segunda-feira, 10 de agosto de 2020

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM. TRISTE BRASIL...



No escopo da Operação Dardanários, deflagrada na última quinta-feira, o juiz federal Marcelo Bretas determinou a prisão de Alexandre Baldy, ex-ministro de Michel Temer e atual secretário de Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo, e de seu primo Rodrigo Sérgio Dias, ex-presidente da Funasa. Ambos são investigados por suposta participação em conluio para fraudar licitações em órgãos federais, em especial na área da Saúde.
De acordo com o MPF, o secretário recebeu R$ 900 mil de propina para direcionar uma contratação pela Fiocruz e R$ 500 mil para interferir em nome de outra empresa em contrato com a Junta Comercial de Goiás, e seu primo, R$ 250 mil.

Bretas apontou a tentativa de obstrução da investigação da Lava-Jato no Rio como um dos principais motivos para a prisão. Segundo o juiz federal, empresários delatores afirmam que Baldy chegou a oferecer um cargo de secretário de estado para um dos envolvidos no suposto esquema, para que ele pudesse ter foro privilegiado.

Na sexta-feira, depois que a Justiça Federal do Rio de Janeiro negou os pedidos de soltura dos quatro acusados, a defesa recorreu ao TRF-2, e o desembargador federal Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada da corte, negou as solicitações. Todavia, alegando que a prisão temporária dos investigados foi uma maneira de forçá-los a comparecer ao “local da inquirição” — o que caracteriza uma forma de condução coercitiva que o Supremo já decidiu ser ilegal —, o todo-poderoso Gilmar Mendes determinou a soltura de Baldy 

No sábado, o semideus togado estendeu o benefício  a Rodrigo Dias e a outros dois acusados de praticar desvios em verbas federais destinadas à área da saúde: o presidente da Junta Comercial de Goiás), Rafael Bastos Lousa Vieira, e o médico Guilherme Franco Netto (clique aqui para acessar a íntegra das decisões). Segundo Mendes, não há motivo que justifique os atos porque os fatos narrados na acusação ocorreram de 2014 a 2018: “A prática de conduzir coercitivamente o investigado para interrogatório atenta contra o princípio da presunção de inocência”.

O ministro disse várias vezes que “o Supremo deve a Lula um julgamento isento”. A afirmação foi música para os ouvidos da presidente do PT, Gleisi Hoffman, que sonha em anular os processos em que o petralha = foi condenado em segunda instância, permitindo a ele "decidir se concorrerá" à Presidência da República em 2022”.

O ex-prefeito de São Paulo e bonifrate de criminoso de Garanhuns, Fernando Haddad, fez coro à colega de partido: "Se nós conseguirmos, e espero que consigamos até o final do ano, ter o julgamento do processo que pede a suspeição do juiz Sergio Moro, o Lula recupera os direitos políticos. Aí, ele poderá decidir, e espero que consigamos até o final do ano, ter o julgamento do processo que pede a suspeição do juiz Sergio Moro, o Lula recupera os direitos políticos. Aí, ele poderá decidir, e espero que decida favoravelmente, ser ou não candidato em 2022”.

Gilmar Mendes, que atualmente preside a 2ª Turma do STF, já declarou que pretende colocar em votação ainda neste semestre o pedido de suspeição de Moro, feito pela defesa de sumo pontífice da Petelândia. Na sua visão, há "indícios" de quebra da imparcialidade por parte do magistrado na ação do Instituto Lula.(talvez ele devesse consultar um oftalmologista). E Lewandowski foi ainda mais incisivo: Moro agiu no processo com "inequívoca quebra da imparcialidade" (talvez devesse consultar um alienista).

O julgamento da suspeição de Moro já teve dois votos contrários a Lula, o de Carmem Lúcia e o de Edson Fachin. O julgamento foi suspenso por um pedido de vistas do próprio Gilmar. O fiel da balança será o decano Celso de Mello.

Como se vê, a desgraça do Brasil vai muito além da pandemia sanitária, da debacle da economia, de um Congresso Nacional eivado de corrupção, de um chefe do Executivo Federal desqualificado para o exercício do cargo que ocupa, de seus três filhos enrolados com a Justiça Criminal, do apetite pantagruélico do Centrão pelo poder e pelo acesso amplo, geral e irrestrito ao Erário e, por último, mas não menos importante, de um PGR revolucionário

Que Deus nos ajude.