segunda-feira, 28 de junho de 2021

MAIS SOBRE O WINDOWS 11 E O TRUSTED PLATFORM MODULE (TPM) VERSÃO 2.0

NA SELEÇÃO NATURAL, QUEM SOBREVIVE NÃO É O MAIS FORTE NEM O MAIS INTELIGENTE, MAS O MAIS ADAPTATIVO.

Como eu disse no post anterior, o evento promovido pela Microsoft na última quinta-feira foi meio bagunçado, mas deu uma boa ideia do que esperar da próxima edição do Windows, a começar pelo nome, que será mesmo Windows 11 — e não Windows Sun Valley, como chegou a ser cogitado.

Também como foi dito (apesar de nosso humilde Blog não ser motel, sua audiência é rotativa), o Win11 deve chegar no final do ano e se distribuído gratuitamente aos usuários que rodam o Win10 em máquinas compatíveis. A gratuidade é a boa notícia. A má tem a ver com a tal compatibilidade (volto a essa questão mais adiante).

Diferentemente das versões anteriores, o botão que abre o Menu Iniciar do Win11 fica no centro da barra (quem não gostar do novo layout pode resgatar o anterior mediante uns poucos cliques do mouse). Em vez dos blocos dinâmicos (live tiles) herdados do malsinado Win8, a nova versão tem ícones estáticos. Outra novidade é a compatibilidade com aplicativos da Google Play Store, que poderão se baixados da loja oficial do Windows — aliás, a loja foi totalmente reformulada para facilitar a localização de apps, filmes, jogos e por aí afora. Note que esse benefício contempla também os usuários do Win10, que continuará recebendo suporte da Microsoft até 2025 — o que é outra boa notícia.

O Explorador de Arquivos não foi exatamente remodelado, mas ganhou novos recursos e cantos arredondados em sua janela. Os widgets que se popularizaram no Windows Vista (outro furo n’água da big tech, a exemplo das edições Millennium e 8/8.1) ressurgem na nova versão, somando-se ao do feed de notícias e interesses — uma antecipação que a Microsoft ofereceu aos usuários do Win1. Um novo painel de transferências possibilita a inserção de emojis e GIFs em aplicativos e aprimora a colagem de textos simples — que, copiados de webpages e colados no Word, p.ex., não ficam mais desalinhados (como acontece atualmente).

Voltando à hora em que a porca torce o rabo, o novo sistema é mais “exigente” que o atual em termos de recursos de hardware (para conferir se sua máquina atende os requisitos mínimos, baixe e execute o programinha fornecido pela Microsoft), mas o xis da questão é a TPM 2.0.  

Processador de dois núcleos e frequência de operação igual ou superior a 1GHz, hoje em dia, qualquer PC decente possui. O mesmo se aplica à memória RAM4GB é o mínimo recomendável para o Win10 rodar com algum fôlego. Outros complicadores... contornáveis, digamos assim, são a placa de vídeo com suporte ao DirectX 12 ou posterior com driver WDDM 2.0, o monitor com tela de alta definição (720p) com 9” ou maior e 8 bits por canal de cor, acesso à Internet e uma conta da Microsoft

UEFI — interface de firmware (software de baixo nível que controla dispositivos) que representa uma sensível evolução em relação ao velho BIOS — pode ser um complicador: Para satisfazer essa exigência, de duas, uma: ou o usuário substitui a placa-mãe do PC, ou troca de computador. Afinal, os fabricantes de PC parceiros da Microsoft precisam vender seu peixe, né?

Outro enrosco é a TPM — que, no caso, não tem a ver com tensão pré-menstrualTrusted Platform Module é o nome de um componente que pode aparecer como um chip separado na placa-mãe ou integrado ao processador. Sua função é guardar dados sensíveis — como chaves de criptografia —, criando uma barreira física contra a ação de cibercriminosos. A questão é que esse recurso surgiu há menos de dez anos e só se popularizou em 2017. A boa notícia é que você pode adquirir o componente e instalar no seu PC (se o TPM 2.0 for a única exigência que seu aparelho não atende).

Antes de qualquer outra providência, pressione as teclas Win+R, digite “tpm.msc” (sem aspas) na caixa de diálogo do Menu Executar e dê Enter. Se for exibida uma mensagem dizendo “não é possível localizar um TPM compatível” (vide figura que ilustra esta postagem), a tecnologia não está ativada — o que não significa necessariamente que o chip não esteja presente

Para descobrir o tamanho da encrenca, abra o Windows PowerShell (detalhes nesta postagem), digite “get-tpm” (sem aspas) na linha de comando e pressione a tecla Enter. 

Observação: Note que você terá de acessar o PowerShell com prerrogativas de administrador; digite “powershell” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas e selecione a opção Executar como Administrador.

Se o comando retornar a mensagem False ao invés de True, será preciso habilitar a função através do CMOS Setup — geralmente na aba Advanced, mas tanto a localização como a nomenclatura (TPM, de Trusted Plataform Module, ou PTT, de Plataform Trusted Technology, p.ex.) podem variar conforme o fabricante da UEFI e da versão instalada). Se o recurso estiver presente, basta mudar seu status de DISABLED para ENABLED e reiniciar o computador (veja mais detalhes sobre BIOS, Setup e afins nesta sequência de postagens).

Resumo da ópera: Se seu PC Windows 7, 8, 8.1 ou 10 for aprovado pela ferramenta de checagem da Microsoft (siga o link presente no 5º parágrafo desta matéria) basta aguardar o lançamento oficial do Win11 para migrar gratuitamente para o novo sistema. Caso não seja, sempre existe a possibilidade de recorrer a uma maracutaia... enfim, isso é conversa para outra postagem.