A partir de 9 de junho de 2019, o site The Intercept Brasil passou a divulgar seletivamente uma série de mensagens supostamente trocadas entre o Sergio Moro e os procuradores do braço paranaense da Operação Lava-Jato. O objetivo? Demonstrar que o ex-juiz havia orientado as investigações e, consequentemente, agido com parcialidade na condução dos processos contra Lula (vale lembrar que Moro só condenou o petralha no caso do tríplex; na ação envolvendo o sítio de Atibaia, a sentença foi proferida pela juíza federal substituta Gabriela Hardt).
As denúncias feitas pelo pasquim digital (comandado pelo “jornalista investigativo” norte-americano Glenn Greenwald) foram baseadas no material obtido por uma quadrilha de “hackers” mediante invasão digital, cujo líder Walter Delgatti Neto, mais conhecido como Vermelho (devido à cabeleira ruiva), era um vigarista inveterado.
Observação: Vermelho andava com uma carteira de estudante de medicina da USP e uma de delegado da Polícia Civil de São Paulo — ambas falsas —, que dizia usar para “pegar a mulherada”. Em seu perfil no Facebook, havia fotos com um “leque” de notas de 100 dólares e com um fuzil em um clube de tiro nos Estados Unidos. Dias antes de ser preso pela PF, ele abasteceu um Land Rover num posto de Ribeirão Preto e, alegando problemas com o cartão de crédito, pendurou a fatura de R$ 200 (e jamais voltou lá para pagar).
Vermelho procurou inicialmente Manuela D’Ávila, que o colocou em contato com o comandante do panfleto digital. Boatos de que a ex-deputada pagou pelo material hackeado e que o automóvel teria servido de moeda de troca viralizaram na Web, mas os investigadores não encontraram provas disso e concluíram que a quadrilha cedeu o material a Verdevaldo de “mão-beijada”, a despeito da ficha-corrida do elemento sugerir que, de graça, ele não daria nem bom-dia. Aliás, não se tratava de uma confraria de beneméritos defensores da verdade, mas de uma caterva cujo objetivo era não só denegrir a imagem do ex-juiz Sergio Moro e da Lava-Jato como enaltecer a imagem de “perseguido” do então presidiário mais ilustre do Brasil.
Moro e Dallagnol sempre negaram a autenticidade dos diálogos e destacaram que o caso se resumia a uma invasão ilegal de privacidade. Com efeito: numa democracia que se desse minimamente ao respeito, “provas” obtidas criminosamente não valeriam em juízo. Nesta banânia, porém, as supremas decisões que anularam as condenações de Lula e penduraram no ex-juiz a pecha da “parcialidade” foram tomadas com base nesse material espúrio.
O ministro Fachin afirmou que estavam em jogo não apenas os direitos processuais de Lula, mas da turma da Lava-Jato: "Se estamos a falar de garantias do devido processo legal, parece que devamos estender o garantismo a todos. Entendo que têm legitimidade e interesse os agravantes (procuradores da Lava-Jato), porque há explicitação que pode expor violação de direitos a personalidade, até mesmo do direito a intimidade.
Em seu voto, o semideus Gilmar Mendes assim se pronunciou "Ou nós estamos diante de ficção, ou nós estamos diante de um caso extravagante. É o maior escândalo judicial da história da humanidade. É disso que estamos falando. A República de Curitiba envergonha os sistemas totalitários, eles não tiveram tanta criatividade. Da União Soviética, da Alemanha Oriental."
Após o julgamento, Moro afirmou que a decisão do STF violou a jurisprudência da própria corte. "Lamenta-se que supostas mensagens obtidas por violação criminosa de dispositivos de agentes da lei possam ser acessadas por terceiros, contrariando a jurisprudência e as regras que vedam a utilização de provas ilícitas em processos". O ex-juiz reiterou também que nenhuma das mensagens retrata quebra de imparcialidade ou qualquer ato ilegal, e que os responsáveis pelo caso fizeram largo uso da imprensa.
Não fosse pelo fato de a polarização político-ideológica exacerbada durante a campanha presidencial de 2018 ter aprofundado ainda mais o fosso que o demiurgo de Garanhuns começou a cavar com seu abominável “nós contra eles”, o material fornecido pelos crackers ao The Intercept não valeria um traque. Com a nação dividida em duas facções antagônicas, políticos corruptos e criminosos de toda espécie, motivados pelo desserviço jornalístico prestado por boa parte dos veículos de comunicação, preferiram seguir o catecismo de São Verdevaldo, o impoluto, orando pela conversão do xerife no vilão da história.
Após o julgamento, Moro afirmou que a decisão do STF violou a jurisprudência da própria corte. "Lamenta-se que supostas mensagens obtidas por violação criminosa de dispositivos de agentes da lei possam ser acessadas por terceiros, contrariando a jurisprudência e as regras que vedam a utilização de provas ilícitas em processos". O ex-juiz reiterou também que nenhuma das mensagens retrata quebra de imparcialidade ou qualquer ato ilegal, e que os responsáveis pelo caso fizeram largo uso da imprensa.
Não fosse pelo fato de a polarização político-ideológica exacerbada durante a campanha presidencial de 2018 ter aprofundado ainda mais o fosso que o demiurgo de Garanhuns começou a cavar com seu abominável “nós contra eles”, o material fornecido pelos crackers ao The Intercept não valeria um traque. Com a nação dividida em duas facções antagônicas, políticos corruptos e criminosos de toda espécie, motivados pelo desserviço jornalístico prestado por boa parte dos veículos de comunicação, preferiram seguir o catecismo de São Verdevaldo, o impoluto, orando pela conversão do xerife no vilão da história.
Observação: Não se faz jornalismo publicando mensagens roubadas, cuja autenticidade não pode ser verificada — afinal, quem garante que as conversas eram verdadeiras ou não foram adulteradas? O cibercriminoso que as hackeou? Como bons militantes da esquerda, o panfleteiro e seus asseclas agiram de má-fé, com o nítido propósito de libertar o chefão da ORCRIM petista e abrir caminho para a anulação de todas as condenações obtidas pela maior operação contra a corrupção da história desta republiqueta de bananas. E o pior e que lograram êxito nesse intento.
Continua...