quarta-feira, 12 de agosto de 2020

SISTEMA OPERACIONAL, APLICATIVOS E INUTILITÁRIOS — PARTE 8

A IMAGINAÇÃO É A METADE DA DOENÇA, A TRANQUILIDADE É A METADE DO REMÉDIO E A PACIÊNCIA, O COMEÇO DA CURA.

No âmbito da TI, popularidade e segurança dificilmente andam de mãos dadas. O Windows é um bom exemplo: criado em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS e promovido a sistema operacional dez anos depois, quando a Web ainda engatinhava, mas já começava a despertar o interesse dos usuários domésticos de PC, ele alternou sucessos e fracassos, mas tornou-se o sistema operacional mais popular da história da computação pessoal e alçou Bill Gates a posições de destaque no ranking dos bilionários da Forbes.

Quase 3 décadas se passaram entre o lançamento do Win.1, em 20 de novembro de 1985, e o do Win 10, em 29 de junho de 2015 — este como serviço e com a ambiciosa missão de conquistar um bilhão de usuários no prazo de 3 anos. Nesse entretempo, a Microsoft contabilizou sucessos retumbantes (com as edições 98, XP e Seven) e pagou micos memoráveis (com as edições Millennium, Vista e 8/8.1). O Win 10 levou 5 anos para cumprir a meta que lhe foi imposta, mas, mesmo assim, ainda é grande o número de versões pretéritas do sistema que continuam em uso.

No total, a participação do Windows no mercado mundial de sistemas operacionais é de 78%. Desse percentual, 20,7% correspondem ao Windows 7; 1,1% ao Win 8; 0,83% ao XP; e 0,42% ao Vista. É importante ressaltar que todas essas versões deixaram de ser suportadas pela Microsoft, o que potencializa os riscos de infecções virais e invasões, já que eventuais bugs e falhas de segurança que vierem a ser descobertas não serão corrigidas. A exceção fica por conta do Win 8.1, que deve continuar recebendo correções e atualizações até janeiro de 2023. No entanto, quem ainda roda o Seven fará melhor negócio migrando para o Windows 10 (detalhes nesta postagem).

Tudo somado e subtraído, temos que o número de usuários do Windows é quase cinco vezes maior que o do macOS da Apple (78% e 17%, respectivamente), daí a razão de nove de cada dez criadores de vírus, trojans, spywares, rootkits, ransomwares, exploits e pragas digitais afins mirarem o sistema da Microsoft. Guardadas as devidas proporções, o raciocínio se aplica ao Google Android no âmbito dos dispositivos móveis, já que ele opera 2,5 bilhões de smartphones, ao passo que o iOS, da Apple, marca presença em 900 mil iPhones. No âmbito dos tablets e iPads a história é outra, mas isso não vem ao caso para os efeitos desta postagem.

Em números redondos, o Android detém 74,60% do mercado de sistemas operacionais para dispositivos móveis, e o iOS, 24,82% (segundo dados de julho do StatCounter GlobalStats). KaiOS, Samsung, Symbian, Blackberry e outros menos conhecidos, somados, não chegam a 1%. A versão mobile do Windows foi descontinuada em 2017 (mas ainda aparece no ranking da StatCounter com 0.04%). Ao todo, foram lançados 21 modelos de smartphone equipados com o sistema móvel da Microsoft e hardware da HP, Acer, Lenovo e Nokia, mas o desinteresse dos usuários afugentou os desenvolvedores de aplicativos, e um smartphone para o qual não existem aplicativos está tão fadado ao fracasso quanto um browser para o qual não existam extensões (que o diga o MS Edge, lançado pela Microsoft em 2015 para suceder ao obsoleto MS Internet Explorer). 

Antes de jogar a toalha, a Microsoft adquiriu a finlandesa Nokia, mas apenas uns poucos celulares com Windows Phone 8.1 (todos da Microsoft/Nokia) suportavam atualização para o Windows 10 Mobile, o que afastou potenciais consumidores. Em 2017, a empresa finalmente se deu por vencida e desistiu de desenvolver hardware ou software para a plataforma.

Continua...