Desde que Eduardo Cunha (ou "caranguejo", como o ex-deputado era identificado nas planilhas da Odebrecht) se assenhoreou do comando da produção de leis, o Congresso passou a servir apenas a “manter o que está aí” e "estancar a sangria" aplicando um garrote vil contra a ação moralizadora de agentes, procuradores e juízes federais de primeira instância.
Essa tarefa mesquinha e traiçoeira contra o povo que deputados e senadores fingem representar começou a ser cumprida com a “PEC da bengala”, que mantém os compadritos (apud Jorge Luís Borges) nos tribunais superiores de Contas, Justiça e Supremo. Com a vigilância sobre propinas e caixa 2 na contabilidade das campanhas eleitorais, os legisladores passaram a garantir suas vagas e as de parentes e cupinchas com dinheiro dos contribuintes travestido de Fundo Eleitoral.
Vitimados pelo desemprego, pela violência e por saúde e educação de péssima qualidade, os pobres, que nem sonham poder um dia exigir seus direitos no fechadíssimo clube da impunidade dos que são mais iguais perante a lei, pagam a conta do desgoverno do Executivo, da safadeza do Legislativo e do cômodo uso da definição de Corte para seu colegiado com os mesmos frufrus e minuetos das monarquias absolutistas.
A proibição da condução coercitiva de delinquentes de colarinho-branco e da prisão em 2ª instância, bem como a anulação de condenações de criminosos estrelados, entre uma fieira de outras decisões judiciais igualmente escalafobéticas, produziram o cenário dantesco que ora descortina, com o Palácio do Planalto sendo disputado por um ex-presidiário (que já esteve lá) e um sociopata despirocado (que ainda está lá).
Um país assim não pode funcionar — não o tempo inteiro, como tem sido nos últimos anos. Isso ficou evidente quando Lula et caterva foram soltos e a Lava-Jato, sepultada. O único Brasil possível, para essa escumalha, é o que tem como função precípua colocar a máquina pública a serviço de seus bolsos. E o resultado está aí: um país que não consegue mais ser governado porque os governantes não conseguem mais esconder o que fazem.
Ando de saco cheio dessa politicalha asquerosa. Já pensei até em "dar um tempo". Se ouvir falar em eleições me dá engulhos, que dirá escrever sobre o tema? Enfim, vamos ver até quando dá para aguentar. Quiçá tenhamos novidades (para o bem ou para o mal) no próximo dia 7.
O problema é que não existe vontade política de mandar o capetão de volta para o buraco imundo de onde ele jamais deveria ter saído. E o mesmo se aplica a seu principal adversário: o sepultamento da prisão em 2ª instância foi uma decisão tomada sob medida para devolver o pajé do PT às ruas e recolocá-lo ao vivo e em cores no tabuleiro da sucessão presidencial. Isso sem falar na anulação de suas e o subsequente arquivamento dos processos que ainda estavam sub judice.
E depois ainda dizem que Sergio Moro foi parcial, que condenou Lula de caso pensado para afastá-lo do caminho de Bolsonaro e ingressar no extraordinário que... enfim, vão fazer pouco caso da inteligência alheia na ponte que partiu!
Para encarrar esta mixórdia, segue um artigo publicado pelo filósofo pernambucano Luiz Felipe Pondé antes das eleições gerais de 2018. Repare que, se algo mudou de lá para cá, foi para pior.
"O PT é uma praga mesmo. Ele quer fazer do Brasil um circo, já que perdeu a chance de fazer dele seu quintal para pobres coitados ansiosos por suas migalhas. Nascido das bases como o partido de esquerda que dominou o cenário ideológico pós-ditadura, provando que a inteligência americana estava certa quando suspeitava de um processo de hegemonia soviética ou cubana nos quadros intelectuais do país nos anos 1960 e 1970, comportou-se, uma vez no poder, como todo o resto canalha da política fisiológica brasileira.
"O PT é uma praga mesmo. Ele quer fazer do Brasil um circo, já que perdeu a chance de fazer dele seu quintal para pobres coitados ansiosos por suas migalhas. Nascido das bases como o partido de esquerda que dominou o cenário ideológico pós-ditadura, provando que a inteligência americana estava certa quando suspeitava de um processo de hegemonia soviética ou cubana nos quadros intelectuais do país nos anos 1960 e 1970, comportou-se, uma vez no poder, como todo o resto canalha da política fisiológica brasileira.
Vale lembrar que a ditadura no Brasil foi a Guerra Fria no Brasil. Quando acabou a Guerra Fria, acabou a ditadura aqui. E, de lá pra cá, os EUA não têm nenhum grande interesse geopolítico no Brasil nem na América Latina como um todo (salvo imigração ilegal). Por isso, deixa ditadores como Chávez e Maduro torturarem suas populações, inclusive sob as bênçãos da diplomacia petista de então.
O PT apenas acrescentou à corrupção endêmica certo tons de populismo mesclado com a vergonha de ter um exército de intelectuais orgânicos acobertando a baixaria. Esses fiéis intelectuais, sem qualquer pudor, prestam um enorme desserviço ao país negando a óbvia relação entre as lideranças do partido e processos ilegítimos de tráfico de influência. Esse exército vergonhoso continua controlando as escolas em que seus filhos estudam, contando a história como querem, criando cursos ridículos do tipo “golpe de 2016”. Qualquer um que conheça minimamente os 'movimentos revolucionários' do século XIX europeu e o pensamento do próprio Karl Marx sabe que mentir, inventar fatos que não existem ou contá-los como bem entender fazia parte de qualquer cartilha revolucionária.
