sexta-feira, 18 de março de 2022

LULA LÁ...


Como vimos no post anterior, o ministro Fachin — que foi indicado para o STF pela ex-presidanta Dilma e acaba de ser alçado à presidência do TSE — adiantou que a eleição de outubro terá "muito ruído". Até aí, nenhuma surpresa. 

Segundo a Gazeta do Povo, o Supremo vem demonstrando há tempos um nível de coesão interna que não só implica insegurança jurídica como gera apreensão em relação ao futuro. Semanas atrás, os togados "lavaram as mãos" ao julgar uma ação movida pelo Partido Novo contra o vergonhoso fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões, a despeito de a economia continuar sendo espancada por uma pandemia viral que parece não ter fim e por uma uma guerra que insiste em não terminar. 

Observação: O ego imenso, a ambição desmedida e a teimosia de dimensões astronômicas do carniceiro de Moscou podem levar a Rússia a dar um calote em sua dívida externa pela primeira vez desde a revolução de 1917. Semanas atrás, as agências de classificação de risco cortaram a nota de crédito da Rússia para junk (lixo), o que já apontava grandes chances de calote.


Em Pindorama, apertar o torniquete dos juros para resolver uma falta de oferta não reduz a inflação, mas mata o povo de fome. Só que deixar o dinheiro correndo solto tem o mesmo efeito, pois as coisas ficam tão caras que ninguém mais consegue comprar.


Depois de três altas consecutivas de 1,5 ponto percentual, o BC deve desacelerar o ritmo de aumento de juros. Confirmado o aumento de 1 ponto percentual neste mês, a taxa Selic chega a 11,75% ao ano — a mais alta desde 2017, quando os juros estavam caindo após uma paulada de 14,25% para tentar baixar a inflação de dois dígitos. 


Agora, a curva continua ascendente, e nada indica que a inflação esteja desacelerando. O IPCA está em 10,54%, com altas disseminadas por todos os segmentos, e o reajuste no preço dos combustíveis bota mais lenha nessa fogueira, enquanto Bolsonaro joga gasolina no fogo com medidas nitidamente eleitoreiras, como a antecipação do 13º para aposentados do INSS e a liberação de saque de R$ 1 mil do FGTS. Mais dinheiro circulando em um cenário de escassez de produtos tende a deixar tudo mais caro, atenuando o efeito da alta dos juros. É como se o Banco Central fechasse e o governo federal abrisse um buraco no cano.


No cenário eleitoral, avançam as negociações do governador Gaúcho para se filiar ao PSD e disputar a Presidência da República, a despeito de nomes importantes da legenda (heterogênea e pouco ideológica) torcerem o nariz para o tucano. Infelizmente, o eleitor brasileiro demora a aprender a votar e os políticos, a colocar os interesses do país acima dos próprios. Por óbvio, quanto mais postulantes ao Planalto congestionarem a tal terceira via, melhor para o molusco ex-corrupto e, em menor medida, para o devoto da cloroquina. 


Torço para que o ex-presidiário caia do salto e o ex-capitão reassuma a insignificância que sempre teve enquanto deputado do baixo clero. Por falar nisso, de acordo com O Globo, o mensaleiro, ex-presidiário e mandachuva do PL, Valdemar Costa Neto, comemorou os pontinhos que Bolsonaro recuperou nas pesquisas porque parou de vituperar as vacinas e passar a distribuir os R$ 400 da “Bolsa Farelo”. 


Segundo O Antagonista, o principal motivo do entusiasmo valdemarista foi outro: “as pesquisas provaram a Bolsonaro a importância da ‘política profissional’. Até hoje, as qualitativas dele eram as redes sociais bolsonaristas. Agora, ele vai dar mais ouvido à política”. 


Sai Carluxo, entra Valdemar, e o Brasil afunda do mesmo jeito. Bolsonaro valdemarizou o Brasil. Mas não foi só isso: ele próprio se valdemarizou. Para o bem de todos e felicidade geral da nação, tanto ele quanto seu equivalente de esquerda deveriam ser eliminados da disputa. Mas basta um deles fora do páreo para as chances do remanescente despencarem. 


Pode ser difícil, mas não é impossível. Afinal, enquanto há vida, há esperança.