terça-feira, 22 de setembro de 2020

DE VOLTA AO EDGE — PARTE III

JABUTI EM ÁRVORE, SÓ POR ENCHENTE OU MÃO DE GENTE.

Contrariando as expectativas (e a despeito dos esforços) da Microsoft, o Edge não pegou carona no sucesso do Windows 10. Houve quem migrasse para o novo sistema e se sentisse incomodado com a insistência da empresa em forçar a adoção do browser, fosse dificultando a configuração de outro navegador como padrão, fosse devido à insistência com que a mensagem “Dê uma chance ao Microsoft Edge” era exibida.

O Edge foi criado para assumir o posto (e repetir o sucesso) do IE, que a Microsoft “abandonou” em 2013 depois de fazer a derradeira atualização (para a versão 11), mas não removeu dos componentes nativos do Windows 10. Você não vai encontrá-lo na lista Todos os aplicativos do menu Iniciar, mas poderá convocá-lo digitando Internet Explorer no campo de buscas da barra de ferramentas e clicando no primeiro item que será exibido na lista de resultados (Internet Explorer Aplicativo da área de trabalho).

Observação: Na improvável hipótese de você querer adotar o jurássico IE no dia a dia, clique sobre o item em questão com o botão direito e selecione Fixar na barra de tarefas ou Fixar na Tela Inicial.

Apesar ser inovador sob diversos aspectos, o Edge tinha falhas imperdoáveis, começando por rodar somente no Windows 10, quando seus principais concorrentes não apresentavam tal limitação. Mas ainda pior era o fato de que suas atualizações estarem vinculadas ao Windows Update, o que atrasava a liberação de novos recursos aos usuários (os principais concorrentes, quando não se autoatualizam, notificam o usuário do lançamento de novas versões, além de poderem ser atualizados manualmente a qualquer tempo, bastando para isso dois ou três cliques do mouse).

Observação: O novo Edge, que foi desenvolvido a partir do Chromium, é compatível com macOS, Linux, Android e iOS, mas isso já é outra conversa.

Acrescente-se à receita do desastre o fato de a Microsoft jamais ter conseguido criar um ecossistema saudável de add-ons (ou extensões) para o Edge. A falta de extensões afugentava os usuários e, como num círculo vicioso, o desinteresse dos usuários desestimulava os desenvolvedores parceiros a criar extensões para o programa. Quando finalmente reparou que seu rebento era um natimorto, a empresa de Redmond retornou à velha prancheta e criou um novo Edge, baseado no projeto Chromium — que não só deu origem a seu principal concorrente, mas também ao Opera, ao Vivaldi e ao Brave, entre outros navegadores.

Num primeiro momento, o Edge Chromium dava a impressão de ser uma cópia carbono do Google Chrome. E era. E nem todo vê vantagem em trocar seis por meia dúzia nem, muito menos, o certo pelo duvidoso. A falta de compatibilidade e de extensões deixou de ser problema — por ser líder de mercado, o Google Chrome serve de referência para os desenvolvedores de websites e aplicativos, e como o Edge compartilha a mesma plataforma...

A Microsoft criou uma loja de complementos para seu novo navegador, mas ele suporta a maioria das extensões desenvolvidas para o Google Chrome (basta habilitar o suporte a extensões de “outras lojas”, acessar a Chrome Web Store e fazer a festa).

Superar a concorrência e reassumir a liderança do mercado de navegadores é briga de cachorro grande. O Edge tenta empurrar os serviços da Microsoft, mas o Chrome faz o mesmo como as ferramentas do Google. Como 11 de cada dez internautas, você provavelmente usa o mecanismo de buscas do Google, mas o Edge vem com o Bing configurado por padrão. Embora seja possível (e até simples) fazer a alteração, é nítido que a Microsoft não fez questão de tornar esse processo intuitivo.

Observação: Para alterar o mecanismo de busca padrão no Edge Chromium, clique nos três pontinhos (no canto superior direito da janela), selecione Configurações e, na coluna à direita, clique em Privacidade e serviços, role a tela até o final, clique em Barra de endereços e, em Mecanismo de pesquisa usado na barra de endereços, faça a alteração desejada.

Continua...