TRUMP ESTÁ MAIS AGARRADO À PRESIDÊNCIA QUE VELHA EM MOTOCICLETA.
Aproveitando o gancho da postagem anterior, penduro
aqui mais algumas considerações sobre a modalidade de comercialização de
software SaaS, que a Microsoft adotou ao lançar o Windows 10.
Começo por dizer que a sigla em questão vem de Software as a Service (programa como um
serviço, numa tradução livre), e que nesse modelo — que se popularizou a
reboque de serviços de streaming de vídeo e de música (como Netflix e Spotify) e de armazenamento remoto de dados (como OneDrive, Dropbox, Google Drive e
outros) — o software fica “na nuvem” e os usuários o acessam através da
Internet.
Tecnicamente, o SaaS
não é um modelo por assinatura,
embora possa fazer uso desse sistema para obter receita recorrente. Na verdade, os dois conceitos se confundem, já que no
software como serviço o cliente contrata e paga como um pacote ou seleciona
individualmente os recursos aos quais deseja ter acesso e paga somente pelo que
usar. A adesão pode ser feita online ou através de outro canal de contato do
fornecedor (telefone, presencial etc.).
Uma das
grandes vantagens do Windows como
serviço é a política de atualizações que a Microsoft definiu quando lançou o Win 10, e meados de 2015 — com updates semestrais de conteúdo (para
implementar inovações tecnológicas e ampliar a gama de recursos e funções do
sistema) e atualizações mensais de qualidade (para corrigir falhas e
vulnerabilidades) — visando tornar o programa mais seguro, funcional e
atraente para os usuários.
Por outro lado, a regularidade com que as atualizações
são lançadas aumenta as chances de ocorrer efeitos colaterais indesejáveis (na
comparação com o modelo anterior, que consistia no lançamento de novas versões
do Windows de tempos em tempos). O
que nos leva aos bugs — termo que significa
“inseto”, mas entrou para o léxico da informática com o sentido de “defeito” — tanto
de hardware quanto de software, embora seja usado mais comumente com sinônimo
de “erro de programação” — depois
que Willian Burke, operador de um
computador Mark II da marinha
americana, descobriu que uma mariposa presa entre os fios da máquina era a
causa de uma falha, e anotou a ocorrência em seu diário de bordo.
Ainda que desenvolvedores responsáveis testem
exaustivamente seus produtos antes de lança-los no mercado, de lançar novos
produtos no mercado, o agigantamento dos sistemas operacionais e aplicativos
mais complexos (que não raro são formados por milhões de linhas de código)
tornou virtualmente impossível evitar os famigerados bugs. A boa notícia é que a maioria dessas falhas é corrigida antes
que cause dissabores aos usuários, e a má notícia é que muitas conseguem burlar
o controle de qualidade, e aí a porca torce o rabo.
Observação: Microsoft, Google, PayPal, Facebook, Instagram, entre outros, oferecem recompensas
em dinheiro a pesquisadores, usuários e até hackers que encontram bugs ou brechas
de segurança em seus programas, sistemas ou sites.
Por razões cujo detalhamento não vem ao caso, alguns bugs são inócuos ou se manifestam somente em situações específicas (quando e se o usuário instala um determinado aplicativo, por exemplo), ao passo que outros provocam instabilidades, intermitências, travamentos, enfim, infernizam, em maior ou menor grau, a vida dos usuários.
O que nos leva de volta à Microsoft e ao Windows 10 (e à próxima postagem, para não encompridar demais este texto).