segunda-feira, 13 de setembro de 2021

CUIDADO (E CUIDADOS) COM O PIX - PARTE II

PARA QUEM TEM QUE PAGAR NA PÁSCOA, A QUARESMA É CURTA.

A AllowMe, empresa especializada em prevenção a fraudes em transações online, utilizou sua expertise para analisar as mudanças e orientar o consumidor a se proteger de maracutaia envolvendo o Pix.

"As transações via Pix são seguras e de altíssima rastreabilidade. Sempre é bom deixar bem claro que tudo é registrado e lastreado. A insegurança está mais no ecossistema, no ambiente e na sociedade em que vivemos, não necessariamente na transação" diz Gustavo Monteiro, Managing Director da AllowMe. Uma das opções para se proteger é utilizar os apps de banco somente em casa, mesmo tendo que abrir mão da facilidade de "levar" seu banco para onde você estiver.

Vale também reduzir o limite financeiro de transferência via Pix — essa função já está disponível nos aplicativos de bancos. Outra dica é utilizar no dia a dia um app de banco secundário, com um menor valor em sua conta corrente e um crédito baixo.

Os bancos podem trabalhar com medidas de segurança e apostar ainda mais na tecnologia para ajudar seus usuários, como exigir um tempo mínimo para validar uma alteração de limite, p. ex. Assim, não seria possível fazer uma alteração imediata; na pior das hipóteses, o prejuízo seria menor. Além disso, os bancos poderiam criar mecanismos que validem se o valor e o horário do Pix são consistentes com o hábito do cliente, assim como se a conta de destino é conhecida ou se tem recebido depósitos fora do comum.

Sobre um aumento nas fraudes, Gustavo Monteiro lembra das facilidades que os aparelhos móveis trouxeram para as transações online e ressalta que os golpistas sempre estão atentos a esse movimento. "Os criminosos são bastante criativos e costumam ir para onde o dinheiro está, e hoje o dinheiro está nos celulares", afirma.

Com efeito, o acesso a smartphones, redes Wi-Fi e pacotes de dados com preços acessíveis alteraram significativamente o comportamento dos consumidores. Nos últimos anos, as visitas às lojas físicas têm sido substituídas por pesquisas de preço e compras via internet. E com um celular à mão, as pessoas modificaram a forma como são feitas as compras pela internet.

De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 91% dos consumidores conectados realizaram alguma compra em lojas online no último ano. Desse total, 87% utilizaram o smartphone para concluir o negócio.

Costumo dizer que segurança é um hábito e como tal deve ser cultivada. Falta orientação para a criação de uma cultura de segurança nas pessoas, como demonstra o grande número de vítimas de roubo/furto de celular que, desesperançados em recuperar aquilo que foi perdido, sequer fazem boletins de ocorrência.