terça-feira, 17 de novembro de 2020

BUGS, SOFTWARE COMO SERVIÇO ETC. (CONTINUAÇÃO)

TRUMP ESTÁ MAIS AGARRADO À PRESIDÊNCIA QUE VELHA EM MOTOCICLETA.

Aproveitando o gancho da postagem anterior, penduro aqui mais algumas considerações sobre a modalidade de comercialização de software SaaS, que a Microsoft adotou ao lançar o Windows 10.

Começo por dizer que a sigla em questão vem de Software as a Service (programa como um serviço, numa tradução livre), e que nesse modelo — que se popularizou a reboque de serviços de streaming de vídeo e de música (como Netflix e Spotify) e de armazenamento remoto de dados (como OneDrive, Dropbox, Google Drive e outros) — o software fica “na nuvem” e os usuários o acessam através da Internet.

Tecnicamente, o SaaS não é um modelo por assinatura, embora possa fazer uso desse sistema para obter receita recorrente. Na verdade, os dois conceitos se confundem, já que no software como serviço o cliente contrata e paga como um pacote ou seleciona individualmente os recursos aos quais deseja ter acesso e paga somente pelo que usar. A adesão pode ser feita online ou através de outro canal de contato do fornecedor (telefone, presencial etc.).

Uma das grandes vantagens do Windows como serviço é a política de atualizações que a Microsoft definiu quando lançou o Win 10, e meados de 2015 — com updates semestrais de conteúdo (para implementar inovações tecnológicas e ampliar a gama de recursos e funções do sistema) e atualizações mensais de qualidade (para corrigir falhas e vulnerabilidades) — visando tornar o programa mais seguro, funcional e atraente para os usuários.

Por outro lado, a regularidade com que as atualizações são lançadas aumenta as chances de ocorrer efeitos colaterais indesejáveis (na comparação com o modelo anterior, que consistia no lançamento de novas versões do Windows de tempos em tempos). O que nos leva aos bugs — termo que significa “inseto”, mas entrou para o léxico da informática com o sentido de “defeito” — tanto de hardware quanto de software, embora seja usado mais comumente com sinônimo de “erro de programação” — depois que Willian Burke, operador de um computador Mark II da marinha americana, descobriu que uma mariposa presa entre os fios da máquina era a causa de uma falha, e anotou a ocorrência em seu diário de bordo.

Ainda que desenvolvedores responsáveis testem exaustivamente seus produtos antes de lança-los no mercado, de lançar novos produtos no mercado, o agigantamento dos sistemas operacionais e aplicativos mais complexos (que não raro são formados por milhões de linhas de código) tornou virtualmente impossível evitar os famigerados bugs. A boa notícia é que a maioria dessas falhas é corrigida antes que cause dissabores aos usuários, e a má notícia é que muitas conseguem burlar o controle de qualidade, e aí a porca torce o rabo.

Observação: Microsoft, Google, PayPal, Facebook, Instagram, entre outros, oferecem recompensas em dinheiro a pesquisadores, usuários e até hackers que encontram bugs ou brechas de segurança em seus programas, sistemas ou sites.

Por razões cujo detalhamento não vem ao caso, alguns bugs são inócuos ou se manifestam somente em situações específicas (quando e se o usuário instala um determinado aplicativo, por exemplo), ao passo que outros provocam instabilidades, intermitências, travamentos, enfim, infernizam, em maior ou menor grau, a vida dos usuários. 

O que nos leva de volta à Microsoft e ao Windows 10 (e à próxima postagem, para não encompridar demais este texto).