NÃO HÁ NADA PIOR QUE UM BURRO COM INICIATIVA.
O sintoma mais comum de “inchaço” do perfil de usuário (detalhes na postagem anterior) é o tempo anormal que o computador leva, depois que é ligado, para se tornar operacional.
A demora não se limita ao boot e ao carregamento do sistema. Mesmo depois que o usuário faz o logon e o desktop surge na tela, abrir o navegador ou outro aplicativo é um teste de paciência.
Não faltam reclamações, no fórum da Microsoft, de donos de PCs novos (ainda na garantia) e configuração robusta (CPU Intel Core i5 de 7ª geração, 8GB de RAM DDR4 e drive de HD eletromecânico de 1TB, p.ex.) que levam mais de 10 minutos para se deixarem operar.
A solução detalhada no post anterior pode ou não resolver, já que desgraça pouca é bobagem e um problema nunca vem sozinho. Portanto:
Evite prolongar uma sessão do Windows por muitas
horas (ou dias a fio). Reiniciar o computador de tempos em tempos elimina
arquivos temporários, limpa o cache
de memória e exclui “sobras” de aplicativos que já foram encerrados,
mas não devolveram todo o espaço que ocupavam na RAM, o que deixa o
sistema lento ou mesmo errático. O problema é que reiniciar uma máquina que
leva dez ou mais minutos para carregar o Windows e passar o comando ao
usuário não é uma perspectiva muito animadora.
O Google Chrome é o queridinho da maioria dos
internautas, mas seu apetite por recursos (ciclos da CPU, espaço na memória etc.)
é pantagruélico. As abas são interessantes porque dispensam a abertura de
várias instâncias do navegador ao mesmo tempo, mas cada aba aberta é um
processo em separado; quanto mais abas, maior o consumo de recursos e, consequentemente,
a degradação do desempenho do browser e do sistema como um todo.
A extensão The
Great Suspender monitora o uso das abas em tempo real e coloca em
animação suspensa as que estão inativas. Depois de instalar o complemento,
reinicie o Chrome, clique no ícone que será exibido à direita
da barra de endereços e, no menu suspenso, clique em Configurações, ajuste
o tempo de inatividade e reinicie o navegador — o intervalo padrão é de
uma hora, mas você pode definir algo entre 20 segundos e 3 dias
(eu sugiro 5 minutos).
Convém também desabilitar (ou excluir) extensões desnecessárias.
Também conhecidas como plugins, esses programinhas ampliam a funcionalidade do
browser, mas consomem muita memória. Algumas, inclusive, são instaladas à
revelia do usuário (de carona com freewares
baixados da Web por exemplo) e podem comprometer a segurança do sistema. Digite chrome://extensions na
barra de endereços do Chrome, pressione a tecla Enter e
faça uma faxina em regra.
Temas e outras firulas são “bonitinhos”, mas também
consomem recursos do sistema. Caso seu PC tenha menos de 6GB de RAM,
clique em Configurações > Temas e restabeleça a
configuração padrão do Chrome. Aproveitando o embalo,
pressione Ctrl + Shift + Del e faça uma faxina no cache do
navegador (e repita essa operação semanalmente).
Lentidão, instabilidade e travamentos frequentes são
problemas que podem ser resolvidos mediante a desinstalação e reinstalação
do Chrome. Mas não parta para o tratamento de choque sem antes
digitar chrome://settings na barra de endereços, rolar a tela
até o final, clicar em Avançado e em Restaurar
configurações para os padrões originais. Feito isso, reinicie o Chrome
e veja como ele se comporta.
Observação: Um recurso que pouca gente
conhece é o Gerenciador de Tarefas do Chrome, inspirado no recurso
homônimo do Windows (que muita gente também desconhece). Com o
navegador aberto, tecle Shift + Esc para convocar o Gerenciador e
visualizar os processos que estão em execução nos bastidores. Para identificar
os itens mais gulosos, organize a lista por memória, CPU ou rede (dê um clique
direito na barra que fica logo acima da lista de processos para adicionar
outras categorias). Para encerrar uma aba ou extensão que esteja detonando os
recursos do sistema, basta selecionar o item malcomportado e clicar em Encerrar
processo.
Se seu Windows estiver instalado num HDD
tradicional (eletromecânico), o ReadyBoost
utiliza uma unidade flash externa (pendrive, SSD externo ou cartão
de memória) para emular memória RAM e minimizar o acesso à memória
virtual — que emula memória física a partir de um arquivo de troca (swap
file) criado no disco rígido, para onde o Gerenciador de Memória
Virtual remete as sessões que não são prioritárias naquele momento — e
de onde as traz de volta quando necessário. Esse recurso, desenvolvido
pela Intel e aprimorado ao longo dos anos, continua sendo
usado até hoje, a despeito da lentidão que ele acarreta ao sistema por ser
baseado no drive de HD — um dispositivo
ultrapassado e milhares de vezes mais lento que a já relativamente
lenta memória RAM.
Continua...