segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

MAIS SOBRE CHUVAS DE VERÃO

AS ÚNICAS COISAS QUE CAEM DO CÉU SÃO CHUVA, GRANIZO, NEVE E MERDA DE PASSARINHO

Aquaplanagem é o nome que se dá à perda de contato dos pneus com o asfalto quando se trafega sobre uma lâmina d'água. Nesse caso, o volante parece leve demais e deixa de responder aos comandos do motorista. Para que os pneus recuperem a aderência, deve-se tirar o pé do acelerador — se o carro tiver ABS, pisar no freio levemente também ajuda —, mas esterçar o volante enquanto o veículo estiver “flutuando” pode ser perigoso: se os pneus recuperarem a aderência subitamente, pode não haver tempo para corrigir a trajetória.

Seguir o “rastro” do carro que vai à frente e observar como ele se comporta é uma boa maneira de evitar buracos, bueiros sem tampa ou outro obstáculo que a má visibilidade e o acúmulo de água na pista ocultem, mas é importante manter distância e estar preparado para tirar o pé do acelerador e segurar firmemente o volante ao primeiro sinal de “flutuação”.

A aquaplanagem tende a ocorrer mais frequentemente em altas velocidades e/ou com pneus carecas, mas isso não significa que não possa se manifestar mesmo quando os pneus estão em ordem e o veículo, trafegando em velocidades moderadas (a partir de 55 km/h). O perigo aumenta em vias sinuosas, pois, dependendo da velocidade e do traçado da pista, pode não haver tempo de recuperar o controle da direção e fazer a curva. A dica é reduzir a velocidade ao menor sinal de água na pista e usar uma marcha inferior àquela que seria usada com tempo seco (manter o giro do motor mais elevado aumenta a tração nas rodas motrizes e, consequentemente, a aderência dos pneus).

Quando a gente escuta dizer que choveu 10 milímetros, por exemplo, significa que o volume de chuva foi correspondente a 10 litros de água por metro quadrado. Não parece grande coisa, mas pode provocar alagamentos quando o solo já está encharcado. Aliás, a capacidade de absorção é cada vez menor devido à impermeabilização dos logradouros, e as galerias pluviais não dão vazão devido ao lixo e outros dejetos que inconsequentes descartam de maneira incorreta.

Carros de passeio não são veículos anfíbios. A menos que você tenha um Jet Ski ou um submarino, a recomendação é não trafegar por locais sujeitos a alagamentos. Claro que é mais fácil falar do que fazer. Então, se você por apanhado por um dilúvio na "Baixada do Deus-me-livre", suba a primeira ladeira que encontrar, estacione num supermercado ou posto de combustíveis e fique lá até o temporal passar e o nível da água baixar. Em não sendo possível, observe como se comportam os veículos à sua frente; se eles transpuserem o lençol de água sem maiores percalços e o nível não ultrapassar a metade da altura das rodas, “fé em Deus e pé na tábua”.

ObservaçãoÔnibus e caminhões não servem de parâmetro, porque são mais altos e atravessam o alagamento com mais facilidade.

Pé na tábua” é força de expressão, pois deve-se atravessar o trecho alagado em primeira marcha e com velocidade reduzida. No entanto, manter o motor em torno de 2.000 RPM evita que ele “morra” durante a travessia. 

Se o carro tiver transmissão manual, pressione parcialmente o pedal da embreagem enquanto acelera — isso manterá o giro elevado e a velocidade sob controle. Em veículos com transmissão automática ou automatizada deve-se travar a alavanca seletora na primeira marcha (1 ou L, conforme o caso) para manter o giro do motor elevado, pois não há pedal de embreagem para ajudar a dosar a aceleração. 

Tanto num caso quanto no outro é recomendável iniciar travessia somente depois que o carro da frente a tiver concluído, bem como evitar cruzar com um veículo que venha no sentido contrário, já que as “marolas” aumentam o risco de o motor “morrer”.

Continua...