sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

5G NEM CHEGOU AO BRASIL E EMPRESAS JÁ PLANEJAM O 6G

 SE SUA ÚNICA EXIGÊNCIA FOR A OBEDIÊNCIA, VOCÊ LOGO ESTARÁ CERCADO DE BOBOS.

O imbróglio do 5G no Brasil é uma novela de muitos capítulos graças a luminares colocados no Itamaraty pelo luminar que uma récua de muares munidos de título eleitoral nos obrigou a colocar no Palácio do Planalto. Mesmo assim, a indústria das telecomunicações já prepara o 6GAppleGoogle e LG passaram a integrar a Next G Alliance (composto por AT&T, Bell, Facebook, Microsoft, NOKIA Qualcomm e Ericsson, entre outros gigantes), que lidera o desenvolvimento da sexta geração com dominância norte-americana.

A briga pela dominância do 6G faz sentido: os Estados Unidos mantêm um conflito com a China por conta da presença da Huawei no mundo e acusam a empresa de espionagem para o Partido Comunista Chinês. Isso gerou uma série de restrições à fornecedora em diversos países no mundo e um impasse no Brasil, sobretudo porque a China não só e nosso maior parceiro comercial, mas também porque vem desse país os insumos para o Butantan e a Fiocruz produzirem seus imunizantes contra a Covid. E agora, com Joe Biden em vez do neandertal Donald Trump na Casa Branca, a coisa mudou bastante por aqui.

Samsung espera que a conclusão do padrão para as redes 6G e sua data inicial de comercialização ocorram em 2028, e a comercialização em massa, em 2030. A expectativa dos pesquisadores é que a rede móvel utilize frequências na casa dos terahertz, com potencial para velocidades de até 1 terabit por segundo (ou 1000 Gbps), superando em muito o atual recorde do 5G (10 Gbps), o que será sopa no mel para usuários de tecnologias como realidade estendida (XR), hologramas móveis de alta fidelidade e réplicas digitais, além de cidades inteligentes, cirurgias remotas, hologramas e fábricas automatizadas.

Um relatório publicado no mês passado pela empresa chinesa de análises Counterpoint Research dá conta de que a latência na casa dos microssegundos permitirá o controle em tempo real de maquinários e robôs, transmissões de mídias em resoluções de até 16K, ou 15360 × 8640 pixels e transporte sem fio de imagens e vídeos holográficos (conhecido como holoportation), entre outros. Como nada é perfeito, a novidade exigirá dispositivos com melhor eficiência energética, canais Line of Sight (LoS), IA adequada para otimizar as transmissões e metamateriais para a construção das antenas capazes de trabalhar no espectro planejado da rede, entre 300 GHz e 3 THz (TeraHertz).

Quem viver verá.