NUNCA ENCONTREI UMA PESSOA TÃO IGNORANTE QUE NÃO PUDESSE TER APRENDIDO ALGO COM A PRÓPRIA IGNORÂNCIA.
Desenvolvido a partir do kernel do WinNT 5.1, o Windows EXPerience foi lançado em 25 de outubro de 2001 com pompa e circunstância dignas do nascimento de um príncipe.
Livre das amarras impostas pelas encarnações 9X/ME, a nova versão implementou uma política de contas e senhas de acesso mais aprimorada — na tela de logon do WinME, por exemplo, bastava pressionar Esc para burlar a exigência de nome de usuário e senha.
Ainda assim o XP foi
alvo de críticas, devido a problemas de segurança que só foram corrigidos após a liberação de dois Service
Packs (“pacotes” que englobavam todas as atualizações/correções
disponibilizadas desde o lançamento de uma determinada edição do Windows ou do Service Pack anterior, conforme o
ponto do ciclo
de vida em que o software se encontrava naquela ocasião) dos três
que a Microsoft lançou ao longo dos
quase 13 anos de vida útil do programa, mais
exatamente em 2002, 2004 e 2008.
O XP conseguiu “aposentar” o festejado Win98 SE — missão que o WinME, lançado no final de 2000 a toque
de caixa, para aproveitar o apelo mercadológico do novo milênio que se
iniciava, não conseguiu cumprir. E se tornou a versão mais longeva da
história do Windows, sendo até hoje utilizada em 0,82% dos PC em todo o mundo — contra 0,41% do Vista, que chegou ao mercado bem depois, em janeiro de 2007. Quanto às demais
versões, a atual (Win10) abocanha 73,76% das máquinas, e o Win7
ainda opera 19.44% delas (bem mais
que os 4,47% do Win8.1 e do 1,07% do Win8, que continuam sendo suportados pela Microsoft).
Seu inesquecível papel de parede (vide figura que ilustra esta postagem) sempre me pareceu ter sido
inspirado no cenário do programa infantil Teletubbies, que foi produzido pela
BBC e apresentado entre 1997 e 2002. Mas na verdade ela se chama Bliss (felicidade),
e foi baseada numa foto tirada por Charles
O’Rear em janeiro de 1996, na região de Napa Valley (ao norte de San Francisco, no estado americano da
Califórnia).
O’Rear passava
por aquele local todas as sextas-feiras, a caminho da casa da namorada, mas
naquele dia em particular o contraste do verde do gramado com o azul do céu
claro e quase sem nuvens lhe chamou a atenção. Ele conta que a Microsoft viu em sua foto a imagem de
paz e tranquilidade que buscava para o plano de fundo padrão da nova versão do Windows, e que, depois de acertarem o
preço, ele foi pessoalmente até Redmond, a expensas da empresa, levar a foto e
formalizar a cessão dos direitos autorais.
O valor envolvido na transação jamais veio a público,
mas estima-se que só perdeu para o da foto de Bill Clinton com Monica
Lewinsky — a estagiária dos lábios de veludo que não soube manter a boca
fechada e contou sobre o boquete, com riqueza de detalhes sórdidos, a uma
amiga... e a amiga gravou a conversa... e... bem, digamos que a história correu o mundo e
quase custou a Bill Clinton o cargo
e o casamento.
De acordo com o Olhar
Digital, o vazamento do
código-fonte do XP, no último dia 25, revelou um tema secreto que
parece “pegar emprestada” parte da identidade visual dos Macintosh da época. Segundo o site The Verge, o
tema, chamado de Candy (doce), teria
sido utilizado somente nas etapas iniciais do desenvolvimento do XP, e está incompleto. No entanto, tudo indica que alguns elementos foram, sim, inspirados no Mac OS — com destaque para os botões do sistema, que adotam o formato
de pílula translúcida tridimensional da interface "Aqua", revelada pela Apple em 2000.
O fato de o código vazado dizer que o tema “era apenas para uso interno” sugere que a Microsoft utilizou os elementos inspirados no Mac OS apenas temporariamente, enquanto desenvolvia seu tema próprio para o XP, que mais adiante se tornou icônico, com uso acentuado de tons verdes e azuis, e ficou conhecido como "Luna".
O caso chama a atenção devido à rivalidade
entre a Apple e a Microsoft na virada do século, que levou
à campanha publicitária "Mac vs PC",
na qual a marca da maçã buscava passar a imagem de alternativa jovem, moderna e
segura, enquanto a do produto da rival encarnava o "atraso" (notadamente do Windows Vista,
então a bola da vez, que foi um estrondoso fiasco de crítica e de público).