Acompanhei de fora do Brasil o 'circo do Lula', montado pelo PT e por alguns sacerdotes religiosos orgânicos, na falsa missa que envergonhou a população religiosa brasileira, fazendo Deus parecer um idiota. Estando fora do país, pude ver a vergonhosa cobertura que muitos veículos internacionais deram do circo do Lula, fazendo o petista parecer um Messias traído por um país cheio de Judas. Eis um dos piores papéis que jornalistas orgânicos fazem: mentem sobre um fato, difamando um país inteiro. Esculhambam as instituições como se fôssemos uma 'república fascista das bananas'. Nossa mídia é muito superior àquela dita do 'primeiro mundo'.
A intenção de fazer do Lula um Jesus, um Mandela, um Santo Padim Padi Ciço é evidente. Para isso, a falsa missa, com sacerdotes orgânicos rezando para um deus que pensa que somos todos nós cegos, surdos, estúpidos e incapazes de enxergar a palhaçada armada pelo PT, foi instrumento essencial para o circo montado. A própria afirmação de que Lula não seria mais um mero humano, mas uma ideia, é prova do delírio de uma seita desesperada. Um desinformado pensaria estar diante de um Concílio de Niceia perdido no ABC paulista. Se nesses concílios tentava-se decidir a natureza divina e humana de Jesus, cá no ABC tentava-se criar a natureza divina de Lula. Lula, humano e divino, o redentor. Essa tentativa, sim, é típica de uma república das bananas.
Penso que em 2018 o país tem a chance de mostrar de uma vez por todas que não vai compactuar com políticos que querem fazer do Brasil um circo para suas 'igrejas'. A praga em que se constituiu o PT pode ser jogada na lata de lixo da história neste ano. Ninguém aqui é ingênuo de pensar que apenas o PT praticou formas distintas e caras de tráfico de influência. Todas elas são danosas e devem ser recusadas em bloco nas eleições deste ano. Mas há um detalhe muito importante no que se refere ao PT como um tipo específico de agente único de tráfico de influência sistemático no Brasil.
O PT apenas acrescentou à corrupção endêmica certo tons de populismo mesclado com a vergonha de ter um exército de intelectuais orgânicos acobertando a baixaria. Esses fiéis intelectuais, sem qualquer pudor, prestam um enorme desserviço ao país negando a óbvia relação entre as lideranças do partido e processos ilegítimos de tráfico de influência. Esse exército vergonhoso continua controlando as escolas em que seus filhos estudam, contando a história como querem, criando cursos ridículos do tipo “golpe de 2016”. Qualquer um que conheça minimamente os 'movimentos revolucionários' do século XIX europeu e o pensamento do próprio Karl Marx sabe que mentir, inventar fatos que não existem ou contá-los como bem entender fazia parte de qualquer cartilha revolucionária.
Acompanhei de fora do Brasil o 'circo do Lula', montado pelo PT e por alguns sacerdotes religiosos orgânicos, na falsa missa que envergonhou a população religiosa brasileira, fazendo Deus parecer um idiota. Estando fora do país, pude ver a vergonhosa cobertura que muitos veículos internacionais deram do circo do Lula, fazendo o petista parecer um Messias traído por um país cheio de Judas. Eis um dos piores papéis que jornalistas orgânicos fazem: mentem sobre um fato, difamando um país inteiro. Esculhambam as instituições como se fôssemos uma 'república fascista das bananas'. Nossa mídia é muito superior àquela dita do 'primeiro mundo'.
A intenção de fazer do Lula um Jesus, um Mandela, um Santo Padim Padi Ciço é evidente. Para isso, a falsa missa, com sacerdotes orgânicos rezando para um deus que pensa que somos todos nós cegos, surdos, estúpidos e incapazes de enxergar a palhaçada armada pelo PT, foi instrumento essencial para o circo montado. A própria afirmação de que Lula não seria mais um mero humano, mas uma ideia, é prova do delírio de uma seita desesperada. Um desinformado pensaria estar diante de um Concílio de Niceia perdido no ABC paulista. Se nesses concílios tentava-se decidir a natureza divina e humana de Jesus, cá no ABC tentava-se criar a natureza divina de Lula. Lula, humano e divino, o redentor. Essa tentativa, sim, é típica de uma república das bananas.
Penso que em 2018 o país tem a chance de mostrar de uma vez por todas que não vai compactuar com políticos que querem fazer do Brasil um circo para suas 'igrejas'. A praga em que se constituiu o PT pode ser jogada na lata de lixo da história neste ano. Ninguém aqui é ingênuo de pensar que apenas o PT praticou formas distintas e caras de tráfico de influência. Todas elas são danosas e devem ser recusadas em bloco nas eleições deste ano. Mas há um detalhe muito importante no que se refere ao PT como um tipo específico de agente único de tráfico de influência sistemático no Brasil.
Você não sabe qual é? Vou lhe dizer: O PT é o único partido que é objeto de investigação por corrupção a contar com um exército de intelectuais, artistas, professores, diretores de audiovisual, jornalistas, sacerdotes religiosos e instituições internacionais apoiando-o na sua cruzada de continuar nos fazendo escravos de seus esquemas de corrupção. Esse exército nega frontalmente a corrupção praticada pelo PT e destruirá toda forma de resistência a ele caso venha, de novo, a tomar o poder.
No ano de 2018 o país pode, de uma vez por todas, lançar o PT à lata de lixo da história e amadurecer politicamente, à esquerda e à direita."