quarta-feira, 14 de julho de 2021

SEGURO MORREU DE VELHO

HÁ MUITAS RAZÕES PARA DUVIDAR E UMA SÓ PARA CRER.

Navegar na Web é como atravessar um campo minado. É preciso “confiar desconfiando”. Aliás, o conceito “Zero Trust” — “Confie, mas verifique” —, introduzido em 2010 pela consultoria Forrester Research, passa a ser agora “Jamais confie, sempre verifique”.

Há tempos que cibervigaristas se valem da engenharia social (ou vigarice 2.0) para disseminar spywares (programinhas espiões) visando capturar dados sigilosos, como senhas e números de documentos e cartões de crédito. Alguns fraudadores chegam mesmo a criar webpages falsas ou “sequestrar” páginas legítimas para de induzir os visitantes a declinar suas credenciais de acesso ou informações de conta.

O elo mais fraco da corrente somos nós, pois ainda está por nascer — ou ser criado, melhor dizendo — uma ferramenta de segurança capaz de proteger os usuários deles mesmo. Assim, segurança absoluta é mera cantilena para dormitar bovinos (e, en passant, vender softwares de proteção).

As dicas que eu elenco a seguir não são milagrosas, mas podem ajudar um bocado. A maioria é velha conhecida dos habitués  deste humilde Blog, mas a rotatividade dos visitantes justifica revisitas eventuais a temas abordados nas quase 5,5 mil postagens, de modo que vamos a elas.

Antes de clicar em algum link, pouse o cursor sobre ele e veja o que aparece no canto inferior esquerdo da tela. Para engabelar potenciais vítimas, phishers  tentam agregar autenticidade à aparência dos URLs, mas basta observá-los atentamente para identificar o dígito 1 (um) no lugar da letra l (ele) ou .net em vez de .com, por exemplo. Portanto, esquadrinhe o endereço antes de clicar e, principalmente, antes de inserir qualquer informação pessoal, como seu nome de usuário e senha.

A letra “s” após a sigla de Hypertext Transfer Protocol tem a ver com a maneira como os dados trafegam pela Internet. Em tese, um URL iniciado por “https” (combinado com o ícone do cadeado) atesta que o site criptografa os dados e têm um certificado SSL confiável. Em outras palavras, existe uma conexão segura entre o site e o navegador. Mas não se fie apenas nesses detalhes. Até porque não é difícil (para quem sabe) burlar essa camada de segurança.

Ajuste os níveis de privacidade e segurança de seu navegador. Na maioria das vezes, as configurações-padrão são exageradamente permissivas. Recomenda-se bloquear pop-ups, inibir downloads automáticos e impedir o rastreamento. Isso pode impedir o acesso a determinadas páginas (se você confia na página em questão, configure uma exceção). Tanto as opções como a maneira de acessá-las variam de um navegador para outro, mas no mais das vezes basta abrir a página de configurações do seu browser localizar uma sessão identificada como “segurança”, “privacidade” ou coisa parecida.

Se você seguir essas dicas e ainda assim desconfiar de um website, verifique se a página oferece um “fale conosco” ou um telefone para contato. Caso negativo, recorra ao VirusTotal, que checa arquivos e URLs com mais de 60 ferramentas de segurança de diferentes fabricantes. O serviço é gratuito e o resultado é exibido em poucos segundos. Vale também pesquisar o site no WHOIS, que oferece informações sobre o site, quem o registrou e quando o registro foi feito (para saber mais, clique aqui).

Assegure-se de que seu antivírus tenha um certificado antiphishing. O Avast Free Antivirus, o Avast Secure Browser e o CCleaner Browser são excelentes opções gratuitas para você aprimorar sua segurança. O Avast Secureline VPN não tem versão gratuita, mas o fabricante permite testar o produto gratuitamente por 7 dias sem que para isso seja necessário informar os dados do seu cartão de crédito.

A maioria das VPNs gratuitas que eu testei oferecem uma franquia de dados miserável, e algumas escondem armadilhas. O portal TheBestVPN testou 115 serviços populares de VPN e constatou que muitos deles não cumprem o que suas políticas de privacidade prometem  caso do Pure VPN, do HideMyAss, do HotSpot Shield, do VPN Unlimited e do VyprVPN (clique aqui para ter acesso à lista completa).

Sem embargo de voltar a essa questão num próximo artigo, deixo aqui uma dica importante: o navegador Opera é gratuito e conta com VPN integrada. Para ativá-la pela primeira vez, abra o browser e clique em Menu > Configurações > Privacidade > VPN. A partir daí, a barra de endereços passa a exibir um ícone que informa o status da VPN. Clique nele para ativar e desativar o recurso, selecionar o local virtual desejado e conferir o consumo de dados (apenas para referência, pois não há limite de tráfego). Essa VPN pode ser usada em conjunto com a navegação privada, e também está presente na versão do Opera para smartphone Android

ObservaçãoAlgumas suítes de manutenção e de “Internet Security” oferecem VPNs, mas essa função quase sempre vem bloqueada nas versões freeware.