terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

SOBRE O FACEBOOK E O WHATSAPP

É UMA PENA QUE O LIMITE DA INTELIGÊNCIA HUMANA NÃO SEJA PROPORCIONAL AO DA SUA ESTUPIDEZ.

O Facebook e o WhatsApp (que também é controlado por Mark Zuckerberg) representam a maior rede de mensagens no mundo, segundo um estudo elaborado pelo site SimilarWeb. Mas as recentes mudanças na política de privacidade do WhatsApp, que preveem uma integração maior com o Facebook, levaram muita gente a buscar alternativas — como o Telegram, que disse ter recebido 25 milhões de novos usuários em nas 72 horas após o WhatsApp começar a exigir que os usuários concordassem as mudanças.

Outro nome que está chamando a atenção é o Signal, que muitos analistas consideram o melhor aplicativo da categoria e cujo uso eu recomendo se você realmente faz questão de privacidade em suas comunicações (a versão para Android pode ser baixada a partir deste link), cujo número de downloads aumentou 4.200% em relação à semana anterior ao anúncio do Facebook sobre o WhatsApp.

WhatsApp começou a enviar em janeiro uma notificação sobre mudanças em sua política de privacidade. A novidade garante o compartilhamento de dados com o Facebook, e está relacionada com funções como o carrinho de compras em conversas com lojas (segundo a empresa, o recurso ajuda a organizar pedidos).

A notificação dizia: "Ao tocar em aceito, você concorda com os novos termos e com a política de privacidade, que entram em vigor em 8 de fevereiro de 2021. Depois dessa data, você precisará aceitar as atualizações para continuar usando o WhatsApp. Você também pode visitar a Central de Ajuda se preferir apagar a sua conta e desejar obter mais informações". Ou seja: o aceite era obrigatório; quem quisesse continuar o aplicativo não tinha alternativa senão compartilhar seus dados pessoais. Os termos passaram a vigorar no último dia 8 e possuem seções que permitem que empresas ligadas ao Facebook (Facebook Payments, Onavo, Facebook Technologies e CrowdTangle) armazenem, gerenciem e processem dados do WhatsApp.

A última vez que o app fez uma grande mudança de política de privacidade foi em 2016, mas as pessoas que já usavam o programa podiam negar o compartilhamento de dados com o Facebook. Novas contas, por outro lado, não tinham alternativa. Em suma: muitas pessoas já compartilhavam os dados; a partir de agora, todos, inclusive os que negaram o compartilhamento em 2016, terão que concordar com a política de privacidade ou deixar de usar o aplicativo. Segundo a companhia, o programa usa criptografia ponta-a-ponta, o que significa que somente o remetente e destinatário podem visualizar o conteúdo.

Entre os dados que o WhatsApp pode compartilhar com outras empresas do Facebook estão informações de registro, como o número de telefone; endereço IP; informações sobre o dispositivo utilizado; dados de transações e pagamentos; informações sobre como você interage com outros (incluindo negócios). As informações podem ser usadas para ajudar a aprimorar os sistemas de infraestrutura e entrega; entender como os serviços são usados; promover proteção, segurança e integridade em todos os produtos; aprimoramento dos serviços e experiências, incluindo sugestões para os usuários (como a recomendação de conteúdo, conexões de grupos ou amigos); integração para conectar o WhatsApp com outros produtos do Facebook.

Enquanto espera o próximo capítulo, que tal dar uma olhada no que diz a LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)?