QUEM NÃO CONHECE A VERDADE NÃO PASSA DE UM TOLO, MAS QUEM A CONHECE E A CHAMA DE MENTIRA É UM CRIMINOSO.
Viver em sociedade impôs aos seres humanos a necessidade de desenvolver uma forma de comunicação, e em algum momento da assim chamada “evolução da espécie” o bicho-homem a adquiriu a capacidade de se expressar.
A linguagem propriamente dita remonta ao surgimento dos humanos anatomicamente modernos (há cerca de 160 mil anos), pois foi somente a partir de então que eles passaram a ter um cérebro suficientemente complexo para fazer comunicação simbólica.
No entanto, crânios de hominídeos que viveram 500 mil anos atrás sugerem que o Homo Heidelbergensis — um parente distante na linha ancestral que leva ao Homo Sapiens — já era capaz de entender a fala. Mas a linguagem escrita veio muito tempo depois.
Sistemas rudimentares de escrita surgiram milênios antes da Era Cristã, mas as primeiras inscrições (conhecidas como hieroglíficas ou pictóricas) eram desenhos que tentavam reproduzir conceitos ou coisas. Mais adiante, surgiram os primeiros alfabetos, que foram ganhando maior complexidade conforme passaram a representar sons (fonemas).
A interação verbal pode ser oral ou escrita, e tanto num caso como noutro há dois planos de sentidos para as palavras e enunciados: o denotativo, que é literal, e o conotativo, que é figurado.
Quando
falamos, somos mais espontâneos e informais do que quando escrevemos, pois, além de ser gramaticalmente mais rígida do que a linguagem oral, a escrita carece de recursos extralinguísticos (entonação
vocal, expressão facial, postura etc.) que permitem identificar quando o interlocutor está sendo irônico ou rindo de uma piada. E foi justamente para suprir essa lacuna que surgiram os emoticons e emojis.
No início do século, quando programas mensageiros como ICQ,
MSN e assemelhados se popularizaram, digitava-se uma sequência de “K”
(“KKKKKKKKK”) ou de “RS” (“RSRSRSRSRSRS”) para indicar que a frase fora
escrita em tom de brincadeira. Posteriormente, elementos gráficos passaram a ser
usados para expressar emoções, e assim surgiram os smileys (ou emoticons)
e os emojis.
Os primeiros emoticons — de “emoção +
ícone”, em inglês — foram criados nos anos 1980 pelo professor Scott Fahlman,
da Universidade Carnegie Mellon, e combinavam dois pontos (:),
traço (-) e parêntesis para representar rostinhos sorridentes 😊 ou amuados ☹. Logo surgiram
variações para representar outras emoções, que não demoraram a ganhar o mundo (note que na Ásia tudo é na horizontal, já que lá a
emoção é mais delimitada pelos olhos que pela boca; a risada, por exemplo, é ^.^).
Os emojis surgiram cerca de uma década depois, e sua paternidade
é atribuída ao cientista da computação japonês Shigetaka Kurita, que
trabalhava no desenvolvimento do i-mode (primeiro serviço de internet
móvel do mundo). Ele teria se inspirado nos ícones que os meteorologistas
usavam para indicar tempo ensolarado ou chuvoso e nos símbolos empregados em mangás
(histórias em quadrinhos japonesas). O primeiro conjunto era composto por 176
símbolos distintos, cada um com 12 pixels de resolução.
Observação: A palavra “emoji” vem da
união de “e” (絵), que significa imagem em
japonês, e “moji” (文字), que significa letra. Ou
seja, são símbolos que representam uma ideia, palavra ou frase completa e têm a
aparência de expressões, objetos, animais, tipos de clima etc.
Há ainda um tipo específico de emoticon que é
popularmente conhecido como kaomoji e caracterizado por sua complexidade
(como os que são exibidos na porção inferior da figura que ilustra esta
postagem). A maioria é formada por letras do alfabeto cirílico e outros
caracteres que não integram a codificação ASCII (usada em computadores e
sistemas operacionais ocidentais) e aparecem para nós como um quadradinho
branco.
Continua...