Existe investigação e existe tudo que está implícito quando a PGR se vê forçada a fingir que investiga Bolsonaro.
Lugar-tenente de Augusto Aras, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo informou ao STF que abriu uma nova "investigação preliminar" para verificar se o presidente violou as leis ao convocar embaixadores estrangeiros para ouvi-lo contar mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro e levantar falsas suspeitas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Será a 105ª "investigação" do gênero aberta na Procuradoria contra Bolsonaro. Nos 104 procedimentos anteriores não há vestígio de denúncia formulada por Aras e sua equipe para atribuir a mandatário a prática de algum crime.
Na esfera criminal, caberá à ministra Rosa Weber decidir o que fazer com a nova "investigação preliminar" apresentada por Aras, com as digitais de Lindôra.
A Procuradoria-Geral da República já foi chefiada por um engavetador-geral e por um atirador de flechas. Aras adotou um estilo mais, digamos, gramático.
Escondido entre aspas, o procurador submete a Procuradoria ao pior tipo de nudez. Exibe ao país o nu que ninguém pediu, que ninguém que ver, que já não surpreende nem as crianças.
Com Josias de Souza