VALE MAIS A VERSÃO DO QUE O FATO.
Quando Einstein
desenvolveu a Teoria da Relatividade (detalhes no capítulo anterior), achava-se
que o Universo era uma esfera de volume constante. Depois que o
astrônomo norte-americano Edwin Hubble demonstrou que o Universo está em expansão, o físico alemão reconheceu o erro e fez os devidos ajustes em sua célebre teoria (para mais detalhes, clique aqui).
A “velocidade”
do tempo é inversamente proporcional à nossa. Conforme a
hipotética espaçonave que nos serviu de exemplo no capítulo anterior acelera, o tempo
desacelera na mesma proporção, até parar totalmente quando a nave alcança a
velocidade da luz (cerca de 300 mil km/s ou 1,08 bilhão km/h).
De acordo com Einstein e
estudos anteriores de outros cientistas, nada pode superar a velocidade da luz
no vácuo. A explicação simplificada é que o tempo avança a toda velocidade em
relação a um corpo parado e tende a diminuir sua velocidade (em relação a esse corpo) conforme a dele aumenta. A 180 km/h, 30 segundos correspondem a
29,99999999999952 segundos “reais”.
A psicóloga Claudia Hammond explica que nossa mente “vê” o tempo passar como uma cena exibida em slow motion. O registro feito pelo cérebro leva em conta emoções, expectativas, o quanto as tarefas exigem de nós num determinado período, e até nossos sentidos, e um evento auditivo parece durar mais que um efeito visual. Enquanto nos deslocamos de casa para o trabalho, por exemplo, temos a impressão de que a viagem demora uma eternidade. Mas a sensação é outra quando pensamos nisso na hora do almoço ou no meio da tarde.
Observação: A maioria das pessoas se lembra mais nitidamente daquilo que vivenciou entre os 15 e os 25 anos — como essa fase da vida é pródiga em experiências novas, o “Tempo Mental” parece perceber esses episódios como “mais duradouros”. Pela mesma razão, à medida que envelhecemos temos a impressão de que os últimos anos passaram bem mais depressa do que nas décadas anteriores.
As “viagens no tempo” são recorrentes em filmes de ficção científica e tecnicamente possíveis no mundo real, pois, como vimos, o tempo “passa mais devagar” para quem se desloca a velocidades maiores, para quando a velocidade da luz é alcançada e pode "retroceder" quando ela é ultrapassada.
O problema é que, segundo Einstein, nada pode viajar mais depressa do que a luz viaja no vácuo, pois “a única coisa capaz de mover uma partícula com massa é outra força que se mova com a mesma velocidade”. Como a partícula em questão ganharia massa à medida que sua velocidade aumentasse, essa massa seria infinita em velocidades próximas à da luz, o que exigiria uma força igualmente infinita para fazê-la acelerar ainda mais.
A célebre equação de Einstein (E = mc²), segundo a qual a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz, é na verdade E²=(mc²)²+(pc)². A parte final descreve como a massa do objeto muda quando há movimento envolvido. Mas isso é assunto para outro capítulo.
Continua...