HÁ QUEM PASSE POR UM BOSQUE E SÓ VEJA LENHA PARA A FOGUEIRA.
Devido a seu caráter sensível e privado, o “conteúdo adulto” continua sendo um recurso largamente usado por cibercriminosos para atrair suas vítimas.
Esquemas envolvendo phishing, spam e até ransomwares mediante a temática existem há anos, mas um levantamento realizado pela empresa russa de segurança digital Kaspersky revela que ataques contra dispositivos móveis utilizando a pornografia como isca mais que dobraram nos últimos 12 meses, embora, tenham diminuído quase 40%, no mesmo período, na plataforma PC (desktops e notebooks).
Ao realizar a análise, a Kaspersky verificou todos os arquivos disfarçados de vídeos
pornográficos ou pacotes de instalação relacionados a conteúdo adulto para Android, e executou 200 tags
pornô populares nesse banco de dados e apurou que 99 delas continham alguma
ameaça — em 2018, foram 115.
Os resultados também mostraram que, a despeito do
número menor de tags maliciosas, o número de vítimas, no mesmo período,
praticamente dobrou. Análises adicionais mostraram ainda que o conteúdo
classificado como "violento" foi pouco usado para espalhar malware.
Os programas de publicidade, que redirecionam os usuários
para páginas indesejadas, continuam sendo a ameaça móvel mais agressiva, tanto
na variedade quanto no efetividade. Das dez principais ameaças relacionadas à
pornografia para dispositivos móveis em 2019, sete pertenciam a essa categoria.
De acordo com a análise, a maioria das vítimas foi
direcionada pelo aplicativo de anúncio detectado como AdWare.AndroidOS.Agent.f
— responsável por 35,18% dos ataques relacionados a conteúdo
adulto contra usuários móveis em 2019. Os especialistas explicam que essa
ameaça geralmente é distribuída por vários programas afiliados, que têm o
objetivo de ganhar dinheiro por instalação ou de induzir a vítima baixar
aplicativos maliciosos.
A Kaspersky constatou ainda que:
— Os cibercriminosos se esforçam para ter mais
flexibilidade na escolha do tipo de malware disseminado: quase dois em cada
cinco usuários atacados por ameaças de PC relacionadas a pornografia foram
atingidos pelo Trojan-Downloader
(39,6%), que permite aos invasores instalar, posteriormente, outros tipos de
malware;
— Houve uma queda nas ameaças a PC relacionadas à
pornografia, passando de 135.780 para 106.928 usuários atacados entre 2018 e
2019;
— O número de usuários atacados por malwares "caçadores" de credenciais para acesso a sites
pornográficos caiu, enquanto o número de ataques de malware continua crescendo,
aumentando 37% de 2018 a 2019 e atingindo 1.169.153 ataques no ano passado.
Isso demonstra que as redes de bot
atacam repetidamente as mesmas vítimas — um cenário bastante diferente daquele
visto em 2018;
— A privacidade se torna uma preocupação ainda maior
quando se trata de conteúdo adulto. De imagens pessoais vazadas a assinaturas
roubadas de sites de pornografia premium, esses dados têm grande demanda, visto
que a pornografia continua sendo largamente usada pelos criminosos para ganhar
dinheiro fácil. Além disso, o sextortion (ou extorsão sexual) tem ganhado
força e se transformado em uma "indústria" separada para o
cibercrime.
Para se
proteger das ameaças de conteúdo adulto, a Kaspersky
recomenda o seguinte:
— Preste atenção à autenticidade do site. Não acesse
nenhuma página até ter certeza de que ela é legítima. Verifique se o endereço
se inicia com "https".
Confirme se o site é genuíno, cheque duas vezes o formato da URL ou a ortografia do nome da empresa
e pesquise por análises de sites que pareçam suspeitos;
— Atualize as ferramentas de segurança em seus
dispositivos;
— Não faça o download de software "pirata"
nem de qualquer outro conteúdo ilegal, mesmo que tenha sido redirecionado a
partir de um site legítimo;
— Nas configurações do seu smartphone, ative o bloqueio
de instalação de programas de fontes desconhecidas; instale apenas aplicativos
de lojas de aplicativos oficiais;
— Use uma solução de segurança confiável para proteção
abrangente contra uma ampla gama de ameaças, como o Kaspersky
Security Cloud.