segunda-feira, 22 de agosto de 2022

DESLIGAR OU NÃO O COMPUTADOR? (FINAL)

PARA DETERMINADOS PESSOAS, AS PALAVRAS SÃO TIDAS COMO FATOS.

Vimos nos capítulos anteriores que a reinicialização do computador implica o esvaziamento de memórias voláteis e capacitores, o que previne (ou resolve, em muitos casos) problemas de lentidão e travamentos. Mas isso não significa que devamos desligar o aparelho sempre que vamos ao banheiro ou fazemos uma pausa para o cafezinho. 


Os sistemas operacionais atuais são mais "inteligentes" que seus antecessores, e as suítes de manutenção se tornaram capazes de executar uma vasta gama de procedimentos preventivos em segundo plano (como eliminar arquivos temporários e limpar o cache de memória), o que contribui para o aparelho funcionar ininterruptamente por dias a fio. 


Por outro lado, desligar o computador e religá-lo minutos depois é a primeira medida que tomamos quando o sistema congela, a impressora trava, um aplicativo empaca, e por aí afora. Para além disso, a reinicialização recupera o espaço (na RAM) que algum programinha malcomportado eventualmente não liberou quando foi encerrado, elimina arquivos temporários que não sumiram quando deveriam, enfim, proporciona um saudável 'refresh". 


Observação: Ainda que não estejamos mais nos anos 1990, quando passávamos mais tempo reiniciando o Windows do que trabalhando com o PC, reiniciar o sistema é a primeira coisa a fazer quando o PC fica lento ou assume um comportamento anormal. 

 

De acordo com a Energy Star, os PCs atuais são projetados para suportar cerca de 40 mil ciclos "liga/desliga". Isso significa que funcionar por mais de 25 anos se for ligado e desligado quatro vezes por dia. É fato que a reinicialização do sistema num computador com disco eletromecânico leva vários minutos, e que vários minutos são uma fatia da eternidade quando se tem pressa


Em suma, suspender é a opção mais recomendável em ausências breves, pois coloca o sistema num estado de baixo consumo (só a RAM permanece energizada). No final do dia, para agilizar o reinício dos trabalhos na próxima manhã, a hibernação é mais indicada, já que não gasta energia e o sistema "desperta" mais depressa do que no boot convencional (embora não instantaneamente como na suspensão). Mesmo assim, convém desligar o aparelho completamente uma vez por semana (pelos motivos expostos anteriormente).

 

No macOS, a diferença em relação ao Windows é que, para adormecer o computador, selecionamos a opção "Repouso" no menu do sistema — ela equivale a "Suspender" no Linux e no Windows. Mas a pergunta é: como colocar um Mac para hibernar se essa opção não aparece no menu? 


A resposta é: se o aparelho conta com um HDD convencional, o "Safe Sleep" entra em ação sempre que o sistema fica inativo por muito tempo — nos portáteis, isso também acontece quando a carga da bateria baixa a níveis críticos. Caso a máquina disponha de um SSD, o "Standby Mode" entrará em ação quando o sistema ficar em "Repouso" por mais de três horas. 


Observação: Para comandar a hibernação diretamente, só recorrendo a apps de terceiros (sugiro o SmartSleep).

 

Smartphones são computadores ultraportáteis, mas nem tudo que se aplica ao Windows e ao macOS vale para o Android e o iOSDe maneira geral, os pequenos notáveis podem ficar ligados por dias a fio, embora também se beneficiem de uma saudável reinicialização. Assim, considerando que a bateria carrega mais depressa com o smartphone desligado, por que não "unir o útil ao agradável"? 


Observação: A própria Apple recomenda desligar iPhones e iPads antes de colocá-los para carregar, visando prolongar a vida útil da bateria  (o grande vilão, nesse caso, é o calor gerado durante a recarga).