quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

NOTEBOOKS E DESKTOPS EM ALTA

MOMENTOS BONS E RUINS FAZEM PARTE DA VIDA. A DIFERENÇA É QUE UNS MARCAM E OS OUTROS ENSINAM.

Bastou dizer que a popularização dos ultraportáteis reduziu significativamente a procura por notebooks — e que estes já haviam derrubado as vendas de desktops — para a Apple e a Samsung anunciarem forte crescimento das vendas em relação ao último ano.

No geral, o mercado total de PCs registrou um aumento de 23% no comparativo anual, sendo a Lenovo a líder, com 23,5 milhões de tablets, notebooks e desktops vendidos. Ao todo, 124,5 milhões de unidades de PCs foram comercializadas, com destaque para os Chromebooks, cuja demanda cresceu 122%. Já os tablets e notes tiveram aumento de 88% nas vendas, sendo a segunda categoria com maior desempenho (comercialmente falando) em computação pessoal.

Aqui cabe abrir um parêntese para esclarecer que Chromebooks são a reedição revista e atualizada dos netbooks (dos quais falaremos numa próxima postagem). Trata-se, basicamente, de portáteis semelhantes aos notes, só que com configuração espartana (visando a um preço mais acessível), sistema operacional Chrome OS (derivado do projeto Chromium), projetados para funcionar sempre conectados à Internet (embora tenham se tornado capazes de executar diversas funções offline) e voltados, sobretudo, a estudantes e usuários que precisam de um PC básico, suficiente apenas para navegar, editar documentos e acessar redes sociais, mas que acham o tablet muito limitado.

Via de regra, os Chromebooks não suportam aplicativos tradicionais de desktop (exceto os nativos e alguns modelos desenvolvidos para o sistema Android. É possível fazê-los reconhecer programas do Linux — sistema de código aberto a partido do qual o kernel (núcleo) do Chrome OS foi desenvolvido —, mas o processo não é lá muito simples. Quanto às dimensões, esses aparelhos tendem a ser menores, mais simples, mais leves e mais  que os notebooks, e no que tange à configuração de hardware, a maioria utiliza CPU Intel Celeron, tem unidades de armazenamento em memórias Flash e memória RAM não expansíveis e em pouca quantidade.

A tela pode ou não ser touchscreen, e o dispositivo pode ou não ser um 2 em 1 — que permite o uso como laptoptablet, ou nos modos tenda e apresentação. A exemplo dos notes, eles podem utilizar periféricos como drives externos, mouses e teclados USB, bem como ser conectados a um aparelho de TV ou monitor HDMI. Todavia, a exemplo dos notebooks modernos, eles não dispõem de drive de mídia óptica (para CD, DVD, Blu-ray).

Existem modelos de configurações bem simples, como o Samsung XE501C13-AD3BR, com processador Intel Celeron, 4 GB de RAM e 32 GB de espaço interno, que custa por volta de R$ 3 mil (na Americanas.com), e outros menos potentes (o propósito original da linha é fornecer laptops baratos), entre os quais vale mencionar o Chromebook Plus V2 da Samsung, que custa cerca de R$ 2,5 mil no Extra.com, e o Chromebook C202SA, da Asus. Fecho o parêntese.

O crescimento nas vendas de computadores foi influenciado pelo contexto que envolve a pandemia sanitária e as medidas de isolamento social, o que acabou implicando o aumento do consumo de opções mais acessíveis. De acordo com a Canalys, a demanda deve continuar crescente no curto prazo, mas a mesma tendência não se verifica em relação a desktops, apesar do aumento de 7% na venda dos all-in-one. No geral, a procura por modelos "de mesa caiu" 32% contra o último ano.

Observação: A exemplo dos notebooks, os PCs all-in-one são uma alternativa interessante ao desktop convencional, pois trazem a placa-mãe e demais componentes internos embutidos na face posterior do monitor de vídeo, proporcionando um visual clean e uma significativa economia de espaço sobre a mesa de trabalho — onde, além do próprio monitor, só é preciso manter o teclado e o mouse (de preferência wireless). Existem até modelos com telas de 27”, que podem ser pendurados na parede e usados para assistir a filmes em streaming, jogar games e por aí vai.

A Apple tem a segunda maior cota de mercado no terceiro trimestre de 2020 (17,7%), seguindo de perto a Lenovo (18,9%) e registrando crescimento de 40,9%. A Samsung tem o maior crescimento percentual (86,2%), mas ainda está longe em números absolutos, com cota de 8% no mercado de PCs. No entanto, fazendo um recorte para o mercado de tablets, exclusivamente, a fabricante sul-coreana conseguiu um ótimo desempenho, com crescimento de 79,8% e cota de mercado de 20,4%. Nesse segmento, a Samsung fica atrás apenas da Apple, que conquistou uma fatia de 34,4% com a venda de 15,2 milhões de iPads no terceiro trimestre. No geral, a categoria registrou aumento de 44% e as fabricantes HuaweiAmazon e Lenovo ajudam a compor o Top 5.

Para a Canalys, os tablets são mais amigáveis aos iniciantes e terão papel fundamental na transformação digital daqui para a frente. O estudo revela ainda que a HP lidera o mercado de Chromebooks, com a maioria das remessas nos Estados Unidos, mas a Lenovo surpreendeu no crescimento de 300% para este segmento, vendendo 1,8 milhão de unidades. A conferir.

Com TecnoblogCanalys