segunda-feira, 29 de agosto de 2022

RECORDAR É VIVER (CONTINUAÇÃO)

AS PESSOAS VIVEM TRÊS VIDAS. A PRIMEIRA TERMINA COM A PERDA DA INGENUIDADE; A SEGUNDA, COM A PERDA DA INOCÊNCIA; A TERCEIRA, COM A PERDA DA PRÓPRIA VIDA.

Navegar na Web com conexão discada exigia muita paciência. Mas isso não significa que não fosse divertido — apesar das olheiras que a gente exibia devido às madrugadas em claro que passávamos atualizando o sistema, baixando programas, gerenciando emails e o que mais a conta do telefone nos impedia de fazer em outro horário.

Falando em Correio Eletrônicoo webmail gratuito pioneiro no Brasil foi o ZipMail, lançado em 1998. Serviços como o BOL (de Brasil Online, que hoje pertence ao UOL) e o iG (de Internet Group) foram muito populares, mas o espaço miserável de suas caixas postais (entre 1 e 5 MB) recomendava o uso de um cliente de email  como o Outlook Express, o Eudora e o IncrediMail, entre outros.

Além de ser lenta e instável, a conexão discada nos impedia de navegar e usar o telefone ao mesmo tempo (como o aplicativo discador discava, literalmente, para o número do provedor de acesso, a linha ficava ocupada até que a conexão fosse desfeita). Baixar arquivos também era uma provação. O tempo estimado para a conclusão dos downloads ia de alguns minutos a muitas horas, semanas ou até meses. Descarregar arquivos muito pesados — como executáveis de jogos ou softwares robustos  era quase impossível. Um hipotético upgrade para o Win11 levaria anos para ser concluído. 

Até meados dos anos 1990 os arquivos de instalação dos softwares vinham em disquetesCriado pela Sony na década de 70 e aposentado em 2011 por absoluta falta demanda, os disquinhos flexíveis emboloravam e desmagnetizavam com irritante facilidade. Sem falar na capacidade miserável (1.44 MB na versão mais popular). Assim, os arquivos de instalação de programas "volumosos" ocupavam dezenas de disquinhos. 

Observação: O Win95 foi a última versão do Windows oferecida em disquete (e a primeira em CD-ROM). Durante a instalação do sistema cada um dos 13 disco tinha de ser introduzido uma ou mais vezes no floppy drive, e bastava um deles "micar" para que todo o conjunto ficar comprometido.

O CD-ROM surgiu nos anos 1980 (também pelas mãos da Sony) com vistas ao mercado fonográfico, mas logo passou a ser usado na distribuição de softwares, devido tanto ao espaço — um único compact disc equivale a 486 disquetes de 1.44 MB — quanto à durabilidade — mais de um século, segundo os fabricantes. Assim, os PCs ganharam "kits multimídia" e se tornaram capazes de rodar tanto CDs de música quanto de programas. 

Observação: Até então, microcomputadores dispunham apenas de um pequeno alto-falante, que servia para reproduzir sons do sistema e de alguns joguinhos. Inicialmente, a mídia óptica não podia ser gravada pelo usuário, daí os drives de disquete continuarem existindo por mais algum tempo (mais por uma questão protocolar do que por real necessidade).

Continua...