sexta-feira, 6 de agosto de 2021

ROOT NO ANDROID PARTE 2

DAGLI INEMICI MI GUARDO IO, DAGLI AMICI MI GUARDI DIO!


O termo “root” (raiz) foi emprestado do universo Linux, onde a figura do “superusuário” corresponde à do “administrador” no ambiente Windows. Assim, "rootear" o smartphone Android significa ampliar a gama de poderes sobre aparelho. No iPhone, essa prática é conhecida como "jailbreak" (algo como "fuga da cadeia", em tradução livre), e é recorrente entre usuários que querem "personalizar" o iOS a seu talante e instalar aplicativos de outras fontes que não a App Store. A diferença é que o sistema do Google é open source (de código aberto), ao passo que o da Apple é proprietário. 

No Android, cada um faz as alterações que bem entender, a começar pelos fabricantes dos aparelhos e as operadores de telefonia que subsidiam a venda de determinados modelos em troca da fidelização do consumidor. Mas é bom lembrar que, além de anula a garantia de fábrica, o root feito pelo próprio usuário implica o risco de ser mal sucedido e transformar o dispositivo num peso de papel. No iOS, por sua vez, o contrato de licença proíbe modificar, copiar ou distribuir o sistema sem autorização da Apple, que é detém os direitos autorais (saiba mais sobre propriedade intelectualsoftware livre e proprietário nesta postagem e nas seguintes).

Como enfatizou o oncologista Nelson Teich ao comunicar à imprensa sua demissão do ministério da Saúde, "a vida e feita de escolhas". E toda escolha gera consequências. A propósito, já dizia o Conselheiro Acácio — personagem do romance "O Primo Basílio", de Eça de Queiroz —, o problema é que "as consequências sempre vêm depois". 

O root transforma o usuário em "superusuário", permitindo-lhe, por exemplo, eliminar o crapware plantado pelo fabricante do aparelho (ou pela operadora), alterar o clock do processador, desativar processos e serviços desnecessários e — a cereja do bolo — instalar ROMs (versões não oficiais do Android) quando o fabricante do telefone deixar de fornecer atualizações do sistema (desenvolvedores no mundo todo têm acesso ao código-fonte do Android e um sem-número de comunidades desenvolve atualizações extra-oficiais para os aparelhos).

Por outro lado, além da possibilidade de ser malsucedido, o root potencializa o risco de alterações/exclusões acidentais de arquivos do sistema e deixa o aparelho mais vulnerável à ação de malwares. Dito isso, sopese os prós e os contras e veja no próximo capítulo como rootear seu smartphone Android.