quarta-feira, 22 de setembro de 2021

BYE, BYE, WHATSAPP

SE A PAIXÃO CONDUZ, DEIXE A RAZÃO SEGURAR AS RÉDEAS.

WhatsApp divulgou há alguns dias uma lista de smartphones que deixarão de rodar o aplicativo. A explicação (oficial) é que os aparelhos listados estão "ultrapassados" e já não recebem atualizações de software que deem condições para a execução do mensageiro. Em português do asfalto, essa lengalenga pode ser resumida em duas palavras: "obsolescência programada". Senão vejamos.

O consumo moderno teve início na Europa da século XVI, quando os nobres passaram a gastar com roupas, ornamentos e outros badulaques, criando uma competição social cujo objetivo era ganhar a atenção da realeza e em troca de prestígio. Com a Revolução Industrial, diversos artefatos, até então manufaturados, passaram a ser produzidos em larga escala. Assim, artefatos se transformaram em produtos, estimulando um consumismo que, mais adiante, tornar-se-ia parte indissociável do comportamento humano.

Para estimular as “compras repetitivas”, os fabricantes lançam, em intervalos de tempo cada vez mais curto, novas versões de seus produtos, e se valem de campanhas de marketing para disseminar a ideia de que as inovações (que no mais das veze não passam de inutilidades) justificam a substituição de algo em perfeitas condições de conservação e funcionamento pelo modelo supostamente “superior”.

Para garantir que seu público-alvo já alcançado por esse "canto da sereia", a indústria criou o conceito de “obsolescência programada”, que consiste basicamente em abreviar a “vida útil” dos assim chamados “bens duráveis”, antecipando o momento da troca por um modelo estalando de novo (que provavelmente durará menos que o anterior).

ObservaçãoPor “vida útil”, entenda-se a durabilidade de um bem consumo, que é definida pelo período de tempo que o produto perde a validade ou deixa de apresentar o desempenho esperado; por “bem durável”, entenda-se produtos que só se deterioram ou perdem a utilidade com o uso persistente ou após um largo período de tempo, como é o caso dos automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e afins.

Digressões acadêmicas à parte, smartphones com versões do Android anteriores à 4.1, ao iOS 10 e ao KaiOS 2.5.1 deixarão de integrar o grupo de dispositivos que suportam o Zap. Felizmente, resta como alternativa a quem não que (ou não pode) trocar de telefone migrar para outro aplicativo mensageiro, como o Signal, que, não coleta dado e utiliza criptografia robusta em todos os serviços oferecidos na plataforma (disponível na App Store e na Google Play).

O Telegram é outra opção interessante — principalmente para os hackers de Araraquara (alguém ainda se lembra deles?) e para certo pasquim digital capitaneado por certa aberração que atende por Verdevaldo das Couves. Além de ter todas as funcionalidades do WhatsApp e estar disponível tanto na App Store quanto na Google Play, o programinha permite criar grupos de até 200.000 membros e não impõe limites ao tamanho das mídias e chats. A criptografia de ponto atua somente nos chats secretos, mas o app oferece o recurso mensagens autodestrutivas (que apaga automaticamente conteúdos enviados e recebidas após um prazo pré-definido pelo usuário).

O Messenger (não confundir com o saudoso MSN Messenger) também está sob o guarda-chuva Mark Elliot Zuckerberg (leia-se Facebook). Ele não protege seus dados como Telegram e Signal, mas permite conversar com amigos do Face, seguidores do Instagram e quem mais você adicionar na plataforma de realidade virtual Oculus (também do Facebook). Suas ferramentas para assistir filmes com amigos, reconhecimento facial para desbloquear o app e temas personalizados para cada bate-papo cativam muitos usuários (disponível na App Store e na Google Play).

O Google Hangouts é uma plataforma de comunicação para troca de mensagens, chamadas de voz e videochamadas. Nela você pode criar chats com grupos de até 100 pessoas e videochamadas para até 10, bem como acessá-la pelo site quanto a partir do aplicativo (disponível na App Store e no Google Play).

Por último, mas não menos importante, o Skype, já não tão popular quanto foi um dia, mas tudo na vida passa (até uva-passa). Desenvolvido pela Microsoft, o aplicativo permite fazer chamadas de vídeo e ligações — além, claro, de funcionar como programa de bate-papo. A opção "Reunir Agora", acessível a partir do site, é sopa no mel quando você precisa fazer uma videochamada gratuita e não tem tempo para instalar aplicativos, por exemplo. E com uma conta é possível acessar a ferramenta pelo site e baixar o app para PC ou smartphone (disponível tanto na App Store quanto no Google Play).

Segue a lista dos smartphones que deixarão de ser suportados pelo WhatsApp:

  • iPhone que não possa ser atualizado para o iOS 10 ou superior;
  • Galaxy Trend Lite, Galaxy Trend II, Galaxy S2, Galaxy S3 mini, Galaxy Xcover 2, Galaxy Core e Galaxy Ace 2;
  • LG Lucid 2, Optimus F7, Optimus F5, Optimus L3 II Dual, Optimus L5, Optimus L5 II, Optimus L5 Dual, Optimus L3 II, Optimus L7, Optimus L7 II Dual, Optimus L7 II, Optimus F6, Enact, Optimus L4 II Dual, Optimus F3, Optimus L4 II, Optimus L2 II, Optimus Nitro HD e 4X HD, e Optimus F3Q;
  • ZTE Grand S Flex, ZTE V956, Grand X Quad V987 e Grand Memo;
  • Huawei Ascend G740, Ascend Mate, Ascend D Quad XL, Ascend D1 Quad XL, Ascend P1 S e Ascend D2;
  • Sony Xperia Miro, Sony Xperia Neo L e Xperia Arc S
  • Alcatel One Touch Evo 7, Archos 53 Platinum, HTC Desire 500, Caterpillar Cat B15, Wiko Cink Five, Wiko Darknight, Lenovo A820, UMi X2, Faea F1 e THL W8.