É UMA PENA QUE O LIMITE DA INTELIGÊNCIA HUMANA NÃO SEJA PROPORCIONAL AO DA SUA ESTUPIDEZ.
O Facebook e o WhatsApp (que também é controlado por Mark Zuckerberg) representam a maior rede de mensagens no mundo, segundo um estudo elaborado pelo site SimilarWeb. Mas as recentes mudanças na política de privacidade do WhatsApp, que preveem uma integração maior com o Facebook, levaram muita gente a buscar alternativas — como o Telegram, que disse ter recebido 25 milhões de novos usuários em nas 72 horas após o WhatsApp começar a exigir que os usuários concordassem as mudanças.
Outro nome que está chamando a atenção é o
Signal, que muitos analistas consideram o melhor aplicativo da categoria e
cujo uso eu recomendo se você realmente faz questão de privacidade em suas
comunicações (a versão para Android pode ser baixada a
partir deste
link), cujo número de downloads aumentou 4.200% em relação à semana
anterior ao anúncio do Facebook sobre o WhatsApp.
O WhatsApp começou a enviar em janeiro
uma notificação sobre mudanças em sua política de privacidade. A novidade
garante o compartilhamento de dados com o Facebook, e está
relacionada com funções como o carrinho
de compras em conversas com lojas (segundo a empresa, o recurso ajuda a
organizar pedidos).
A notificação dizia: "Ao tocar em aceito, você
concorda com os novos termos e com a política de privacidade, que entram em
vigor em 8 de fevereiro de 2021. Depois dessa data, você precisará aceitar
as atualizações para continuar usando o WhatsApp. Você também pode visitar
a Central de Ajuda se preferir apagar a sua conta e desejar obter mais informações".
Ou seja: o aceite era obrigatório; quem quisesse continuar o aplicativo não
tinha alternativa senão compartilhar seus dados pessoais. Os termos passaram a
vigorar no último dia 8 e possuem seções que permitem que empresas ligadas ao Facebook
(Facebook Payments, Onavo, Facebook Technologies e CrowdTangle)
armazenem, gerenciem e processem dados do WhatsApp.
A última vez que o app fez uma grande mudança de
política de privacidade foi em 2016, mas as pessoas que já usavam o programa podiam
negar o compartilhamento de dados com o Facebook. Novas contas, por
outro lado, não tinham alternativa. Em suma: muitas pessoas já compartilhavam
os dados; a partir de agora, todos, inclusive os que negaram o compartilhamento
em 2016, terão que concordar com a política de privacidade ou deixar de usar o
aplicativo. Segundo a companhia, o programa usa criptografia
ponta-a-ponta, o que significa que somente o remetente e destinatário podem
visualizar o conteúdo.
Entre os dados que o WhatsApp pode compartilhar
com outras empresas do Facebook estão informações de registro, como
o número de telefone; endereço IP; informações sobre o
dispositivo utilizado; dados de transações e pagamentos; informações
sobre como você interage com outros (incluindo negócios). As informações
podem ser usadas para ajudar a aprimorar os sistemas de infraestrutura e
entrega; entender como os serviços são usados; promover proteção, segurança e
integridade em todos os produtos; aprimoramento dos serviços e experiências,
incluindo sugestões para os usuários (como a recomendação de conteúdo, conexões
de grupos ou amigos); integração para conectar o WhatsApp com outros
produtos do Facebook.
Enquanto espera o próximo capítulo, que tal dar uma
olhada no que diz a LEI GERAL DE PROTEÇÃO
DE DADOS (LGPD)?