RELIGIÃO SEM CIÊNCIA É MANCA. CIÊNCIA SEM RELIGIÃO É CEGA.
Comparar preços é fundamental, sobretudo em época de
vacas magras. Mas basear-se apenas no preço é arrependimento na certa. Via de
regra, recebemos aquilo pelo que pagamos — e olhe lá. Claro que nem tudo que
custa mais caro é melhor, mas tudo que é melhor tende a custar mais caro.
De nada adianta economizar dois tostões no ato da
compra e levar para casa um produto de má qualidade e recursos insuficientes
para as tarefas que você precisa executar. Como diz o ditado, o barato sai caro,
e quem paga mal paga duas vezes.
A arquitetura modular foi determinante para a popularização
dos desktops (ou PCs de mesa), seja por facilitar a integração (montagem) do aparelho,
seja por permitir upgrades de hardware que, nos portáteis, quando possíveis, ficam
restritos aos subsistemas de memória, disco e, eventualmente, ao processador —
desde que o modelo desejado seja de marca e família iguais aos da CPU original,
devido às limitações impostas pelo soquete e pelo chipset da placa-mãe, como
veremos mais adiante.
É importante ter em mente que upgrades tecnicamente
possíveis nem sempre são compensadores do ponto de vista financeiro. Em tese,
pode-se transformar um velho Ford 1951
num poderoso Hot Rod; na prática, a conversão
dá um bocado de trabalho e custa os olhos da cara, sem falar que pode ficar bem
aquém do esperado.
No escopo da TI,
um Samsung All In One E1 (que custa cerca
de R$ 2,8 mil) não decepciona um
usuário doméstico que precise do PC para processar textos, navegar na Web e
executar outras tarefas corriqueiras. Por outro lado, seus recursos de hardware
são insuficientes para quem quer jogar games radicais e rodar programas de editoração
gráfica exigentes.
Supondo que fosse fisicamente possível substituir o
modesto Intel® Celeron Processor 4205U
nativo desse modelo da Samsung por
um AMD Ryzen 9 3900X, e o módulo de 4GB de memória RAM por quatro pentes HyperX
FURY DDR4 RGB de 16GB cada, os
gastos girariam em torno de R$ 8 mil
(valor mais que suficiente para comprar um desktop poderoso, ou mesmo um
notebook de configuração robusta).
PCs “de mesa” são mais receptivos ao upgrade que modelos all in one e notebooks, mas isso não significa que basta querer para poder. Modelos de entrada de linha são integrados a partir de placas-mãe mini-ATX do tipo “tudo onboard”, que reduzem o custo de fabricação e, consequentemente, o preço final do aparelho, tornando o produto mais competitivo e atraente aos olhos (e ao bolso) do consumidor. Todavia, fazer um upgrade "como manda o figurino" numa máquina dessas significa aproveitar o teclado, o mouse, o monitor e, com alguma sorte, o gabinete.