS, relembro somente que o menu Iniciar surgiu pela primeira vez no Win 95, que já era um sistema operacional (quase) autônomo. Até então, o que havia era um prosaico Gerenciador de Programas que organizava os aplicativos em grupos (clique aqui para ver como ele era), mas aí alguém teve a feliz ideia de criar um pequeno botão no canto inferior esquerdo da tela (que hoje corresponde a extremidade esquerda da Barra de Tarefas) e batizá-lo de “Iniciar” (ou “Start”, na versão em inglês). 
Mediante um clique do mouse no botão Iniciar, abria-se uma janela a partir da qual era possível localizar aplicativos, documentos e outros elementos sem ter de vasculhar pastas e mais pastas pelo explorador de arquivos. Diferentemente do vetusto Gerenciador de Programa, o esse podia armazenar pastas dentro de pastas (ou seja, criar subgrupos, ou subpastas), além de dar acesso a algumas configurações do sistema (um mecanismo de buscas rudimentar, atalhos para a execução de comandos, e por aí afora). 
O sucesso foi ainda maior com a versão repaginada e aprimorada que a Microsoft implementou no Win 98 — dentre outras novidades, o novo menu já permitia realocar os programas acessados mais frequentemente na porção superior da janela, acima da seção “Programas”. No Windows Millennium Edition — lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do século (e do milênio), mas que foi um fiasco de crítica e de público — o menu em questão não apresentou modificações significativas, mas no XP, baseado no kernel (núcleo) do Windows NT e lançado em outubro de 2001, tanto ele quanto a interface do sistema foram totalmente redesenhados (relembre nesta imagem). Essa nova versão tornou possível afixar aplicações em regiões de acesso rápido do menu Iniciar, bem como ajustar o tamanho da lista, dividi-la em duas colunas e fazer outras personalizações.
O Windows Vista foi outro fiasco de crítica e de público (o que contribuiu para o XP se tornar a edição mais longeva do sistema da Microsoft, que lhe ofereceu suporte até 2014), mas o Win 7 tornou a virar o jogo. Nessa edição, Iniciar ganhou transparências e cores que combinavam com as da interface do sistema, além de uma barra de buscas que substituiu (com vantagens) o recurso “Pesquisar”.
Como não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine, o Win 8, lançado em outubro de 2012, foi outro fiasco — em parte devido ao sumiço do tradicional menu, com a implementação da famigerada “interface Metro”, que foi pensada para aparelhos touch screen (com tela sensível ao toque). Isso causou uma chiadeira monumental, sobretudo porque na versão definitiva a Microsoft deu sumiço a uma chave do registro que tinha o condão de ressuscitar o Menu Iniciar Clássico nas versões de teste. 
Mas não foi só: como não podiam ser agrupados em pastas, as Live Tiles poluíam a já confusa Tela Inicial do Windows 8 — irritando ainda mais os usuários, que eram obrigados a rolar a tela em busca do programa desejado. Recursos básicos, como o botão para desligar o computador, também foram limados, aumentando ainda mais o coro de insatisfação. 
A Microsoft ensaiou uma meia-volta na versão 8.1, mas foi uma solução meia-boca e nada satisfatória. Muitos usuários fizeram o downgrade para o Seven ou recorreram a ferramentas de terceiros (que surgiram aos montes) para emular o menu clássico no Win 8.1. Mas o que era para ser um sucesso de vendas (como o XP e o Seven) virou um mico (como o Vista e o ME antes dele).
O Eight fez tanto sucesso quanto cigarro em terra de sapo, porém o fiasco serviu para forçar a Microsoft a rever seus conceitos ao desenvolver o Windows 10, que trouxe uma versão inovadora do Menu Iniciar — uma espécie de “mistura” do modelo usado no Win 7 com o simulacro implementado no 8.1 do sistema. E não é que funcionou?
Mas há novidades no horizonte. Em novembro, a Microsoft apresentou novos logos para o pacote Office, aos quais juntou recentemente mais de 100 ícones totalmente repaginados, com um visual mais moderno, arrojado e pronto para ser inserido em ambientes tridimensionais. O projeto, batizado de Fluent Design, agrega volume aos objetos, com sombreamento e cores menos vivas que as da atual versão. Além disso, os ícones podem ser aproveitados em animações.
Há poucos dias a empresa divulgou mais um teaser do novo visual do Menu Iniciar, que deve ser incluído numa das próximas atualizações do Windows 10 (algumas mudanças, como o “plano de fundo” dos ícones de aplicações e a apresentação mais “limpa”, podem ser vistas nesta imagem). Por via das dúvidas, o esquema “Fluent” será a configuração padrão, enquanto os Live Tiles serão opcionais — ou seja, o recurso poderá ser ativado e desativado manualmente pelo usuário, a seu critério.