quarta-feira, 10 de março de 2021

WINDOWS — INICIALIZAÇÃO LENTA — COMO RESOLVER (TERCEIRA PARTE)

NÃO HÁ NADA PIOR QUE UM BURRO COM INICIATIVA.

O sintoma mais comum de “inchaço” do perfil de usuário (detalhes na postagem anterior) é o tempo anormal que o computador leva, depois que é ligado, para se tornar operacional. 

A demora não se limita ao boot e ao carregamento do sistema. Mesmo depois que o usuário faz o logon e o desktop surge na tela, abrir o navegador ou outro aplicativo é um teste de paciência. 

Não faltam reclamações, no fórum da Microsoft, de donos de PCs novos (ainda na garantia) e configuração robusta (CPU Intel Core i5 de 7ª geração, 8GB de RAM DDR4 e drive de HD eletromecânico de 1TB, p.ex.) que levam mais de 10 minutos para se deixarem operar. 

A solução detalhada no post anterior pode ou não resolver, já que desgraça pouca é bobagem e um problema  nunca vem sozinho. Portanto: 

Evite prolongar uma sessão do Windows por muitas horas (ou dias a fio). Reiniciar o computador de tempos em tempos elimina arquivos temporários, limpa o cache de memória e exclui “sobras” de aplicativos que já foram encerrados, mas não devolveram todo o espaço que ocupavam na RAM, o que deixa o sistema lento ou mesmo errático. O problema é que reiniciar uma máquina que leva dez ou mais minutos para carregar o Windows e passar o comando ao usuário não é uma perspectiva muito animadora.

O Google Chrome é o queridinho da maioria dos internautas, mas seu apetite por recursos (ciclos da CPU, espaço na memória etc.) é pantagruélico. As abas são interessantes porque dispensam a abertura de várias instâncias do navegador ao mesmo tempo, mas cada aba aberta é um processo em separado; quanto mais abas, maior o consumo de recursos e, consequentemente, a degradação do desempenho do browser e do sistema como um todo.

A extensão The Great Suspender monitora o uso das abas em tempo real e coloca em animação suspensa as que estão inativas. Depois de instalar o complemento, reinicie o Chrome, clique no ícone que será exibido à direita da barra de endereços e, no menu suspenso, clique em Configurações, ajuste o tempo de inatividade e reinicie o navegador — o intervalo padrão é de uma hora, mas você pode definir algo entre 20 segundos e 3 dias (eu sugiro 5 minutos).

Convém também desabilitar (ou excluir) extensões desnecessárias. Também conhecidas como plugins, esses programinhas ampliam a funcionalidade do browser, mas consomem muita memória. Algumas, inclusive, são instaladas à revelia do usuário (de carona com freewares baixados da Web por exemplo) e podem comprometer a segurança do sistema. Digite chrome://extensions na barra de endereços do Chrome, pressione a tecla Enter e faça uma faxina em regra.

Temas e outras firulas são “bonitinhos”, mas também consomem recursos do sistema. Caso seu PC tenha menos de 6GB de RAM, clique em Configurações > Temas e restabeleça a configuração padrão do Chrome. Aproveitando o embalo, pressione Ctrl + Shift + Del e faça uma faxina no cache do navegador (e repita essa operação semanalmente).

Lentidão, instabilidade e travamentos frequentes são problemas que podem ser resolvidos mediante a desinstalação e reinstalação do Chrome. Mas não parta para o tratamento de choque sem antes digitar chrome://settings na barra de endereços, rolar a tela até o final, clicar em Avançado e em Restaurar configurações para os padrões originais. Feito isso, reinicie o Chrome e veja como ele se comporta.

Observação: Um recurso que pouca gente conhece é o Gerenciador de Tarefas do Chrome, inspirado no recurso homônimo do Windows (que muita gente também desconhece). Com o navegador aberto, tecle Shift + Esc para convocar o Gerenciador e visualizar os processos que estão em execução nos bastidores. Para identificar os itens mais gulosos, organize a lista por memória, CPU ou rede (dê um clique direito na barra que fica logo acima da lista de processos para adicionar outras categorias). Para encerrar uma aba ou extensão que esteja detonando os recursos do sistema, basta selecionar o item malcomportado e clicar em Encerrar processo.

Se seu Windows estiver instalado num HDD tradicional (eletromecânico), o ReadyBoost utiliza uma unidade flash externa (pendrive, SSD externo ou cartão de memória) para emular memória RAM e minimizar o acesso à memória virtual — que emula memória física a partir de um arquivo de troca (swap file) criado no disco rígido, para onde o Gerenciador de Memória Virtual remete as sessões que não são prioritárias naquele momento — e de onde as traz de volta quando necessário. Esse recurso, desenvolvido pela Intel e aprimorado ao longo dos anos, continua sendo usado até hoje, a despeito da lentidão que ele acarreta ao sistema por ser baseado no drive de HD — um dispositivo ultrapassado e milhares de vezes mais lento que a já relativamente lenta memória RAM.

Continua...