AUJOURD’HUI ROI, DEMAIN RIEN.
Instalar um SSD
SATA III numa placa-mãe que não suporta essa versão do barramento
pode não justificar o investimento e o trabalho, conforme eu disse na postagem
anterior. Para entender isso melhor, vejamos conceitos de informatiquês
traduzidos para o português. Acompanhe.
Se compararmos o
processador ao “cérebro” do PC, a placa-mãe (ou motherboard, ou ainda placa-de-sistema)
será seu “coração”. É ele que integra o BIOS e o chipset,
que provê funcionalidade ao computador e determina, dentre outras coisas, quais
processadores podem ser utilizados, o tipo e a quantidade máxima de memória
suportada, as frequências dos barramentos, a quantidade de slots de expansão, portas
seriais, paralelas e USB (que definem
quais e quantos dispositivos podem ser agregados ao sistema), além de
oferecer soquetes para o processador e para os módulos de memória,
controladoras para interfaces SATA
e/ou IDE/ATA (drives de HD e
ópticos), conectores para teclado e mouse, sem mencionar os indefectíveis
reguladores de tensão, circuitos de
apoio, bateria e outros que tais.
Para entender melhor
os barramentos, podemos compará-los a linhas de metrô ― que, no computador, interligam
o processador, as memórias e os demais dispositivos e pelas quais trafegam uma
quantidade absurda de dados.
Observação: Não confunda barramentos com slots: ainda usando a analogia do metrô, um barramento seria um linha (física) e um slot, uma estação de desembarque ― na forma de soquetes e conectores onde são encaixadas as placas de expansão (vídeo, modem, som, rede, etc.) e conectados os cabos lógicos através dos quais os periféricos se comunicam com a placa.
Observação: Não confunda barramentos com slots: ainda usando a analogia do metrô, um barramento seria um linha (física) e um slot, uma estação de desembarque ― na forma de soquetes e conectores onde são encaixadas as placas de expansão (vídeo, modem, som, rede, etc.) e conectados os cabos lógicos através dos quais os periféricos se comunicam com a placa.
Os primeiros PCs
utilizavam um único barramento geral, já que a convivência entre componentes
rápidos (como a CPU e a memória) e lentos (como os periféricos) não causava
grandes prejuízos à performance do sistema. Mais adiante, conforme os
dispositivos foram se tornando mais rápidos, surgiram novos barramentos (frontal,
local, backside, de I/O, etc.). Note que cada slot está associado a um
barramento, mas a placa-mãe pode manter barramentos sem associá-los a slots,
como era o caso do ISA, no tempo em que o controlador de drive de
disquetes, o alto-falante, as portas seriais, paralelas e OS/2 ainda dependiam dele.
O padrão SATA (de
Serial AT Attachment) foi desenvolvido no final dos anos 1990 a partir
de uma iniciativa da Intel, pois tecnologias
futuras de armazenamento de dados exigiriam taxas de transferência não
suportadas pelo PATA (de Parallel ATA, também conhecido como ATA
ou IDE ATA). As principais diferenças entre essas tecnologias estão na
maneira como os dados são transferidos e nos cabos de dados e de energia. No SATA, os
bits trafegam em série, um de cada vez, ao passo que no PATA eles seguem
em paralelo, com blocos de 16 bits cada.
Em tese, mais bits sendo
transferidos simultaneamente proporcionam maior velocidade, mas a perda de
dados decorrente de interferências ― fenômeno conhecido como ruído ― e de outros fatores cuja
discussão foge aos propósitos desta abordagem limitou a taxa de transferência do PATA 133 a 1 Gbps. Já no SATA o ruído é praticamente inexistente, mesmo em frequências (clock) elevadas, de modo que sua taxa de transferência chega 6 Gbps. Além disso, os cabos que
conectam os drives às interfaces SATA da placa-mãe têm dimensões reduzidas
(são apenas 4 vias em vez das 40 ou 80 vias dos cabos flat usados no PATA, como você pode ver na imagem que ilustra esta postagem). E por ocuparem menos espaço, os cabos do SATA não atrapalham a circulação de ar no interior do gabinete, minimizando problemas de superaquecimento. Isso sem mencionar que é praticamente impossível conectar um cabo SATA de maneira invertida, ao contrario dos cabos flat do PATA, que entravam na posição errada sem grande esforço do integrador ― e o mesmo se aplica aos conectores de alimentação elétrica.
É mais vantajoso usar o SATA também com HDDs convencionais (eletromecânicos), tanto pelas taxas de transferência mais elevadas quanto por esse padrão dispensar a configuração
MASTER/SLAVE (cada dispositivo
utiliza um único canal de transmissão) e oferecer suporte ao hot-swap ― que permite a troca do drive
“a quente”, ou seja, com o computador ligado, o que é muito útil em servidores,
embora essas máquinas costumam usar o SAS (Serial Attached SCSI),
mas isso também foge aos propósitos desta abordagem.
Por hoje chega, pessoal. Amanhã a gente retoma daqui.
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