PERDE UMA PARTE IMPORTANTE DA ALEGRIA E TRISTEZA DE VIVER QUEM NÃO É CAPAZ DE FICAR SÓ. NEM TUDO NO SER HUMANO É PARA SER COMPARTILHADO.
A Televisão chegou ao Brasil em setembro de 1950 por iniciativa de Assis Chateaubriand. Mais adiante vieram o vídeo tape, os televisores portáteis, a transmissão em cores, o sinal por satélite, o controle remoto sem fio, o videocassete, a TV por assinatura, os DVD Players, as telas de plasma e LCD, a transmissão digital, a TV 3D, enfim, uma série de aprimoramentos jamais sonhados pelo “magnata das comunicações” ― que morreu em 1982, quando a TV Tupi (da qual ele foi fundador) e suas afiliadas já não estavam mais no ar.
A evolução tecnológica também mudou os hábitos dos
telespectadores. Se até algum tempo atrás víamos TV na sala (ou
no quarto) e usávamos o PC no escritório ou em algum cômodo da casa
que lhe fizesse as vezes), hoje assistimos a filmes no smartphone, no tablet e no
note e usamos a TV como monitor de grandes dimensões (para jogar games, por
exemplo), além de, com o auxílio da Internet, ampliar a oferta de conteúdo interativo e
criar nossa própria programação.
Por uma série de fatores cuja discussão não vem ao caso
neste momento, o compartilhamento de contas de serviços da internet —
como Netflix, Disney, Prime Video e Spotify,
p. ex. — tornou-se uma prática comum. De acordo com Jake
Moore, especialista em segurança da empresa de segurança especializada em
detecção proativa de ameaças ESET,
cerca de 60% dos entrevistados compartilham serviços de TV por
assinatura com pelo menos um parente ou amigo.
Vale destacar que o problema não está no compartilhamento
em si, mas na maneira como ele é feito. Segundo a ESET, 21.5% dos
entrevistados revelaram a senha em voz alta e 7,5% afirmaram enviá-la por mensagem de texto ou email. Ou seja, das 1.620 pessoas
entrevistadas que afirmaram compartilhar suas senhas, 115 deixaram as
credenciais registradas em mensagens para diferentes pessoas, facilitando o trabalho dos cibervigaristas de plantão. E caso a combinação seja reutilizada em perfis distintos a coisa fica ainda pior, pois pode transformar um simples "empréstimo de Netflix" numa baita dor de cabeça.
Um dos cuidados recomendados pela ESET é jamais reutilizar senhas. Dos entrevistados no estudo, 14% alegaram utilizar as mesmas palavras secretas para várias contas, o que é sopa no mel para os criminosos. Portanto, além de ter uma senha própria para cada conta, é recomendável trocar as informações de acesso nos serviços pelo menos uma vez por ano — isso não só aumenta a segurança como permite ao titular da conta descredenciar pessoas com quem ele não mas deseja compartilhar o serviço.
Outra dica é o uso de gerenciadores de senha. Segundo a
ESET, esses apps representam a maneira mais segura de armazenar
senhas, já que basta ao usuário memorizar a senha que dá acesso ao
gerenciador.
Por último, mas não menos importante, vale destacar que
o compartilhamento de senhas de serviços da internet, como Netflix, Disney+ e Prime
Video, normalmente só é permitido entre familiares.