O PAPAGAIO COME O MILHO E O PERIQUITO LEVA A FAMA.
Aqueles que cresceram nos 1960 ainda se lembram dos eletrodomésticos de então, que eram feitos para “durar a vida toda”. Hoje em dia, no entanto, a indústria se vale da Obsolescência Programada para induzir as pessoas ao consumo repetitivo.
Os fabricantes lançam novas versões de seus produtos a intervalos de tempo cada vez mais curtos e utilizam estratégias de marketing para dar a seu público-alvo a impressão de que as novas funcionalidades (que, em muitos casos, não passam de inutilidades) justificam a substituição de algo em perfeitas condições de conservação e funcionamento pelo mesmíssimo produto, só que numa versão mais recente, supostamente superior (mas cuja vida útil certamente será ainda menor).
A relação entre pessoas e artefatos teve início em tempos imemoriais, mas a história do consumo remonta à Idade Média, quando a aquisição de produtos que até então visavam atender às necessidades da família ganhou um viés, digamos, hedonista.
O consumo moderno resultou da evolução histórica da sociedade e se iniciou na Europa da século XVI, quando os nobres passaram a gastar com roupas, ornamentos e outros badulaques, criando uma competição social cujo objetivo era ganhar a atenção da realeza e em troca de prestígio. Com a Revolução Industrial, artefatos se transformaram em produtos, estimulando um consumismo que, mais adiante, se tornaria parte indissociável do comportamento humano.
Para contornar esse empecilho, a indústria criou a tal obsolescência programada, ou seja, reduziu a “vida útil” dos assim chamados “bens duráveis”, visando antecipar o momento da troca por um modelo estalando de novo.
Observação: Entenda-se por “vida útil” a durabilidade de
um bem consumo, que termina quando o produto perde a validade ou deixa de
apresentar o desempenho esperado; entenda-se por “bem durável” produtos que só
se deterioram ou perdem a utilidade com o uso persistente ou após um largo
período de tempo, como é o caso de automóveis, eletrodomésticos,
eletroeletrônicos e afins.
Alguns produtos parecem ser programados para durar até o prazo limite da garantia, a partir de quando consertá-los pode ser tão caro quanto os substituir. Por outro lado, as “facilidades” oferecidas pelo comércio — como “preço à vista” dividido em “n” parcelas e os 12 meses de garantia contra defeitos de fabricação (que os fabricantes não raro se escusam de cobrir alegando mau uso ou outra desculpa esfarrapada qualquer) — nos levam a considerar a troca um bom negócio.
Face ao exposto a conclusão que se impõe é a de que “nada é para sempre”, mas cuidar bem dos “bens duráveis” pode evitar (ou, pelo menos, postergar) uma despesa não prevista. Máquinas são máquinas, e nada (a não ser a sorte) garante que elas não “pifem” de uma hora para outra. Tratá-las bem, porém, pode fazer toda a diferença no que concerne a sua vida útil.
A verdade é
que quase sempre preferimos amaldiçoar a escuridão a acender uma vela, e
algumas práticas ruins acabam nos obrigando a aposentar um troço
que, em tese, teria muita lenha para queimar. Vejamos alguns exemplos.
No caso do PC, componentes internos como placa-mãe, processadores, módulos de memória, drives, circuitos impressos e afins geram muito calor. Para manter a temperatura em patamares aceitáveis, coolers e microventiladores expulsam o quente e sugam ar ambiente para o interior do case. A questão é que com esse ar “frio” adentram o aparelho fios de cabelo e barba, fiapos de tecidos e mais uma porção de elementos que atua como isolante térmico e pode prejudicar o funcionamento das ventoinhas — que chegam mesmo a travar.
Já vimos como fazer
uma faxina em regra em desktops. No caso dos portáteis, é fundamental manter
desobstruídas as ranhuras (ou aletas, ou orifícios) de ventilação e utilizar um
suporte que mantenha o aparelho em posição elevada em relação à mesa e
conte com uma ou duas ventoinhas acopladas. Mas não
aconselho leigos ou iniciantes a desmontar o portátil para limpá-lo
por dentro. Até porque os computer guys também precisam comer.
Observação: Torno a frisar que usar o notebook sobre
os joelhos ou na cama não é recomendável, sobretudo porque colchas, almofadas,
cobertores e travesseiros podem obstruir as aberturas de ventilação que ficam na base (parte inferior) do dispositivo. Se você usa
seu note para jogar, é ainda mais importante mantê-lo numa posição que permita ao sistema de arrefecimento trabalhar com toda a sua
capacidade.
Continua...