quarta-feira, 22 de junho de 2022

Windows x macOS x Linux (PARTE II)  

QUEM PENSA MAL PECA, MAS NÃO RARO ADIVINHA.

No alvorecer da computação pessoal as máquinas não tinham disco rígido, sistema operacional nem interface gráfica. Operá-las exigia conhecimentos de programação e a memorização de um sem-número de comandos de prompt


O Windows foi lançado em 1985 como uma interface gráfica baseada no MS-DOS e  batizado inicialmente de Interface Manager. Quase dez anos antes, a Apple projetou um computador operável a partir de informações dispostas numa tela onde o usuário podia se organizar de maneira gráfica. Mas isso não significa que Steve Jobs inventou a GUI (Graphical User Interface). Ela foi criada pela Xerox Park, que também criou o mouse, a Ethernet, o P2P e a cópia reprográfica, mas não fruiu de boa parte do que criou, pois não tinha interesse em fabricar computadores de pequeno porte.

 

Depois de uma visita de Mr. Jobs à Xerox, a Apple criou um computador com interface baseada em ícones  que representavam graficamente um documento ou uma aplicação  e uma barra de menu desdobrável (pull-down) exibindo todos os menus logo nas primeiras linhas da tela. O mouse, que originalmente tinha três botões, passou a ter apenas um no Lisa, e o fato de a interface exigir pelo menos duas ações para cada ícone — uma para selecionar e outra para executar o programa ou arquivo — originou o conceito do duplo clique.

 

No final dos anos 1980, vários desenvolvedores criaram interfaces gráficas para estações Unix — sistema que daria origem ao Linux —, mas a lei da selva vale tanto no mundo real como na digital, e apenas a Apple e a Microsoft sobreviveram. 


Em1984, um ano antes de Bill Gates lançar o Windows, Jobs criou o System, que mais adiante atenderia por Mac OS e, posteriormente, por macOS. Sua interface foi desde sempre mais simples e intuitiva que a do Windows e as das distros Linux — aliás, a Microsoft “se inspirou” no macOS para introduzir no Win11 a barra de tarefas centralizada (que a Apple chama de Dock), os cantos arredondados das janelas, a continuidade, a seção de Widgets e a capacidade de executar apps de smartphones, entre outras inovações.

 

Ao contrário do Windows, que pode ser utilizado em computadores de diferentes fabricantes, o sistema da Apple roda somente em equipamentos da marca, e sua compatibilidade com periféricos é limitada. Talvez por isso, a despeito da excelência de seus produtos, a "Maçã" sempre vendeu menos computadores que os concorrentes (o preço exorbitante também “ajuda a atrapalhar”).

 

O Linux foi criado em 1991 pelo programador finlandês Linus Torvalds. Trata-se de um sistema totalmente gratuito e adaptável, cujo código fonte possui licença GPL. Isso significa que qualquer pessoa pode baixá-lo e customizar como desejar. Por serem largamente utilizadas por geeks, nerds e afins, suas distros são consideradas pouco amigáveis, e a fama procede em parte: a compatibilidade com dispositivos de hardware periféricos e boa parte das aplicações mais populares entre usuários do Windows é limitada.

 

O Linux em si é apenas o kernel (núcleo) do sistema. Sua função é controlar as interações do hardware com o software. Os usuários precisam de outros programas, como editor de texto, navegador, games, redes sociais etc. É aí que entram as "distros", que englobam o kernel, os aplicativos e os utilitários. Existem centenas delas, cada qual com suas peculiaridades, o que as torna menos ou mais indicadas para este ou aquele usuário. A escolha passa por preferências pessoais, já que depende diretamente daquilo que a pessoa pretende fazer no computador. 


Embora mantenha as características herdadas do Debian GNU/Linux, preferido por nove de cada dez hackers, desenvolvedores e administradores de sistemas experientes, o Ubuntu é mais amigável aos usuários finais do que a distro que o originou. E por ser muito bem adaptado a desktops e ter interface amigável e semelhante à do Windows, tornou-se popular entre os egressos do sistema da Microsoft


Assim como o Debian, o Ubuntu também deu origem a outras distros, como é o caso do Kubuntu, que traz o KDE como ambiente gráfico padrão, e o Edubuntu, voltado para o uso educacional.


Continua...