PROMESSA É DÍVIDA. QUEM NADA PROMETE, NADA DEVE.
Vimos que a interface gráfica que a Microsoft começou a desenvolver no início dos anos 1980 e cujo lançamento programou para 1983 só foi levada à vitrine dali a 2 anos, demorou mais 5 para mostrar a que veio e outros 5 para se transformar num sistema operacional autônomo.
A essa altura, porém, não havia mais volta: a empresa “de garagem” criada em 1975 para desenvolver e comercializar interpretadores BASIC para o Altair 8800 (tido e havido como o precursor dos PCs como os conhecemos hoje) já ostentava orgulhosamente o epíteto de “Gigante do Software”, e seus sócios-fundadores figuravam na lista dos bilionários da Forbes.
As versões 1.0 e
2.x do Windows foram ilustres desconhecidas, ao passo que as 3.x,
lançadas entre 1990 e 1994, tornaram-se extremamente populares e venderam mais de 10
milhões de cópias só nos primeiros dois anos. Mas foi o Win 95, lançado em 24 de agosto de 1995, que “estourou a boca do
balão” (para usar uma expressão da época). Vejamos isso melhor.
Embora ainda fosse uma interface gráfica de 16-bit e dependesse do MS-DOS para rodar, o Win 3.x substituiu o DOS Executive — espécie de DOS Shell gráfico que podia ser operado via mouse — pela dobradinha Gerenciador de Programas e Gerenciador de Arquivos, o que resultou
em diversas melhorias. Contudo, antes de descer a detalhes convém dedicar algumas
linhas à questão da “arquitetura” da CPU
— lembrando que essa sigla remete a Central
Process Unit (ou Unidade Central de Processamento), ou seja, ao processador
principal do computador. Àquela caixa plástica (ou metálica) que abriga a placa-mãe
e demais componentes internos dos desktops, dá se o nome de gabinete (ou case).
As características do processador influem diretamente no desempenho global do computador. Existem vários tipos de CPU no mercado, de 32-bit e 64-bit (modelos
de 16-bit são coisa do passado), com
um ou mais núcleos (modelos single core também são coisa do passado) e compatíveis
com diferentes placas-mãe. Chips com dois ou mais núcleos são mais eficientes na
execução simultânea de várias aplicações (multitarefa).
Avaliar um computador levando em conta somente a frequência de operação de seu processador deixou de fazer sentido quando as arquirrivais Intel e AMD desenvolveram soluções inovadoras (tais como coprocessador matemático, cache de memória, multiplicador de clock, etc.) para incrementar o desempenho de seus chips. Até então, o poder de processamento era diretamente proporcional ao clock (frequência de operação), mas a partir daí tornou-se comum dois processadores diferentes, trabalhando à mesma frequência, apresentarem performances distintas.
A velocidade do processador corresponde à sua
frequência de operação, que é medida em ciclos de clock por segundo. Em tese,
quanto maior a velocidade, melhor o desempenho. Na prática, a teoria é outra:
uma CPU operando a 3 GHz, por exemplo, realiza 3 bilhões
de ciclos a cada segundo, mas o que ela é capaz de fazer a cada ciclo é outra
história.
Por hoje basta. Continuamos no próximo capítulo.