terça-feira, 20 de setembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA

EM ALGUM LUGAR, ALGO INCRÍVEL ESTÁ ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO.

Na sequência A Computação Quântica e a Viagem no Tempo — publicada entre 20 de julho e 8 de agosto —, eu mencionei que, para comprovar a tese de que as leis da física conspiram para impedir as viagens no tempo, Stephen Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge em 28 de junho de 2009. Na efeméride, além de balões e muito champanhe, havia banners com os dizeres "bem-vindos, viajantes no tempo". 

Ao final, o astrofísico enviou um convite com as coordenadas exatas de tempo e espaço. "Talvez, algum dia, alguém que viva no futuro encontrará a informação e usará uma máquina do tempo para vir à minha festa, provando que, um dia, as viagens no tempo serão possíveis", disse. No ano seguinte, no capítulo "Viagem no tempo" da série Into the Universe with Stephen Hawking, ele comentou seu experimento: "Que lástima! Eu gosto de experiências simples e... champanhe. Então, combinei duas das minhas coisas favoritas para ver se a viagem no tempo do futuro para o passado é possível. Mas ninguém apareceu". 

Anos depois, durante um simpósio no Festival da Ciência de Seattle, nos Estados Unidos, Hawking afirmou que a teoria da relatividade geral de Einstein dá margem à possibilidade de deformarmos o espaço-tempo de forma a podermos viajar ao passado, mas ponderou que tal deformação poderia causar um raio de radiação capaz de destruir a espaçonave e o o espaço-tempo em si.
 
O resultado do experimento foi desanimador, mas não deve ser visto como uma prova cabal. Segundo o Paradoxo das Linhas de Tempo Alternativas, a hipotética tentativa de alguém mudar o passado resultaria na criação de um universo paralelo, coexistente ao presente de onde o viajante do tempo veio, mas paralelo à linha temporal original a partir do ponto da mudança.

Não existem evidências da existência de universos paralelos, mas tampouco se pode afirmar que eles não existem. Até porque as equações da mecânica quântica, combinadas com as da relatividade geral, já nos brindaram com diversas "previsões mirabolantes" para a época, que mais adiante foram confirmadas por experimentos de laboratório e observações astronômicas. A título de ilustração, Pedro Álvares Cabral e sua trupe levaram 44 dias para atravessar o Atlântico; hoje, um voo comercial de Lisboa até São Paulo leva menos de 10 horas. 
 
No que concerne à vida extraterrestre, a história é outra. Se há no Universo dez sextilhões de "sóis", muitos dos quais têm planetas girando em sua órbita, a Terra é como um minúsculo grão de areia numa imensa praia. Portanto, seria muita pretensão afirmar que nenhuma forma de vida teria se desenvolvido em alguns desses planetas — não estou falando necessariamente de vida inteligente, mas tampouco essa possibilidade deve ser descartada.

Em termos históricos, a busca por sinais de vida extraterrestre é muito recente, mas sabe-se que somente na Via Láctea existem trilhões de "exoplanetas" (mais detalhes no capítulo anterior),  e uma parcela considerável deles são "semelhantes"  à Terra. A questão é que nossa tecnologia ainda não permite vencer as distâncias astronômicas (literalmente) que nos separam desses mundos: até agora, só conseguimos chegar à Lua, que fica a menos dos 400 mil quilômetros da Terra. 

Por essas e outras, é bem possível que limitações semelhantes impeçam seres de outros planetas (assumindo que eles existam) de nos visitar. Mas isso é assunto para os próximos capítulos, que serão alternados, ao longo das próximas postagens, com minhas tradicionais dicas de informática.

Continua...