segunda-feira, 10 de agosto de 2020

SISTEMA OPERACIONAL, APLICATIVOS E INUTILITÁRIOS — PARTE 6

COM A ELEIÇÃO DE 2018, O BRASIL MUDOU: DEIXOU DE SER O CU DO CAVALO DO BANDIDO PARA SER O SUMO DO COCÔ DO CAVALO DO BANDIDO. E O PRESIDENTE É A PROVA VIVA DISSO.

Os primeiros aparelhos celulares que desembarcaram no Brasil, no final do século passado, eram volumosos, pesados, caríssimos e bem pouco funcionais. Num primeiro momento, quem andava com um telefone pendurado no cinto fazia-o mais por ostentação do que por necessidade: a falta de antenas e a infraestrutura incipiente das operadoras limitavam o alcance e a qualidade do sinal, e preço exorbitante do minuto de ligação levava os usuários a recorrer aos orelhões em nove de cada dez chamadas “em trânsito”.

Mas não há nada como o tempo para passar. Anos luz separam os smartphones atuais dos vetustos dumbphones da era pré-iPhone. Por outro lado, como ensinou Ben Parker ao sobrinho Peter, grandes poderes implicam grandes responsabilidades.

Como dito, os smartphones são microcomputadores ultraportáteis, e por serem comandados por um sistema operacional (Android em 74,5% dos aparelhos e iOS em 24,5% e sabe lá Deus o que no 1% restante), acessarem a Internet e rodarem miríades de aplicativos, são tão (ou mais) suscetíveis a incidentes de segurança quanto os PC convencionais.  

Mesmo que segurança ampla, geral e irrestrita não passe de cantilena para dormitar bovinos, é possível minimizar os riscos (como veremos nas próximas postagens). Mas é bom lembrar que nem tudo é o que parece, ou por outra, instabilidades, travamentos e demora excessiva na resposta dos aplicativos nem sempre são causados por infecções virais e problemas que tais.

Como todo computador, o smartphone utiliza memórias de diversas tecnologias, e a RAM (memória física do sistema e principal ferramenta de trabalho do processador) precisa ser totalmente esvaziada de tempos em tempos. Para tanto, basta reiniciar o aparelho ou, melhor ainda, desligá-lo e tornar a ligar após alguns minutos.

Reiniciar o dispositivo consiste basicamente em desligá-lo e tornar a ligar em seguida. O termo reinicializar não significa exatamente a mesma coisa, mas o uso consagra a regra e o momento não é apropriado para discutir questões de semântica. Importa dizer que desligar o PC, o smartphone, o tablet ou qualquer outro aparelho eletrônico ou eletroeletrônico interrompe o fluxo de energia que alimenta os circuitos e capacitores e demais componentes, propiciando o "esvaziamento" das memórias voláteis.

Na reinicialização, o intervalo entre o encerramento do sistema e o boot subsequente é de uma fração de segundo, o que nem sempre propicia o total esgotamento das reservas de energia e, consequentemente, pode impedir o total esvaziamento das memórias voláteis. Portanto, é preferível desligar e tornar a ligar o aparelho (depois de um ou dois minutos) a simplesmente reiniciá-lo.

A quem não cultiva o saudável hábito de desligar o smartphone enquanto recarrega a bateria (pratica recomendável) por receio de não receber prontamente uma “mensagem importantíssima” de alguém que, sem coisa melhor para fazer durante uma madrugada insone, resolve compartilhar bobagens com seu grupo de WhatsApp, sugiro conceder alguns minutos de descanso ao amiguinho cibernético logo cedo, enquanto faz suas abluções matinais, ou no meio da tarde, enquanto toma um café ou esvazia a bexiga, ou à noite, durante o jantar ou quando está debaixo do chuveiro, enfim...

Continua...