O mouse perdeu o rabo com o advento dos modelos wireless, que são mais práticos, ainda que precisam de pilhas para funcionar. Já não faz sentido discorrer sobre o jurássico padrão DB-9 e seu sucessor (PS/2), pois tanto os mouses “anuros” quanto os cabeados se comunicam com o computador, atualmente, através de uma portinha USB. A comunicação sem fio se dá por radiofrequência — que, diferentemente de outros meios de comunicação não cabeados, dispensa a visada direta entre o transmissor e, consequentemente, o alinhamento entre computador e mouse.
A tecnologia wireless se divide em quatro tipos: a de curta distância (WPAN), local (WLAN), metropolitana (WMAN) e de longa distância (WWAN). A WLAN é usada por computadores, notebooks e tablets que se comunicam em redes Wi-Fi. Há ainda as redes que utilizam baixas taxas de transferência para permitir conexões de curta distância (WPAN), como é o caso do Bluetooth e do infravermelho, presentes principalmente em celulares e tablets, e a WWAN, que é usada na base dos serviços de telefonia celular.
Em geral, o transmissor é integrado ao mouse, enquanto o receptor (dongle) é um dispositivo que se conecta a uma porta USB. O mouse grava os movimentos e cliques e os envia para o receptor, que os decodifica e transmite para o computador. Embora utilize as mesmas faixas de frequência dos roteadores Wi-Fi, telefones sem fio e dispositivos Bluetooth, entre outros, o mouse tem alcance limitado a 10 m.
Observação: A despeito de o smartphone ser o meio de acesso à Internet mais usado atualmente e os notebooks terem assumido o papel que antes cabia aos tradicionais PCs de mesa, muita gente prefere o mouse e o teclado convencionais aos componentes nativos dos portáteis. Nesse caso, o ideal é adquirir um combo de teclado e mouse em que o mesmo dongle proveja a conexão de ambos. Devido à relação custo-benefício, eu prefiro (e recomendo) combos da marca Logitech. Eles custam menos que os modelos da Microsoft (da Apple, então, nem se fala) e cumprem o que prometem. Fica a sugestão.
Existem mouses baseados na tecnologia Bluetooth, que foi desenvolvida pela Ericsson em 1994 e permite a troca de dados de forma rápida e segura entre computadores, celulares, impressoras, scanners, fones de ouvido e por aí afora. O nome (dente azul, numa tradução literal) remete a um antigo rei da Dinamarca e da Noruega — Harold Blatand (em inglês, Harold Bluetooth) —, que unificou as tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas, e o Bluetooth não deixa de ser uma forma de unificação de diferentes dispositivos.
Em linhas gerais, o Bluetooth utiliza uma frequência de rádio de onda curta para criar a comunicação entre aparelhos habilitados que estejam próximos entre si, já que seu alcance é baixo (até 100 m em campo aberto e entre 1 m e 10 m conforma a quantidade de obstáculos).
Outro padrão que merece menção (até porque é menos conhecido) é o NFC (sigla de Near Field Communication). Ele é semelhante ao Bluetooth, mas limita a troca de dados a aparelhos que estejam ainda mais próximos uns dos outros. O alcance limitado o torna mais seguro, mas a prudência recomenda ativar o recurso no smartphone apenas quando ele for necessário, de modo a prevenir acessos não autorizados, infecções virais e ataques Bluejacking e Bluebugging.