quinta-feira, 29 de julho de 2021

SMARTPHONE — A BENDITA AUTONOMIA DA BATERIA (CONTINUAÇÃO)

A MAIOR TRAGÉDIA DA VIDA É QUE FICAMOS VELHOS CEDO DEMAIS E SÁBIOS TARDE DEMAIS.

Gerenciadores de energia para smartphone — Android ou iOS — existem ao montes, mas nem todos cumprem o que prometem, porém, como quaisquer outros aplicativos, eles consomem recursos do aparelho (processamento, armazenamento, memória etc.) e drenam carga da bateria.

A palavra "autonomia" vem do grego "αὐτονομία", que significa "ter o direito de se guiar seguindo as suas próprias leis". Popularmente, dizemos que a "autonomia" de um veículo corresponde à distância que ele é capaz de percorrer com um tanque de combustível. No celular, a ideia é basicamente a mesma, mas a variável não é a distância, e sim o espaço de tempo durante o qual o telefone permanece funcionando até que a energia se esgote.

A autonomia do veículo depende de diversos fatores — do coeficiente aerodinâmico ao tipo e qualidade do combustível, passando pela pressão dos pneus, temperatura ambiente, altitude, tipo de percurso (urbano ou rodoviário), condições do trânsito etc. Mas a maneira de dirigir é determinante: segundo a revista Quatro Rodas, reduzir o tempo de viagem em 33% pode significar um aumento de 103% no gasto com combustível.

Mutatis mutandis, o mesmo raciocínio se aplica ao perfil do usuário do smartphone. Em tese, quanto maior for a amperagem da bateria — expressa em mAh (miliampere/hora) — tanto maior será sua autonomia. Na prática, porém, o consumo energético varia conforme os componentes que integram o dispositivo, as configurações do sistema, a quantidade de aplicativos, a frequência com que eles são utilizados, e por aí segue a procissão. 

Observação: Tomemos como exemplo dois aparelhos idênticos, mantidos na configuração de fábrica, um dos quais é usado pela senhora sua avó — que se limita a fazer chamadas por voz e desliga o celular durante a noite — e o outro, por você, que é um "heavy user". Nesse cenário, é provável que você precisasse recarregar a bateria duas vezes ao dia, enquanto sua avó tenha de fazê-lo uma vez por semana (e olhe lá).

Tanto o manual do veículo quando o do smartphone trazem uma estimativa de autonomia baseada em aferições feitas pelos fabricantes em "condições ideais" — que na verdade são "condições irreais", já que não refletem o uso do produto no dia a dia. No caso do celular, você pode dividir a amperagem da bateria pelo consumo do aparelho para ter uma ideia melhor, mas que pode espelhar ou não a realidade, conforme seu perfil de usuário.

Quando for escolher seu próximo smartphone, escolha um modelo com bateria de 5000 mAh ou superior, ou você terá de fazer "pit stop" no meio da tarde para não ficar não mão quando estiver voltando do trabalho — a menos que disponha de um carregador veicular. 

Falando em carregador, tanto o modelo convencional quanto o veicular devem ser originais ou, no mínimo, homologados pelo fabricante do aparelho. Resista à tentação de recorrer a produtos  de procedência duvidosa, como os que são vendidos por ambulantes ou nos "melhores camelódromos do ramo".

Hoje em dia, a maioria dos smartphones (noves fora uns poucos modelos de entrada de linha) suporta o "carregamento rápido", que recarrega 80% da capacidade da bateria rapidamente e completa o processo em "carga lenta". Aliás, a chinesa Xiaomi apresentou recentemente duas novas tecnologias de recarga sob a marca HyperCharge; na versão com fio, de 200W, a bateria vai de 0% a 100% em 8 minutos.

Continua...