sexta-feira, 28 de agosto de 2020

PORNOGRAFIA E INSEGURANÇA

HÁ QUEM PASSE POR UM BOSQUE E SÓ VEJA LENHA PARA A FOGUEIRA.

Devido a seu caráter sensível e privado, o “conteúdo adulto” continua sendo um recurso largamente usado por cibercriminosos para atrair suas vítimas. 

Esquemas envolvendo phishing, spam e até ransomwares mediante a temática existem há anos, mas um levantamento realizado pela empresa russa de segurança digital Kaspersky revela que ataques contra dispositivos móveis utilizando a pornografia como isca mais que dobraram nos últimos 12 meses, embora, tenham diminuído quase 40%, no mesmo período, na plataforma PC (desktops e notebooks).  

Ao realizar a análise, a Kaspersky verificou todos os arquivos disfarçados de vídeos pornográficos ou pacotes de instalação relacionados a conteúdo adulto para Android, e executou 200 tags pornô populares nesse banco de dados e apurou que 99 delas continham alguma ameaça — em 2018, foram 115.

Os resultados também mostraram que, a despeito do número menor de tags maliciosas, o número de vítimas, no mesmo período, praticamente dobrou. Análises adicionais mostraram ainda que o conteúdo classificado como "violento" foi pouco usado para espalhar malware.

Os programas de publicidade, que redirecionam os usuários para páginas indesejadas, continuam sendo a ameaça móvel mais agressiva, tanto na variedade quanto no efetividade. Das dez principais ameaças relacionadas à pornografia para dispositivos móveis em 2019, sete pertenciam a essa categoria.

De acordo com a análise, a maioria das vítimas foi direcionada pelo aplicativo de anúncio detectado como AdWare.AndroidOS.Agent.f — responsável por 35,18% dos ataques relacionados a conteúdo adulto contra usuários móveis em 2019. Os especialistas explicam que essa ameaça geralmente é distribuída por vários programas afiliados, que têm o objetivo de ganhar dinheiro por instalação ou de induzir a vítima baixar aplicativos maliciosos.

A Kaspersky constatou ainda que:

— Os cibercriminosos se esforçam para ter mais flexibilidade na escolha do tipo de malware disseminado: quase dois em cada cinco usuários atacados por ameaças de PC relacionadas a pornografia foram atingidos pelo Trojan-Downloader (39,6%), que permite aos invasores instalar, posteriormente, outros tipos de malware;

— Houve uma queda nas ameaças a PC relacionadas à pornografia, passando de 135.780 para 106.928 usuários atacados entre 2018 e 2019;

— O número de usuários atacados por malwares "caçadores" de credenciais para acesso a sites pornográficos caiu, enquanto o número de ataques de malware continua crescendo, aumentando 37% de 2018 a 2019 e atingindo 1.169.153 ataques no ano passado. Isso demonstra que as redes de bot atacam repetidamente as mesmas vítimas — um cenário bastante diferente daquele visto em 2018;

— A privacidade se torna uma preocupação ainda maior quando se trata de conteúdo adulto. De imagens pessoais vazadas a assinaturas roubadas de sites de pornografia premium, esses dados têm grande demanda, visto que a pornografia continua sendo largamente usada pelos criminosos para ganhar dinheiro fácil. Além disso, o sextortion (ou extorsão sexual) tem ganhado força e se transformado em uma "indústria" separada para o cibercrime.

Para se proteger das ameaças de conteúdo adulto, a Kaspersky recomenda o seguinte:

— Preste atenção à autenticidade do site. Não acesse nenhuma página até ter certeza de que ela é legítima. Verifique se o endereço se inicia com "https". Confirme se o site é genuíno, cheque duas vezes o formato da URL ou a ortografia do nome da empresa e pesquise por análises de sites que pareçam suspeitos;

— Atualize as ferramentas de segurança em seus dispositivos;

— Não faça o download de software "pirata" nem de qualquer outro conteúdo ilegal, mesmo que tenha sido redirecionado a partir de um site legítimo;

— Nas configurações do seu smartphone, ative o bloqueio de instalação de programas de fontes desconhecidas; instale apenas aplicativos de lojas de aplicativos oficiais;

— Use uma solução de segurança confiável para proteção abrangente contra uma ampla gama de ameaças, como o Kaspersky Security Cloud.