VOCÊ PODE ADIAR, MAS O TEMPO NÃO POSTERGA.
Fundado em 2009 como uma startup e adquirido pelo Facebook em 2014, o WhatsApp é hoje o comunicador mais popular do mundo, com cerca de 2 bilhões de usuários ativos e 5 bilhões de downloads só na Play Store.
O programa foi criado com o propósito de substituir os torpedos SMS, que eram limitados, e chegou a experimentar um modelo de negócios com assinatura anual. No entanto, ele continuou a ser oferecido de graça e mesmo depois que passou para o guarda-chuva de Mark Zuckerberg não houve cobrança nem anúncios no aplicativo. O compartilhamento de dados com o Face e a integração do app com pagamentos, contudo, vem se tornando a aposta para tornar o serviço lucrativo.
Em 2019, Zuckerberg anunciou ter planos de integrar
o WhatsApp com o Messenger e Instagram Direct, ambos aplicativos de
conversa que pertencem à empresa dele. Em setembro, a companhia juntou
mensagens do Instagram e Messenger, permitindo que usuários do Messenger
começassem conversas e chamadas de vídeo com pessoas que estão no Instagram
e vice-versa. A opção ainda está em fase de testes.
O Facebook
foi alvo de acusações de monopólio nos Estados Unidos em dezembro
passado, após a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos EUA
e 48 autoridades estaduais apontaram que a companhia mantém seu domínio nas
redes sociais por meio de uma conduta anticompetitiva. São citadas como partes
dessa estratégia as compras dos então rivais em ascensão Instagram e WhatsApp
pela companhia — em negócios bilionários fechados em 2012 e 2014,
respectivamente. A comissão considera a possibilidade de que isso tenha de ser
desfeito. A integração desses aplicativos vai na contramão de soluções
apresentadas pelas autoridades americanas, que incluem a venda desses
ativos ou a divisão deles.
O Facebook é mais eclético que o irmão adotivo. Ele oferece Status/Stories, videochamadas criptografadas com até 8
pessoas (50 por meio da integração com as Salas do Messenger),
recursos adicionais para contas comerciais (incluindo pagamentos, já
disponíveis em algumas regiões), enquanto WhatsApp impõe restrições ao encaminhamento
de mensagens e ao tamanho dos grupos, além de não poder ser usado em outros
dispositivos sem que o telefone esteja ligado e conectado à Internet.
O WhatsApp adotou a tecnologia de criptografia
do Signal em 2016, melhorando sua segurança de forma significativa, mas
não vem acompanhando os aprimoramentos do concorrente (o código-fonte do WhatsApp
é fechado). Para além disso, e obrigatório divulgar o número de telefone para
receber e enviar mensagens de outros usuários. As mensagens do WhatsApp são
criptografadas, mas o comportamento dos usuários no app (frequência de uso,
contatos e grupos) pode ser levado em conta pelo Face para modelar o
perfil que determina sugestões de contato, publicidade direcionada e outras
ferramentas comerciais.
Continua...