Embora o ex-presidente ex-presidiário tenha chegado ao segundo turno com uma vantagem próxima de 6 milhões de votos, o eleitor brasileiro recolocou no baralho a carta da reeleição do dublê de mau militar e parlamentar medíocre que capitaneou o pior governo desde a redemocratização desta banânia.
Muitas teorias sobre a incapacidade dos institutos de pesquisa de medir o bolsonarismo enrustido vêm sendo suscitadas, mas a explicação mais singela é a de que o povo foi chamado a votar, cada eleitor teve direito a um voto, as urnas foram contadas e a vantagem de Lula sobre Bolsonaro, que as pesquisas estimavam em até 14 pontos, foi reduzida a cinco pontos percentuais.
As duas campanhas vão à prorrogação com ânimos distintos. Lula já preparava a transição. Quando já se insinuavam as discussões sobre partilha de cargos, os eleitores mijaram no chope do petralha, que terá de se esforçar para reverter o abatimento de sua tropa. Já a tragédia em curso obteve votação surpreendente na estratégica região Sudeste e elegeu 20 dos 27 senadores. Com isso, o partido do ex-presidiário do mensalão terá em 2023 a bancada mais exuberante do Congresso. Mas o desafio de Bolsonaro continua sendo maior do que o do rival. Entre todos os presidentes que já disputaram a reeleição, ele é o que ostenta o pior desempenho em termos proporcionais.
Nunca houve uma virada nas disputas presidenciais que escorregaram para o segundo turno, mas a distância miúda, a sobrevivência do antipetismo e a evidência de que o antibolsonarismo é menor do que as pesquisas faziam supor transformam 2022 numa espécie de convite ao ineditismo. Somando-se os votos obtidos por Simone (4,9 milhões), por Ciro (3,6 milhões) e pelos outros candidatos (quase 1,4 milhão de votos), há na praça quase 10 milhões de eleitores por conquistar. Para prevalecer, Lula precisa obter 19% desse patrimônio, e Bolsonaro, 67%.
O jogo recomeçou. As cartas estão na mesa.
Com Josias de Souza
As duas campanhas vão à prorrogação com ânimos distintos. Lula já preparava a transição. Quando já se insinuavam as discussões sobre partilha de cargos, os eleitores mijaram no chope do petralha, que terá de se esforçar para reverter o abatimento de sua tropa. Já a tragédia em curso obteve votação surpreendente na estratégica região Sudeste e elegeu 20 dos 27 senadores. Com isso, o partido do ex-presidiário do mensalão terá em 2023 a bancada mais exuberante do Congresso. Mas o desafio de Bolsonaro continua sendo maior do que o do rival. Entre todos os presidentes que já disputaram a reeleição, ele é o que ostenta o pior desempenho em termos proporcionais.
Nunca houve uma virada nas disputas presidenciais que escorregaram para o segundo turno, mas a distância miúda, a sobrevivência do antipetismo e a evidência de que o antibolsonarismo é menor do que as pesquisas faziam supor transformam 2022 numa espécie de convite ao ineditismo. Somando-se os votos obtidos por Simone (4,9 milhões), por Ciro (3,6 milhões) e pelos outros candidatos (quase 1,4 milhão de votos), há na praça quase 10 milhões de eleitores por conquistar. Para prevalecer, Lula precisa obter 19% desse patrimônio, e Bolsonaro, 67%.
O jogo recomeçou. As cartas estão na mesa.
Com Josias de Souza