Retomando nossa conversa do ponto em que a interrompemos
no post anterior, você pode recorrer ao site "Fui Vazado" para descobrir se foi
afetado pelo vazamento
de dados pessoais que atingiu 220 milhões de brasileiros. Todavia, os especialistas
estão divididos sobre a legalidade e a segurança desse serviço.
A página entrou ao ar no dia 28 de janeiro e recebeu 445
mil consultas em apenas 24 horas. Segundo o desenvolvedor, que trabalha na
formação e inclusão profissional de autistas (como ele), o objetivo do site é
facilitar a consulta por parte dos interessados, e não há financeiro por trás
da ferramenta — embora procure anunciantes para custear despesas e evitar a
instabilidade do serviço (em razão do grande número de acessos simultâneos).
Os dados vazados foram disponibilizados em um fórum na
internet cujo link foi removido dias atrás. Para fazer a consulta é preciso
digitar CPF e data de nascimento. Feito isso, o consultante é redirecionado
para outra página, onde há uma lista com todas as informações vazadas. Na
lateral direita desse lista, a caixinha de verificação ao lado do item (email,
telefone, endereço, RG, título de eleitor, CPF etc.) assinalada em verde
significa que a informação foi vazada.
Apesar de útil, o serviço suscita divergências quanto à
legalidade. A especialista em proteção de dados e advogada no escritório Raul
Bergisch, Daniela Rauch, observa que "por não ter fins
econômicos, a plataforma não fere a Lei
Geral de Proteção de Dados”. A questão é que qualquer pessoa pode
consultar dados de quaisquer pessoas, quando o ideal seria as informações
serem liberadas somente a quem de direito.
Segurança absoluta é Conto da Carochinha. Sempre há riscos de o site ser invadido e os dados, roubados. O acesso ao número de informações reunidas no banco de dados vazado permite aos golpistas fazer o diabo — obter cartões de crédito em nome de terceiros é apenas um exemplo. Infelizmente, aos cidadãos de bem não há muito que fazer senão acompanhar atentamente as movimentações bancárias e de cartões de crédito.