sexta-feira, 29 de outubro de 2021

SOBRE RELÓGIOS, PULSEIRAS E QUE TAIS

FICA DIFÍCIL CONFESSAR, MAS A VERDADE É QUE NÃO DESCENDEMOS DO HOMINÍDEO MAIS VALENTE. ESSE ACHOU QUE DAVA CONTA E FOI DEVORADO PELO LEÃO. VIEMOS DO QUE ESTAVA LOGO ATRÁS, DO MAIS PRUDENTE. OU SEJA, DO "MEDROSO".

O "relógio de sol" foi criado há milênios, quando alguém associou a própria sombra a escalas capazes de determinar as horas a partir da posição projetada pelo sol. As versões “de água” (clepsidra) e “de areia” (ampulheta) surgiriam no século VII a.C., e o relógio mecânico, cuja invenção é atribuída ao Papa Silvestre II, no século IX da nossa era.

O primeiro “relógio-pulseira” foi encomendado pela irmã do imperador Napoleão Bonaparte ao relojoeiro Abraham-Louis Bréguet — embora alguns historiadores atribuam sua criação a Antoni Patek e Adrien Philippe, fundadores da conceituada marca Patek-Phillipe. Esse modelo era usado apenas por mulheres até que o mineiro Alberto Santos Dumont pediu ao joalheiro francês Louis Cartier que adaptasse uma correia ao maior relógio de pulso feminino de sua coleção.

O pedido do "Pai da Aviação" — para os brasileiros, pois o resto do mundo atribui a invenção do avião aos irmãos Wilbur e Orville Wright — se deveu ao fato de ele querer consultar as horas sem precisar tirar as mãos dos comandos de suas aeronaves, mas a moda "pegou" e também entre os homens, que até então levavam no bolso do colete presados "cebolões" presos a uma vistosa corrente — de ouro ou de prata, grossa ou fina, conforme o gosto e as posses de cada um.

Há atualmente relógios de pulso analógicos, digitais e híbridas (anadigi ou digiana) para todos os gostos e bolsos, mas todos precisam de uma fonte de energia para funcionar. No final da década de 60, a maioria dos modelos de pulso continha uma mola (para gerar energia), uma espécie de massa oscilatória (para oferecer referência de tempo), dois ou três ponteiros, um mostrador enumerado e diversas engrenagens, até que a Bulova substituiu a roda de balanço por um transistor oscilador que, alimentado por uma bateria, mantinha um diapasão vibrando a algumas centenas de hertz. 

Mais adiante, o cristal de quartzo ― cujas propriedades já eram conhecidas e usadas para proporcionar a frequência exata em transmissores/receptores de rádio e computadores ― assumiria o lugar desse diapasão e agregaria maior precisão ao mecanismo. Atualmente, oito tecnologias disputam o mercado, dos tradicionais modelos de corda (manual ou automática) aos atômicos.

Observação: A ideia do relógio de pulso digital remonta ao final da década de 60, quando o inventor John Bergey criou um modelo “de mentira” para o filme “2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO”. Em 1972, Bergey desenvolveu o Pulsar LED, que, devido ao preço elevado, acabou não sendo muito popular. Atualmente, além de exibir a hora e a data, esses modelos integram cronógrafo, bússola, altímetro, termômetro, e por aí vai...

Continua...