SE A PAIXÃO CONDUZ, DEIXE A RAZÃO SEGURAR AS RÉDEAS.
O WhatsApp divulgou há alguns dias uma lista de smartphones que deixarão de rodar o aplicativo. A explicação (oficial) é que os aparelhos listados estão "ultrapassados" e já não recebem atualizações de software que deem condições para a execução do mensageiro. Em português do asfalto, essa lengalenga pode ser resumida em duas palavras: "obsolescência programada". Senão vejamos.
O consumo moderno teve início na Europa da século XVI,
quando os nobres passaram a gastar com roupas, ornamentos e outros badulaques,
criando uma competição social cujo objetivo era ganhar a atenção da realeza e
em troca de prestígio. Com a Revolução
Industrial, diversos artefatos, até então manufaturados, passaram a ser
produzidos em larga escala. Assim, artefatos se transformaram em
produtos, estimulando um consumismo que, mais adiante, tornar-se-ia parte
indissociável do comportamento humano.
Para estimular as “compras repetitivas”, os
fabricantes lançam, em intervalos de tempo cada vez mais curto, novas versões
de seus produtos, e se valem de campanhas de marketing para
disseminar a ideia de que as inovações (que no mais das veze não
passam de inutilidades) justificam a substituição de algo em perfeitas
condições de conservação e funcionamento pelo modelo supostamente
“superior”.
Para garantir que seu público-alvo já alcançado por esse "canto da sereia", a indústria criou o conceito de “obsolescência
programada”, que consiste basicamente em abreviar a “vida útil” dos
assim chamados “bens duráveis”, antecipando o momento da troca por um
modelo estalando de novo (que provavelmente durará menos que o anterior).
Observação: Por “vida útil”,
entenda-se a durabilidade de um bem consumo, que é definida pelo
período de tempo que o produto perde a validade ou deixa de apresentar o
desempenho esperado; por “bem durável”, entenda-se produtos que só se
deterioram ou perdem a utilidade com o uso persistente ou após um largo período
de tempo, como é o caso dos automóveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e
afins.
Digressões acadêmicas à parte, smartphones com versões do Android anteriores à 4.1, ao iOS 10 e ao KaiOS 2.5.1 deixarão de integrar o grupo de dispositivos que suportam o Zap. Felizmente, resta como alternativa a quem não que (ou não pode) trocar de telefone migrar para outro aplicativo mensageiro, como o Signal, que, não coleta dado e utiliza criptografia robusta em todos os serviços oferecidos na plataforma (disponível na App Store e na Google Play).
O Telegram é outra opção interessante — principalmente
para os
hackers de Araraquara (alguém ainda se lembra deles?) e para certo pasquim
digital capitaneado por certa aberração que atende por Verdevaldo
das Couves. Além de ter todas as funcionalidades do WhatsApp e
estar disponível tanto na App Store quanto na Google Play, o programinha permite criar grupos de até 200.000
membros e não impõe limites ao tamanho das mídias e chats. A criptografia de
ponto atua somente nos chats
secretos, mas o app oferece o recurso mensagens
autodestrutivas (que apaga automaticamente conteúdos enviados e recebidas
após um prazo pré-definido pelo usuário).
O Messenger (não confundir com o saudoso MSN Messenger) também está sob o guarda-chuva Mark Elliot Zuckerberg (leia-se
Facebook). Ele não protege seus dados como Telegram e Signal,
mas permite conversar com amigos do Face, seguidores do Instagram
e quem mais você adicionar na plataforma de realidade virtual Oculus (também do Facebook).
Suas ferramentas para assistir filmes com amigos, reconhecimento facial para
desbloquear o app e temas personalizados para cada bate-papo cativam muitos
usuários (disponível na App Store e
na Google
Play).
O Google Hangouts é uma plataforma de
comunicação para troca de mensagens, chamadas de voz e videochamadas. Nela você pode criar chats com grupos de até 100 pessoas e videochamadas para até
10, bem como acessá-la pelo site quanto
a partir do aplicativo (disponível na App Store e
no Google
Play).
Por último, mas não menos importante, o Skype, já não tão popular quanto foi um dia, mas tudo na vida passa (até uva-passa). Desenvolvido pela Microsoft, o aplicativo permite fazer chamadas de vídeo e ligações —
além, claro, de funcionar como programa de bate-papo. A opção "Reunir
Agora", acessível a partir do site,
é sopa no mel quando você precisa fazer uma videochamada gratuita e não tem tempo
para instalar aplicativos, por exemplo. E com uma conta é
possível acessar a ferramenta pelo site e baixar o app para PC ou
smartphone (disponível tanto na App Store quanto
no Google Play).
Segue a lista dos smartphones que deixarão de ser
suportados pelo WhatsApp:
- iPhone que não possa ser
atualizado para o iOS 10 ou superior;
- Galaxy Trend Lite, Galaxy Trend II, Galaxy
S2, Galaxy S3 mini, Galaxy Xcover 2, Galaxy Core
e Galaxy Ace 2;
- LG Lucid 2, Optimus F7, Optimus F5,
Optimus L3 II Dual, Optimus L5, Optimus L5 II,
Optimus L5 Dual, Optimus L3 II, Optimus L7, Optimus
L7 II Dual, Optimus L7 II, Optimus F6, Enact,
Optimus L4 II Dual, Optimus F3, Optimus L4 II,
Optimus L2 II, Optimus Nitro HD e 4X HD, e Optimus F3Q;
- ZTE Grand S Flex, ZTE V956, Grand X Quad V987 e Grand Memo;
- Huawei Ascend G740, Ascend Mate, Ascend D Quad XL, Ascend D1 Quad XL, Ascend P1 S e Ascend D2;
- Sony Xperia Miro, Sony
Xperia Neo L e Xperia Arc S
- Alcatel One Touch Evo 7, Archos 53 Platinum, HTC Desire 500, Caterpillar Cat B15, Wiko Cink Five, Wiko Darknight, Lenovo A820, UMi X2, Faea F1 e THL W8.