terça-feira, 2 de agosto de 2022

A COMPUTAÇÃO QUÂNTICA E A VIAGEM NO TEMPO (PARTE X)

NÃO HÁ NADA COMO O TEMPO PARA PASSAR.


De acordo com a Teoria da Relatividade, o espaço é composto por três dimensões — comprimento, largura e profundidade — e o tempo não é uma constante, mas sim uma “quarta dimensão”. À luz dessa premissa, vivemos constantemente entre o presente e o passado. 

 

Alguém que vai de casa à padaria da esquina ou à galáxia mais próxima tem quatro coordenadas para se guiar, sendo três do espaço e uma do tempo. Quanto mais rapidamente esse alguém avança nas três dimensões do espaço, menos progride na quarta (o tempo). Em outras palavras, quanto mais rapidamente nos deslocamos pelo espaço, mas devagar o tempo passa para nós, lembrando que o limite teórico dessa aceleração é a velocidade da luz. 


Quanto mais nos aproximamos da velocidade da luz, mais devagar o tempo passa para nós. Se atingirmos essa velocidade, o tempo para de passar; se o superarmos, chegaremos a nosso destino “antes da luz”, devido a um fenômeno que se convencionou chamar de dilatação do tempo e que é explicado pelo “paradoxo dos gêmeos”. Confira:

 

O gêmeo “A” viaja para um planeta distante 8 anos-luz da Terra a uma velocidade de 0,5 c, enquanto o gêmeo “B” permanece na Terra. Os relógios dos dois foram ajustados e marcavam a mesma hora antes da viagem. Para o irmão que ficou na Terra, a distância percorrida pela nave permaneceu a mesma, mas para o que viajou com velocidade de 0,5 c, a distância é calculada pela equação da contração do comprimento. Assim, o irmão que viajou percorreu 7 anos-luz em 28 anos (14 anos para ir e outros 14 para voltar); para o que ficou na Terra, passaram-se 32 anos (16 para ida e 16 para volta), e ele envelheceu 4 anos a mais do que o irmão que viajou.

 

Admitindo-se que o espaço-tempo possa ser dobrado como uma folha de papel, é possível viajar do ponto A ao ponto B através de um “buraco de minhoca”, conforme foi dito nos capítulos anteriores. Até onde se sabe, os buracos de minhoca não são estáveis, pois surgem e se desfazem muito rapidamente. No entanto, se a Teoria Geral da Relatividade e a física tradicional não preveem a existência de passagens “percorríveis”, a física quântica dá um jeitinho.


De acordo com o físico teórico argentino Juan Maldacena, uma física além do chamado Modelo Padrão admite a existência de buracos de minhoca grandes e seguros o suficiente para ser atravessados por viajantes humanos. Segundo ele, o Universo é um holograma, e o Princípio Holográfico não só explica inconsistências entre a física quântica e a gravidade de Einstein, mas também proporciona uma base sólida para a Teoria das Cordas — que, apesar de não ter sido testada experimentalmente, permite derivar toda informação presente no Modelo Padrão da Física de Partículas.

 

Observação: Existem duas vertentes da Teoria das Cordas; a que sugere que o Universo apresenta um total de 11 dimensões, e a que defende a existência de pelo menos 26. Três dessas dimensões são as assim chamadas dimensões espaciais (comprimento, largura e profundidade), e a quarta dimensão seria o tempo. Todas as demais estariam relacionadas com as perturbações espaciais e temporais produzidas pelas oscilações das cordas, que dão origem aos fenômenos elétricos, magnéticos e nucleares.


Continua...