quinta-feira, 15 de setembro de 2022

ASTRONOMIA X ASTROLOGIA (PARTE 4)

AS CONVICÇÕES SÃO INIMIGAS MAIS PERIGOSAS DA VERDADE DO QUE AS MENTIRAS.

 

Diante de uma mudança de emprego, do fim de um relacionamento ou de qualquer outra incerteza de cunho existencial, até os céticos buscam uma ajudinha dos esotéricos. Estes, por sua vez, fazem perguntas visando estabelecer o perfil psicológico dos clientes, e muitos se valem de mapas astrais, bolas de cristal, búzios e cartas de tarô como "ferramenta de trabalho". 
 
Sensibilidade, racionalidade, impulsividade e teimosia são algumas das características que os astrólogos atribuem a pessoas nascidas sob determinados signos. Se a coisa não se encaixa, eles culpam o decanato, o ascendente, a Lua, o horóscopo chinês, enfim, há uma miríade de possibilidades. Até porque a astrologia, a exemplo das religiões, só funciona para quem acredita nela. 

Mas nem só de horóscopos e mapas astrais vivem os astrólogos. O cientista social alemão Edgar Wunder fez uma pesquisa com 135 astrólogos célebres, e apenas 18% disseram acreditar na influência dos astros para seu trabalho. Até porque, depois que Copérnico e Galileu concluíram que os planetas orbitam o Sol, não a Terra, e Newton descobriu as leis que governam seus movimentos, a astrologia se tornou implausível. 

Em pleno século XXI, é difícil aceitar uma visão geocêntrica do Universo e acreditar que a posição dos corpos celestes, como eles são vistos a partir do nosso planeta, tenham qualquer correlação com "macromoléculas existentes aqui" (que se autodenominam vida inteligente). Sem falar que os horóscopos dos jornais são vagos e genéricos, e que não há evidências de que pessoas nascidas sob determinado signo apresentam as características apontadas pela astrologia. Para astrólogos sérios, esses horóscopos não têm qualquer utilidade, pois só o contato pessoal e uma conversa detalhada sobre o mapa astral podem ajudar a pessoa que os procura. 
 
No livro O Universo Numa Casca de Noz (já mencionado anteriormente), Stephen Hawking refuta a suposta influência dos astros na vida das pessoas aqui na Terra (a menos que um asteroide colida com o planeta, naturalmente). Segundo ele, parte da crença na astrologia tem a ver com o desejo das pessoas de controlar o futuro. A falta da credibilidade não se deve à falta de evidência científica, mas, sim, ao fato de a astrologia não ser consistente com outras teorias que já foram testadas pela experimentação. Hawking reconhece que algumas de suas teorias não têm embasamento experimental, mas pondera que outros cientistas acreditam nelas porque elas apresentam consistências com outras teorias já comprovadas.

Continua...