sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A MICROSOFT E AS NOVIDADES DO WINDOWS 10 — PARTE 3

O FUNDO ELEITORAL É O DINHEIRO TOMADO DOS CONTRIBUINTES E INVESTIDO NAS CAMPANHAS DE POLITICOS QUE SE ELEGEM PARA ROUBAR OS CONTRIBUINTES.

Errar é humano, perdoar é divino e persistir é burrice. Uma das grandes virtudes do ser humano (ou de alguns seres humanos) é reconhecer as próprias limitações; outra é aprender com os próprios erros, pois repeti-los, na esperança de que o acaso produza um acerto, é estupidez.

A Microsoft cometeu vários erros e insistiu diversas vezes, mas algum ingrediente mágico nessa receita levou-a a se tornar a gigante do software e guindou seus fundadores a lugares de destaque na lista dos bilionários da Forbes.

Não foi o Windows que deu início a essa trajetória de sucesso, mas sim o DOS. O Windows veio depois, inicialmente como uma interface gráfica. Sua promoção a sistema operacional autônomo se deu somente quando o programa completou de 10 anos. 

Win95 foi um “divisor de águas” na história e na trajetória do software cujo nome se tornaria sinônimo de sistema operacional, assim como Gilette de lâmina de barbear, Coca-Cola de refrigerante e Bombril de esponja de aço.

Para não ser mais repetitivo que o necessário, relembro apenas que tanto a Microsoft, fundada em 1975, quanto o Windows, lançado uma década depois, contabilizaram sucessos e fracassos ao longo destes quase 50 anos. Para limitar nosso foco ao século presente e às edições do sistema voltadas especificamente ao uso doméstico, XP, Seven e 10 foram bem sucedidas, ao passo que ME, Vista e Eight/8.1 foram fracassos de crítica e de público.

O Windows 10, lançado em 2015, é o segundo divisor de águas da trajetória do sistema. Foi a partir de então que a Microsoft passou a fornecer o software na modalidade SaaS — sigla de Software as a Service (programa como serviço). Coincidentemente, a nova versão trouxe consigo um novo navegador de Internet, batizado de Edge, que a Microsoft desenvolveu para tentar recuperar a participação que teve um dia com seu já obsoleto Internet Explorer.  

A título de contextualização, vale relembrar que o IE foi lançado em 1995, quando o acesso doméstico à Internet ainda era incipiente e o Netscape Navigator dominava o mercado de navegadores. Depois que foi embutido no Windows, o programa desbancou o concorrente (que processou a Microsoft por abuso de poder econômico e monopólio) e ocupou o primeiro lugar na lista dos browsers mais populares até 2012, quando foi destronado pelo Chrome (que o Google lançou em 2008).

O que poderia ser considerado um acidente de percurso e ter sido resolvido com relativa facilidade tornou-se um problemão para a Microsoft, que, fiel à máxima de que “em time que está ganhando a gente não mexe”, não se preocupou em modernizar seu navegador. A despeito de ter sido atualizado até a versão 11.508.19041.0, o IE como que parou no tempo. Traçando um paralelo com o marcado automobilístico, sua última versão estaria para o Chrome — ou para o Firefox, ou para o Opera — assim como um Fusca 1996 para um Gol GTi do mesmo ano.

O Fusca foi projetado por Ferdinand Porsche e lançado na Alemanha em 1935, com o nome “Volkswagen” (carro do povo). No Brasil, ele foi produzido de 1959 até 1986 e, numa segunda etapa, de 1993 a 1996, a pedido do então presidente Itamar Franco (daí ele ter ficado conhecido como Fusca Itamar). 

Em 1997, a montadora alemã lançou o New Beetle (adotando oficialmente o apelido dado ao besourinho na terra do Tio Sam). Vale frisar que as semelhanças entre o New Beetle e o Fusca tradicional não iam além do nome e do formato arredondado da carroceria. A novidade compartilhava o conjunto mecânico com o Golf e chegou ao mercado brasileiro em 2012, com motor 2.0 turbo e opção de câmbio manual ou automatizado de dupla embreagem. 

O New Beetle se despediu do Brasil em 2017, mas continuou sendo fabricado no México até 2019. A versão Final Edition, equipada com o conhecido 2.0 TSI, produzia 175 cv de potência, 25,4 kgfm de torque, e contava com câmbio automático de seis marchas (a versão que era vendida no Brasil utilizava o mesmo motor, mas entregava  211 cv de potência e 28 kgfm de torque). Fabricado no México, um exemplar dessa versão comemorativa foi trazido para São Paulo pela Direct Imports e entregue ao feliz proprietário, que pagou R$ 329 mil pelo brinquedinho (em dezembro do ano passado).

Continua...