JABUTI EM ÁRVORE, SÓ POR ENCHENTE OU MÃO DE GENTE.
Contrariando as expectativas (e a despeito dos
esforços) da Microsoft, o Edge não pegou carona no sucesso do Windows 10. Houve quem migrasse para o
novo sistema e se sentisse incomodado com a insistência da empresa em forçar
a adoção do browser, fosse dificultando a configuração de outro navegador como
padrão, fosse devido à insistência com que a mensagem “Dê uma chance ao Microsoft Edge” era exibida.
O Edge foi criado para assumir o posto (e
repetir o sucesso) do IE, que a Microsoft “abandonou” em 2013 depois de
fazer a derradeira atualização (para a versão 11), mas não removeu dos
componentes nativos do Windows 10. Você
não vai encontrá-lo na lista Todos os
aplicativos do menu Iniciar, mas
poderá convocá-lo digitando Internet
Explorer no campo de buscas da barra de ferramentas e clicando no primeiro
item que será exibido na lista de resultados (Internet Explorer Aplicativo da área de trabalho).
Observação: Na improvável hipótese de você querer
adotar o jurássico IE no dia a dia,
clique sobre o item em questão com o botão direito e selecione Fixar na barra de tarefas ou Fixar na Tela Inicial.
Apesar ser
inovador sob diversos aspectos, o Edge
tinha falhas imperdoáveis, começando por rodar somente no Windows 10, quando seus principais concorrentes não apresentavam
tal limitação. Mas ainda pior era o fato de que suas atualizações estarem
vinculadas ao Windows Update, o que
atrasava a liberação de novos recursos aos usuários (os principais concorrentes,
quando não se autoatualizam, notificam o usuário do lançamento de novas versões,
além de poderem ser atualizados manualmente a qualquer tempo, bastando para
isso dois ou três cliques do mouse).
Observação: O novo Edge, que foi desenvolvido a partir do Chromium,
é compatível com macOS, Linux, Android e iOS, mas isso
já é outra conversa.
Acrescente-se à receita do desastre o fato de a Microsoft jamais ter conseguido criar
um ecossistema saudável de add-ons (ou extensões) para o Edge. A falta de extensões afugentava
os usuários e, como num círculo vicioso, o desinteresse dos usuários desestimulava
os desenvolvedores parceiros a criar extensões para o programa. Quando finalmente
reparou que seu rebento era um natimorto, a empresa de Redmond retornou à velha
prancheta e criou um novo Edge, baseado no projeto Chromium
— que não só deu origem a seu principal concorrente, mas também ao Opera, ao Vivaldi e ao Brave, entre
outros navegadores.
Num primeiro momento, o Edge Chromium dava a impressão de ser uma cópia carbono do Google Chrome. E era. E nem todo vê vantagem
em trocar seis por meia dúzia nem, muito menos, o certo pelo duvidoso. A falta
de compatibilidade e de extensões deixou de ser problema — por ser líder de
mercado, o Google Chrome serve de
referência para os desenvolvedores de websites e aplicativos, e como o Edge
compartilha a mesma plataforma...
A Microsoft criou uma loja de complementos para seu
novo navegador, mas ele suporta a maioria das extensões desenvolvidas para o Google Chrome (basta habilitar o suporte a extensões de “outras lojas”, acessar a Chrome Web Store e fazer a festa).
Superar a concorrência e reassumir a liderança do
mercado de navegadores é briga de cachorro grande. O Edge tenta empurrar os serviços da Microsoft, mas o Chrome
faz o mesmo como as ferramentas do Google.
Como 11 de cada dez internautas, você provavelmente usa o mecanismo de buscas
do Google, mas o Edge vem com o Bing configurado por padrão. Embora seja possível (e até simples)
fazer a alteração, é nítido que a Microsoft não fez questão de tornar esse
processo intuitivo.
Observação: Para alterar o mecanismo de busca padrão no Edge Chromium, clique nos três pontinhos (no canto superior direito da janela), selecione Configurações e, na coluna à direita, clique em Privacidade e serviços, role a tela até o final, clique em Barra de endereços e, em Mecanismo de pesquisa usado na barra de endereços, faça a alteração desejada.
Continua...